Sobre a coleção
A coleção Um salve pros cria surgiu em 2020 com a intenção apresentar de forma introdutória temas do cotidiano da juventude negra pelas suas próprias palavras. Com linguagem popular, temas como economia, encarceramento, filosofia, arte e política vem sendo o alvo das nossas edições.
Sobre o livro
A partir de suas experiências na graduação em filosofia, nos estágios de licenciatura no Oziel, na militância política antirracista e de educação popular e da capoeira angola, o autor de Filosofias da nossa gente introduz uma concepção de Filosofia ressignificada tanto pela cultura de rua, popular, quanto pelos estudos e vivências de filosofias africanas, em afroperspectiva, entre outras coisas. A Filosofia se torna, ao mesmo tempo, a volta a lugares antigos, a revolta com a época atual e a reviravolta na imaginação de um futuro em aberto. A seguir, confira alguns trechos do livro e desperte a curiosidade filosófica que habita em todes nós.
Trecho do prefácio:
Numa tarde de 2015, um jovem estudante de filosofia se aproximou da mesa em que eu estava sentado. Nós dois, interessados em filosofia, conversamos sobre nossa insatisfação com uma filosofia estéril, engessada, quase cheirando a naftalina que nos era apresentada nos cursos. Será que a filosofia era só aquilo mesmo?
[…] A resposta que José Victor aqui oferece permite que a pessoa que o lê coloque seu dedo no pulso da filosofia, e possa sentir sua vida.
Não há a menor dúvida de que há várias respostas para a questão sobre o que é filosofia. Tais respostas refletem diferentes formas de entender não só a disciplina, mas o mundo como um todo. E é por isso que fico animado com o presente texto. Nele, a filosofia aparece como algo vivo, fortemente conectado a outras dimensões da vida humana. José nos conduz a uma noção de filosofia que se integra à ampla luta por um mundo mais justo, sempre nos lembrando que a filosofia também teve um papel na construção do mundo desigual que conhecemos hoje.”
Teófilo Reis
Trecho da conclusão:
“Critiquei de início Platão e Aristóteles, e podia ser mais outros, para mostrar como suas filosofias aceitavam desigualdades sociais. Tentei desfazer associações banalizadas que sobrevoam em volta da Filosofia, como moscas ou mosquitos zunindo que não te deixam dormir nem sonhar, espécimes vindas do Norte Global. O eurocentrismo e elitismo da Filosofia Ocidental e universitária estão diretamente ligados com a ideia e prática anti-popular de filosofia como abstrata, inalcançável ou difícil de compreender. Os problemas estruturais da Educação não ajudam a solucionar esse problema, pelo contrário, o reforçam. Por essas e outras defendo uma Filosofia das ruas, dos campos, das matas, das pessoas oprimidas em resistência à opressão e luta por sua libertação.
Outra coisa, na mesma pegada. Sendo que a busca por ‘uma origem da filosofia’ representa a disputa social e geopolítica por uma espécie autoritária de autoridade, na contramão disso a gente democratiza a Filosofia propondo a tese de uma natureza humana filosofante. Em todos os povos humanos espalhados pela Terra havia e há pessoas filosofando. E se antes os mais dedicados à filosofia eram os mais privilegiados, agora sabemos, ‘com o bucho mais cheio comecei a pensar’, que filosofando posso me humanizar. Por tanto: ser humano é ser filosófico.
Ao final, não cabe aqui discutir diferenças entre causa, motivo e razão, argumento inválido, válido e sólido, filosofia e história da filosofia. Vou no básico.
Filosofia envolve coparticipação e corresponsabilidade com a permanente recriação do mundo, expressa por um pluriverso de oralidades, imagens, gestos, escritas e leituras que podem costurar mapas de caminhos da libertação a partir da nossa cosmopercepção, multissensorial, polirracional, intercultural. Esses caminhos devem ser anticoloniais, anticapitalistas, feministas, antirracistas, ambientalistas, contra-hegemônicos.”
Sobre o autor
Santista descendente de nordestines, jovem tranquilo, calmo como uma bomba, escritor de um pretérito imperfeito, ou do hoje com cara de ontem, capoeira angoleiro, musicalmente eclético, politicamente inquieto. Estudante de filosofia e ciência política da Unicamp, educador popular e pesquisador da história do pensamento contemporâneo, africano e latino-americano. Membro do GEFAA (Grupo de Estudos de Filosofias Africanas e Afrodiaspóricas) desde sua fundação em 2016 e do Cursinho Popular TRIU. Participante do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp (2015-2016), do Centro Acadêmico de Filosofia (2015-2016), do Cursinho Popular Quilombo Urbano OMG (2017-2019) e da Rede Ubuntu de Acolhimento a ingressantes indígenas (2019).
Sobre a editora
A Anansi Editora Impressora (@anansi.editora) surgiu em 2018 com o propósito de privilegiar autores e leitores negros como forma de reocupação do nosso espaço psicológico. Fraturando o imaginário étnico-racial que privilegia a brancura e suas raízes europeias, buscamos promover o diálogo, a ancestralidade e a resistência como ferramentas pedagógicas de libertação.
Valor total do projeto R$4.600,00
Descrição dos gastos
Descrição dos gastosR$ 800,00 impressãoR$ 1.200,00 serviços editoriais (editoração, ISBN, revisão, design, diagramação)R$ 500,00 recompensasR$ 500,00 freteR$ 770,00 remuneração do autorR$ 600,00 remunaração da produtoraR$ 330,00 taxas do site
Recompensas:
*frete incluso
R$16 Você receberá 1 livro digital
R$30 Você receberá 1 livro impresso + 1 adesivo + 1 marca página
R$40 Você receberá 1 livro impresso + 1 adesivo + 1 marca página + print A4. Frete incluso.
R$60 Você receberá 2 livros + 2 adesivos + 2 marca página. Frete incluso.
R$80 Você receberá 2 livros + 2 adesivos + 2 marca página + 2 print A4. Frete incluso.
R$160 Você receberá 2 livros + 2 adesivos + 2 marca página + 2 print A4 e enviará um kit de 2 livros + 2 adesivos + 2 marca página + 2 print A4 para uma biblioteca popular. Frete incluso.