
JACQUES E A REVOLUÇÃO NO CAFÉ PEQUENO
Montagem da Todo o Mundo Cia de Teatro, comédia dramática dirigida por Theotonio de Paiva faz a sua 4ª temporada, a partir de 8 de maio, no Teatro Municipal Café Pequeno.
A cada nova temporada a comédia dramática "Jacques e a Revolução ou Como o criado aprendeu as lições de Diderot", de Ronaldo Lima Lins, montagem inaugural da Todo o Mundo Cia de Teatro, torna-se mais atual, como o público poderá conferir a partir de 8 de maio, às 20h, no Teatro Municipal Café Pequeno.
Artistas de várias gerações compõem a Todo o Mundo Cia de Teatro: os atores Abílio Ramos, Katia Iunes, Marco Aurélio Hamellin e Sol Menezzes/Patrícia Bello, que atuam sob a iluminação de Renato Machado, com a trilha sonora original de Caio Cezar e Christiano Sauer e direção de arte de Marianna Ladeira e Thaís Simões, além da direção de movimento da coreógrafa Carmen Luz.
Acalentada por cinco anos, a montagem já realizou três temporadas: Parque das Ruínas (2016), Teatro Ziembinski (2017) e Serrador (2018). Isso tudo com pouca verba, muita garra e com sucesso de público e crítica!
Os custos para colocar um espetáculo em cartaz são altos e pretendemos realizar essa temporada com a mesma qualidade artística, característica do nosso projeto. Por isso, optamos por realizar o financiamento coletivo na Vakinha, contando com apoio de amigos e parceiros.
Os recursos vindos desse financiamento servirão para custear essa nova temporada: o pagamento de cachês dos atores e equipe técnica, montagem e reciclagem do cenário, montagem e aluguel do equipamento de iluminação, confecção do material gráfico, transporte do cenário e divulgação.
Partimos para essa Vakinha contando com apoio de vocês como parceiros de um projeto cultural de qualidade.
Lançamos as seguintes recompensas: ingressos, livro da peça, outros livros do nosso autor, Ronaldo Lima Lins, e o cartaz da peça.
Os ingressos adquiridos através da recompensa deverão ter as datas previamente agendadas com a produção no site da Vakinha ou pelo e-mail nonada@outlook.com.br .
Se você não estiver no Rio de Janeiro, também pode ajudar de outro local.
O apoio é partir de R$ 20,00 (vinte reais) e vale até quanto você puder colaborar com esse projeto artístico.
RECOMPENSA 1 – Nome como colaborador desse financiamento nos agradecimentos na fanpage do espetáculo. Você recebe ainda programa e cartaz do espetáculo e mais 1 ingresso em dia a combinar. Valor da colaboração: R$ 40,00.
RECOMPENSA 2 – Nome como colaborador desse financiamento nos agradecimentos na fanpage do espetáculo. Você recebe ainda o programa e cartaz do espetáculo, 1 ingresso em dia a combinar e mais o livro da peça "Jacques e a Revolução". Valor da colaboração: R$ 60,00.
RECOMPENSA 3 – Nome como colaborador desse financiamento nos agradecimentos na fanpage do espetáculo. Você recebe ainda o programa e cartaz do espetáculo, 1 ingresso em dia a combinar e mais um livro do nosso autor. Valor da colaboração: R$ 70,00.
A colaboração poderá ser feita no site, por boleto bancário, ou cartão de crédito. Você ainda poderá optar por ter ou não o seu nome como colaborador.

"Jacques e a revolução" é uma inspiradíssima comédia dramática, com tintas fortes e belos diálogos que flertam com a condição humana contemporânea, num mundo atravessado por subornos, apropriação indébita de capital público, zero apreço pelo cidadão, luta das mulheres e intolerância cultural. Tudo isso está lá, na engenhosa dramaturgia de Ronaldo Lima Lins, peça vencedora do Prêmio Maurício Távora – 1989 / Secretaria de Cultura do Estado do Paraná.
"Jacques e a Revolução" traz em sua narrativa uma arquitetura dramatúrgica que alinha tirania, manipulação, jogos de poder. Sedução e sexo recheiam os diálogos de Jacques, um empregado de segundo escalão, e seu patrão, o Empresário. De conversa em conversa, qualquer sentido de moral desaparece. Jacques conta suas proezas e aprende/ensina com o Empresário. A história, que se passa sem definição de lugar e tempo, poderia ser no Planalto Central, numa empresa pública, agronegócio, enfim, na vida real. Na verdade, a peça foi escrita a pedido do mestre Luís de Lima (1925-2002), ator português notabilizado por sua grandeza na mímica. Ele nunca a encenou. “Luís sugeriu em 1989 que Ronaldo elaborasse um texto para teatro a partir de ‘Jacques, o Fatalista, e seu amo’, de Diderot. A ideia era o centenário da Revolução Francesa estar no centro da peça. O que Ronaldo fez, porém, foi estabelecer um diálogo intenso com a obra do filósofo francês iluminista Denis Diderot”, destaca o diretor e dramaturgo Theotonio de Paiva.
As histórias de Jacques receberam um destaque especial através do humor de Ronaldo Lima Lins. São construções provocadoramente deliciosas que nos trazem à mente acontecimentos ligados a outras épocas: histórias de amor, traições, armadilhas etc. Por outro lado, a peça é recheada de pistas falsas, com espelhamento de situações e de personagens, nos levando a querer saber, de fato, o que é verdade ou mentira.
Assistindo ao espetáculo, somos surpreendidos pela forma vigorosa e desconcertante, com que se desenvolve a conversa entre Jacques e seu patrão, entremeada sempre de sucessivas histórias que relatam um para o outro. É essa mesma conversa que serve de eixo à construção dramatúrgica da peça e do espetáculo, realçado por um elenco harmonioso.
"Jacques e a Revolução ou Como o Criado aprendeu as lições de Diderot" é o único texto teatral de Ronaldo Lima Lins, que defendeu sua tese de doutoramento, ‘O teatro de Nelson Rodrigues: uma realidade em agonia’, em 1979n na Sorbonne. O estudo se tornou uma referência sobre o autor de ‘Vestido de Noiva’. Ronaldo Lima Lins é Professor Emérito da Faculdade de Letras da UFRJ, da qual foi diretor por duas vezes. É poeta, ficcionista e autor de livros de ensaio, nos quais elabora reflexões envolvendo cultura, literatura e sociedade. Sua mais recente obra é ‘O Livro e seus algozes’ (Editora Mauad). Recentemente, Carmem Negreiros e Theotonio de Paiva lançaram ‘Ronaldo Lima Lins: criação e pensamento’, coletânea de artigos sobre a obra do escritor (Editora UFRJ).
Momento diverso, porém igualmente perturbador
Theotonio de Paiva, diretor e dramaturgo carioca com mais de 30 anos de trabalho, foi orientando no Mestrado e no Doutorado de Ronaldo Lima Lins. “Dois motivos básicos me levaram a encenar "Jacques e a revolução": a possibilidade de avançar numa pesquisa de linguagem, dentro de uma perspectiva de um teatro narrativo e a percepção que tive na época – e lá se vão 5 anos! – de que estava diante de um texto teatral, que se revelava como uma expressão incomum, por ser capaz de pensar/refletir sobre as grandes questões contemporâneas de um modo extremamente maduro e desconcertante”, afirma.
E continua: “Apesar de escrito num momento diverso, porém igualmente perturbador (no início do processo de democratização do país, à época da queda do muro de Berlim), o texto parece dialogar mais intensamente com os tempos atuais, como se estivéssemos diante de uma espécie de expressão premonitória das sucessivas crises hegemônicas e representativa dos poderes. Para examinar um conjunto de ideias delineadas pelo iluminista francês, a peça reinaugura questões antigas na dinâmica dos últimos séculos da modernidade”.
O “tema da viagem”, conforme aparece em Diderot, em "Jacques e a Revolução", contudo, se concentra num único eixo, no coração de um império econômico, metáfora do próprio sistema. Nessa condição, Jacques e o Empresário passam em revista as suas próprias histórias, ambições e derrotas. O público é colocado diante de uma dialética envolvendo dominador e dominado, na qual há trânsito e alternância de posições. Quem estava por baixo vê-se por cima e vice-versa.
A direção acentua esse jogo de espelhos, numa encenação que exercita o poder da síntese, ao trabalhar com quatro naipes de personagens: dois homens e duas mulheres. Essa composição permite revelar mais claramente o jogo presente no próprio texto, favorecendo uma grande construção dramático-narrativa entre atores e público.
Ficha Técnica
Texto: Ronaldo Lima Lins | Direção e dramaturgia: Theotonio de Paiva | Atores: Abílio Ramos, Katia Iunes, Marco Aurélio Hamellin e Sol Menezzes/Patrícia Bello | Trilha sonora original: Caio Cezar e Christiano Sauer | Direção de arte: Marianna Ladeira e Thaís Simões | Direção de movimento: Carmen Luz | Iluminação: Renato Machado | Design gráfico: Nicholas Martins | Fotos de divulgação: MarQo Rocha e Flávia Fafiães | Auxiliar administrativo: Bruna Mota | Direção de produção: Katia Iunes | Realização: Todo o Mundo Cia de Teatro | Produção: Nonada – Arte e cultura contemporânea.
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Serviço: Jacques e a Revolução, ou como o criado aprendeu as lições de Diderot. Com a Todo Mundo Cia de Teatro. Direção: Theotonio de Paiva.
Gênero: Comédia dramática
Teatro Municipal Café Pequeno – Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Metrô Jardim de Alah
Tel. (21) 2294.4480. De 8 a 30 de maio de 2018 – sempre às terças e quartas
Horários: 20h | Faixa Etária: 14 anos | Duração: 80 min | O café do teatro abre às 19h 30
Valor do ingresso: 40 (inteira) 20 (meia)
FACEBOOK: https://www.facebook.com/jacquesearevolucao/
Contamos com o apoio de vocês para a realização desse projeto. A data para colaborar vai até 6 de junho!!!
