
Após a conquista inédita de Chiaki Ishii em 1972, o judô brasileiro levaria mais 12 anos para subir novamente ao pódio olímpico. Isso ocorreu somente em 1984, quando a delegação verde e amarela deixou Los Angeles com não apenas uma, mas três medalhas. Uma delas no peito do paulista Luís Yoshio Onmura, bronze na categoria leve (na época com atletas de até 71kg). À frente dele, o sul-coreano An Byeong-Geun, ouro, e o italiano Ezio Gamba, prata; ao seu lado, o inglês Kerrith Brown, outro bronze.
Nascido em 29 de junho de 1960, Luís Yoshio Onmura iniciou sua trajetória nos tatamis no tradicional dojô da Vila Sônia e, além de defender grandes clubes, como o Flamengo, conquistou importantes títulos para o Brasil. Antes de Los Angeles 1984, participou dos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, e ainda iria a Seul em 1988. Acumulou três medalhas de prata em Jogos Pan-Americanos.
O professor shichi-dan (7º dan) Luiz Yoshio Onmura foi aluno da lenda Massao Shinohara, professor kodansha juu-dan (10º dan). Atuou na seleção brasileira e representou o Brasil nas décadas de 1970 e 1980.
Primeiro medalhista olímpico nascido no Brasil, Onmura teve como técnico em Los Angeles 1984 o professor Massao Shinohara e, além dele, os judocas Walter Carmona (78kg) e Douglas Vieira (95kg) conquistaram medalhas de bronze e prata, respectivamente.
Onmura foi ainda octacampeão brasileiro, pentacampeão paulista e paulistano, campeão sul-americano (1979) e bicampeão pan-americano 1980 e 1988. Por três vezes foi vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos sendo a primeira em 1979, em Porto Rico, lutando no peso meio-leve (65 kg). O segundo vice-campeonato foi conquistado em Caracas, na Venezuela, em 1983. A terceira prata nos Jogos Pan-Americanos foi obtida em Indianápolis, nos Estados Unidos, em 1987. Nas duas últimas edições lutou no peso leve (71kg).
Durante um implante dentário em 2022 sensei Onmura descobriu uma pequena lesão na língua que, após longa investigação, foi diagnosticada como carcinoma espinocelular (CEC), o segundo tipo de câncer mais comum da pele, representando 20% de todas as neoplasias malignas cutâneas, atrás apenas do carcinoma basocelular.
Na medida que a luta contra a doença avançou as dificuldades financeiras se agravaram e atualmente o casal, que tem uma filha pequena, passou a contar com a ajuda dos judocas que tomaram conhecimento do grave problema de saúde associado à frágil situação financeira do casal.
FONTE: https://revistabudo.com.br/em-sua-luta-contra-o-cancer-luis-onmura-conta-com-a-ajuda-de-amigos-para-enfrentar-o-tratamento/