AOS POVOS ORIGINÁRIOS, O TERRITÓRIO ORIGINÁRIO!Nós sempre existimos. Antes de resistir, nós já existíamos. Nossos guerreiros que heroicamente lutaram contra o colonizador escreveram capítulos que nos orgulham. Nós, povos originários do Brasil, somos contrários às narrativas históricas contadas pelos invasores ao povo brasileiro e ao mundo. Nunca fomos descobertos, mas sim invadidos em nossas milhares de aldeias pelos europeus que aqui chegaram, destruíram, assassinaram e posam como heróis em livros, monumentos e nomes de avenidas. Ao defender as nações indígenas contra a escravidão pelo império português, os chefes Cunhambebe, Aimberê, Pindobuçu e Koakira, deixaram há 450 anos o legado que nos reúne agora sob o céu do nosso solo original.Somos flechas. E como somos flechas, fomos lançados a uma missão sem volta, para seguir firmes e ter de volta o nosso lugar de fala, de andar, de cantar, de cuidar, de amar, de ocupar todos espaços que nos foram tirados. E que todo o mundo nos ouça ao lançar a nossa voz, que saibam da verdadeira história, de como protegemos a terra, a natureza, o ar, a água, porque as estrelas e as constelações são testemunhas dos nossos ricos valores.Existimos e resistimos para viver e lutar para reescrever os fatos, para que nas escolas seja ensinado que esta terra pertence originariamente aos nossos parentes. Aos que desconhecem a verdade, saibam que o Brasil foi criado à custa do sangue dos verdadeiros donos deste imenso território. O Brasil é indígena, por isso iremos retomar o que é nosso. Porque se fossemos escolher um lugar no mundo próximo ao paraíso, este lugar seria o Brasil.Cunhambebe, antes de morrer doente, ferido no corpo e na alma, envergonhado diante da humilhação a que levou seu povo por ter acreditado na palavra dos brancos, lançou uma maldição contra os invasores e seus descendentes. O grande líder vaticinou que as terras tomadas seriam as terras do infortúnio, que tudo que ali começasse não chegaria ao fim. Mas este fracasso não é eterno. Com a retomada dos povos originários a paz estará de volta e com ela a fortaleza das nações indígenas Salve os Pataxó de Barra Velha, Pataxó de Carmésia, Pataxó HãHãHãe Caramuru, Pataxó do Rio de Janeiro, Aimoré, Kadiweu, Kaiapo, Baré, Baniwa, Kariri, Kariri Sapuya, Krenak, Kuikuro, Xavante, Kamakã Mongoio, Kambiwá, Botocudo, Bainã, Tupinambá, Munduruku, Arapiuns, Yanomamy, Xukuru, Maytapu, Tupiniquim e Tapuia