Rali de Como: um encontro com as origens

Emilio Gini foi um dos milhares de italianos que, em tempos delicados na terra natal, optaram pelo Brasil como nova pátria e oportunidade para trabalhar. O imigrante, nascido em Appiano Gentile, próximo a Como, na Lombardia, desembarcou em Niterói e logo fez valer a habilidade como mecânico para trabalhar com qualquer veículo sobre rodas, das bicicletas aos carros. E não se limitou a sujar as mãos de graxa, mas mostrou talento em provas de ciclismo e de motociclismo, nos tempos em que a segurança era inexistente e as ruas serviam de circuito. Uma fatalidade quando trabalhava em sua oficina o levou cedo, muito antes do nascimento do neto Rodrigo, que herdaria a mesma paixão, seja como jornalista especializado, seja como atleta no ciclismo e, mais recentemente, piloto de rali. Foi este o ponto de partida para um projeto que une passado e presente; Brasil e Itália e a paixão de avô e neto pela velocidade. Como é palco, anualmente, de um dos ralis mais tradicionais do país europeu, agora válido pelo CIWRC, o campeonato italiano aberto às máquinas que aceleram no Mundial. A edição 2015 está marcada para 16 e 17 de outubro, nas desafiadoras estradas de asfalto dos trechos alpinos que separam Itália e Suíça. E o objetivo é alinhar na prova com um carro da categoria R1 (tração dianteira, aspirado, com motor até 1.600cc), ideal para quem vai encarar pela primeira vez um rali neste tipo de piso, pouco usado nas provas brasileiras. Com o desafio de completar a prova e fazer história. Por incrível que pareça, será a única participação verde-amarela em uma prova no Velho Continente este ano, o que a torna ainda mais especial.