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Um Novo Universo Para Luci

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Um Novo Universo Para Luci
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Vaquinha criada em: 13/04/2019

Oi, eu sou a Luci, mais conhecida como Luci Universo e essa é minha história.

Aos 21 anos eu entendi que eu era A Luci e que sempre fui A Luci, e não aquele menino que meus pais criaram pra ser. Doia muito pensar que eu escondi isso de mim a vida toda. Doia muito ver as pessoas me tratando de forma diferente porque eu estava tentando ser feliz e ser quem sou. Mas segui. Desde então as portas abertas se fecharam pra mim. Eu nunca mais consegui emprego, nunca mais consegui andar na rua sem sentir medo. Nesse período, às vezes, eu conseguia trabalhos informais, bicos e freelas. Mas a maior parte do tempo, como não aparecia nada, dediquei meu tempo em prol da ajuda a outras pessoas que eram iguais a mim. Consegui lar, acolhimento, às vezes, comida, aconselhamento e direcionamento para as pessoas. Além de tudo também consegui que as pessoas nos escutassem e consegui tocar muitas pessoas e fazer com que algumas se reconhecessem através da Rexistência Não Binária (coletivo formado por pessoas trans não binárias). Nessa época, morava com uma pessoa que me ajudava financeiramente, mas não damos certo juntos. Além de tudo, nãoé isso que eu quero para minha vida. Quero CONQUISTAR minhas coisas, minha independência, meu dinheiro, um lar.

Aos 22 anos, retornei a minha cidade natal (oliveira - mg). Estava saindo desse relacionamento e não tinha pra onde ir, não tinha dinheiro e nem emprego. Passei mais ou menos dois meses lá, e nesse tempo ainda tentei acolher duas pessoas trans e um bebê em minha casa que estavam em situação de rua. Passamos inumeras transfobias com as pessoas que um dia disseram que me amavam. Até que nós fomos expulsos de casa e aí minha vida virou uma bola de neve da qual até hoje eu não consigo sair.

Após isso fui acolhida em uma ecovila de um amigo trocando trabalho por moradia e comida. Após um mês e meio lá, não conseguiram mais me acolher. Então voltei a Belo Horizonte e fui morar em uma república onde mal conseguia todos os meses o dinheiro para o aluguel. Passei fome muitos dias, pois nem sempre sobrava dinheiro para me alimentar. Foi então que dois projetos de BH (TransEnem e Transvest) me ajudaram doando cestas básicas e me arranjando alguns trabalhos informais. Consegui sobreviver assim por cerca de 4 meses, mas tava muito difícil, chorava todos os dias por ter que passar tanta humilhação, por todos meses ter que fazer mil coisas pra conseguir dinheiro e por uns meses mesmo fazendo de tudo, esse dinheiro não vir.

Ano passado, com 23 anos, consegui que meu ex-namorado me acolhesse no sítio que ele morava. Pedi aos prantos que ele fizesse isso por mim por eu não aguentar mais passar por essas situações. Lá fiquei e de lá tentei construir alguma coisa para não depender dele novamente. Vendi sabonetes, comida vegana, trabalhei com Design Gráfico, Fotografia e WebDesign e tentei construi um bar que não deu certo e consumiu a pouca grana que eu tinha levantado. Mas nada disso me manteve por mais de um mês. Caí em uma severa depressão que durou cerca de 4 meses. Nela me lembrei dos preconceitos familiares que sofri na infância, da expulsão, das dores que sofri por transfobia, do abandono e negligência familiar, da falta de estabilidade financeira, de depender dos outros até pra comprar uma bala se eu quisesse e por fim, de não poder sonhar. No final até me levaram até o Hospital André Luiz para uma possível internação em hospital psiquiátrico pelas tentativas de suicídio e automutilação. Começei a tomar medicamentos psiquiátricos (sertralina) e consultar psicólogo e psiquiatra. Minha mãe ganhando um salário minimo e meu ex se uniram para me ajudar com isso, pois os remédios e médicos eram todos particulares por causa da urgência. Consegui recuperar minhas forças aos poucos e tomei a decisão de tentar novamente me estruturar. 

No começo desse ano, aos 24 anos, vim definitivamente para Belo Horizonte para tentar novamanete. Em janeiro trabalhei para o festival TRANSVIVA que me proporcionou um freela que me manteve até março. Procurei empregos em telemarketing, freelas, mas não consegui nada. E ainda me encontro sem emprego. Enquanto não surgia nada, desenvolvi minha própria empresa de Design Gráfico, Fotografia, WebDesign e Impressões a fim de tentar ser autônoma e trabalhar em casa, a UNIVERSO GRÁFICO BH (https://universograficobh.wordpress.com). No dia 22 de março eu saí de onde estava, sendo acolhida por uma amiga que não pode me manter por muito tempo aqui onde ainda estou.

Tudo que quero é poder conseguir os mínimo por enquanto, me alimentar, morar e conseguir trabalho. Estou sem acompanhamento psicológico e sem dinheiro até para meus medicamentos psiquiátricos e hormonais. Meu computador está estragado e estou se celular e preciso muito disso para trabalhar. Aliado a isso tudo, também quero muito retificar meu nome para talvez ter mais possibilidades de emprego, coisa que estou lutando desde 2017.. Ninguém dá trabalho travesti, muito menos a aquela que se chama de um nome e na identidade tem outro, muito menos pra que tem voz grossa como a minha. Numa realidade brasileira onde 90% das meninas trans estão na prostituição, eu não quero ser mais uma. Eu tenho talento para trabalhar com outras coisas e eu quero trabalhar com outras coisas sem recorrer a isso. Por isso, queria que quem sensibilizasse com minha história, me ajudasse a conseguir a mudar minha relidade. Qualquer centavo, compartilhamento, possibilidade de moradia ou indicação de emprego me ajuda. Podemos trocar serviços de design e fotografia também por alimentação, moradia ou dinheiro. Tenho uma câmera Nikon D7000 a quem interessar em comprar também. É um instrumento de trabalho, mas eu preciso de outras coisas mais urgentes. Agradeço seu tempo.

Para se comunicar comigo deixo meu e-mail: lucisilvadepaula@gmail.com .

Estou também no facebook como Luci Cecília Augusta e no instagram como @luci.augusta .

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