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Redesignação Sexual da Ane
Vaquinha / Outros / Dinheiro
Campo Grande / MS

Redesignação Sexual da Ane

ID: 2689862
Nesses 26 anos já vivi umas 3 vidas!Até meus 21 anos eu busquei me enquadrar nos padrões cishéteronormativos, religiosos e familiares tradicionais.Fazia parte de uma igreja tradicional e impelida por ela, comecei a namorar uma mulher cis, c ver tudo
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Vaquinha criada em: 15/02/2022

Nesses 26 anos já vivi umas 3 vidas!

Até meus 21 anos eu busquei me enquadrar nos padrões cishéteronormativos, religiosos e familiares tradicionais.

Fazia parte de uma igreja tradicional e impelida por ela, comecei a namorar uma mulher cis, com quem me preparava para o matrimônio. Financiei uma casa pela Caixa Econômica para ter um teto com minha futura esposa.

Parecia o Castelinho Rosa de muitas pessoas. Mas eu, me sentia encurralada, à beira de um precipício. Esse seria um futuro casamento destinado a fazer duas mulheres sofrerem, eu e minha futura esposa, pois eu não tenho atração por mulheres.

Decidi parar de tentar não ser eu. Mas eu não tinha clareza de quem era eu. Terminei aquele relacionamento de quase 2 anos. Saí da igreja tradicional e fui convidada a me retirar de casa Fui para a minha casa financiada.

Iniciei uma caminhada de autoconhecimento profunda e aos poucos fui parando de rejeitar o meu feminino. Ao passo que me acolhia em essência, fui percebendo que não era um homem feminino, e sim minha realidade enquanto identidade era de uma mulher.

Cada vez mais o universo do homem ia perdendo sentido pra mim.

Então com 25 anos escolhi meu nome social e passei a me identificar como mulher.

Comecei a olhar para minha infância, hábito que nunca tive. Percebi que nunca me enquadrei como um menino, nunca gostei de andar com os meninos e das “coisas de menino”. Me sentia a vontade com as meninas, queria ser como elas e brincar com seus brinquedos.

Enrolava um lençol às vezes na cintura escondida dos meus pais e imaginava uma saia. Tirava a camiseta até a cabeça e fingia ser meu cabelo. Me sentia tão bem, tão eu!

Na adolescência, com a puberdade é como se existisse uma tristeza que não entendia de onde vinha. Hoje percebo, era meu corpo se desenvolvendo de uma forma que não me agradava. O mesmo aconteceu no exército. 

Estive em vários ambientes desconfortáveis. Fiz natação quando adolescente e não gostava de tirar a camiseta, mas tinha que tirar…

Ao saber que iria servir o exército entrei em desespero (sem saber exatamente porque).

 Tinha que tomar banho em banheiros coletivos e evitava ficar nua na frente dos rapazes; sempre usava cueca. Era extremamente desconfortável. Naquela época não sabia o que era disforia. E lá, tinha que ser homem, andar como homem, falar como homem. O que é apenas uma construção social. Porém, meus colegas percebiam que eu era “diferente”.

Ninguém me ensinou sem tabus, o que era uma pessoa transgênero, e a palavra travesti, era sinônimo de uma garota de programa drogada pela madrugada. Como eu poderia pensar que eu seria algo tão “ruim”???

Comecei hormonização por conta, porque o SUS funciona de maneira bem lenta e eu não aguentei esperar. A medida que meu corpo mudava e tinha que aprender a lidar com oscilações de humor, comecei a mudar meu guarda-roupa, e com isso, a me sentir melhor comigo mesma. É como se a vida começasse a se encaixar finalmente!

Minha auto imagem enquanto ia mulher se estabelecendo com muita naturalidade. Mas haviam incongruências entre como eu me via, e o que eu via no espelho e também quando me tocava.

Vou contar algumas situações inusitadas…

Nunca gostei de tomar banho com namorado ou que me observasse nua. Muito menos que me tocasse muito na frente. E se alguém me procurasse para ter relação de penetração já não me interessava em nada. E só de saber que ao conhecer alguém novo para relacionamento eu começava a ficar preocupada com que a pessoa iria querer sexualmente de fato. Evitei conhecer pessoas por isso.

Parece que quanto mais eu evitava ser procurada por ser uma mulher trans com pênis, mais os homens me procuravam por isso. E mais constrangida eu ficava, e mais a disforia crescia em relação ao meu órgão genital.

A cirurgia de Redesignação Genital é irreversível; e não é algo que a gente acorda um belo dia e diz: vou ‘mudar de sexo’. NÃO! É uma cirurgia de grande porte, com 6 horas de duração a depender da técnica usada pelo médico. E são necessários cuidados com a neovagina pelo resto da vida! Métodos esses que usam como base os tecidos, vasos e nervos do órgão original e são reconstruídos ao mais próximo de uma vagina cisgênera, em estética e funcionalidade. Em alguns casos retiram pele da parte inferior do abdômen ou intestino (mas se Deus quiser, não vou precisar).

Deve ser feito um acompanhamento obrigatório com psicólogo e psiquiatra por dois anos para inclusive não haver arrependimento posterior. 

Eu tenho amor próprio, e não teria coragem de tirar a minha vida se houver a possibilidade de mudar meu corpo. E não quero morrer em um corpo masculino! Não mesmo.

Estou na fila do SUS, mas como a média do tempo de espera é 10 anos, e eu levaria o dobro de tempo para guardar esse dinheiro com trabalho comum, abri essa vaquinha para amigos dispostos a contribuir poder ajudar. 

 

Meu pix para valores inferiores a R$25:

Pix: 67 981715163

Meu Instagram é o @ane.loubet

Estou a disposição para falar mais a respeito!

Gratidão, do fundo de minha alma a todes ❤️ 

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