
"Uma mãe conhece o olhar do filho, e foi no olhar que percebi que algo não estava bem...
No dia 09 de dezembro, uma sexta-feira, meu filho, João Pedro (24 anos) me procurou falando de coisas estranhas. Seu olhar estava distante, fiquei incomodada com suas atitudes.
No outro dia bem cedo busquei os amigos dele e um deles me relatou que também notou que o João andava falando coisas aleatórias e que estava preocupado.
No mesmo momento pedi para o meu filho mais velho vir de Curitiba com urgência pois sabia que algo muito sério estava acontecendo. Ele entendeu e pegou o primeiro ônibus para Guarapuava.
Desde então nosso pânico foi aumentando junto com a doença. Em três dias meu filho perdeu a lucidez e entrou em um mundo paralelo.O mundo em que ele está vivendo é mais bonito, cheio de esperança, mas é irreal.
Procuramos desesperadamente por tratamento na segunda-feira (12) e não tínhamos nenhuma orientação. Com sorte conseguimos uma consulta no Caps e a notícia de seu internamento veio como uma bomba, sentia o chão saindo debaixo de meus pés.
Naquela tarde ele brincou na balança e na gangorra, no outro dia andou de pedalinho. Uma linda segunda-feira onde, enquanto todos trabalhavam, ele revivia a infância.
O primeiro problema do internamento pelo SUS é que demoraria até 20 dias, totalmente inviável para a situação pois a doença avançava rápido demais.
O segundo problema: o custo financeiro das clínicas particulares.
O terceiro problema, custo do transporte para levar um paciente em surto, que chega a R$ 4.500,00.
Optamos por interná-lo em uma comunidade terapêutica porque precisávamos de uma solução rápida e acessível.
Mas o tratamento ideal para sua situação é em uma clínica especializada em que o custo fica em torno de 25 mil o tratamento completo.
Hoje sinto o peito destroçado de saudade e tanta dor que não cabem em mim , porém sinto uma força inabalável para mover montanhas se for preciso para conseguir o que for melhor para ele, porque toda mãe quer dar o melhor para o seu filho.
Dentre as coisas que ele disse em surto, houve uma que me conforta: ‘Mãe, se eu for preso ( internado), não se preocupe, vai dar tudo certo no final’. Ele sentia que algo não estava bem."
Nossa situação atual é a seguinte: após 8 dias internado em uma comunidade terapêutica, conseguimos transferência para um hospital público de Curitiba, onde ele ficará por até dois meses. Depois disso, pretendemos mantê-lo em tratamento em uma clínica particular também de Curitiba. O custo desta clínica fica em torno de 25 mil reais para o tratamento de cinco meses.
Arrecadamos parte do dinheiro, mas a batalha está apenas começando, e precisamos de pelo menos mais 10 mil reais para dar a ele um tratamento que nos permita ao menos sonhar com uma recuperação plena. Pedimos qualquer valor, de coração. Muito obrigada a todas e todos que se dispõe a doar um pouco de seu tempo e de suas possibilidades para nos ajudar neste momento tão difícil.