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Ajude uma família, estenda-nos a mão!

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Vaquinha criada em: 23/04/2018

Meu nome é Sabrina, tenho 33 anos e sou cega de ambos os olhos. De acordo com o que sei, fiquei cega devido a maus tratos que sofri na infância, pancadas consecutivas na cabeça, desnutrição, etc... Não sei de fato da minha história antes daí, dessa parte da minha infância, só carrego marcas físicas para saber que isso foi real, mesmo que não saiba como, nem por quem foi feito.. Aos 3 anos, fui adotada por uma família com poder aquisitivo bem bacana; nunca me contaram direito a história da minha adoção, o que me disseram foi algo vago e surreal, que ao crescer fui vendo que é cheio de pontas soltas. Sim, tive coisas materiais boas, estudei, mas, nunca me satisfiz com o que me faltava. Faltava amor, respeito, faltava me sentir parte daquela família. Meus pais e irmãos eram extremamente machistas, e aliando esse comportamento ao fato de eu ser uma mulher e cega, a superproteção foi se tornando algo insuportável. De que adianta fazer faculdade, se sempre tem alguém ao fim da aula para te escoltar até em casa? De que adianta trabalhar, se todos escolhiam o que você deveria vestir, que cor pintar as unhas, como cortar seu cabelo? E os namorados, a, esses eu não podia ter. Era de qualquer forma absurdo, ou inconcebível que eu tivesse um relacionamento. Por mais que eu brigasse para ter uma vida normal, eu só terminava trancada no quarto chorando e sendo oprimida por uma cultura machista e patriarcal. Conheci então um cara na internet, a, a internet, o único lugar onde eu podia ser eu mesma. A janela que me mostrava o mundo lá fora, que me permitia respirar e ter vontade de voar. Me apaixonei, e decidi largar tudo. Faculdade, estágio, casa... Mas, quem não largaria, se sentindo em uma gaiola, como eu? Inicialmente tentamos o diálogo com a família, como se mostraram irredutíveis, o único jeito foi juntar minhas roupas e vir embora. Saí do calor de Fortaleza, onde eu tinha "tudo", para vir para o frio de Curitiba. Desorientada, perdida, sozinha, mas, com aquele frio na barriga de expectativa de coisas novas e boas pela frente. Mal sabia eu o que ia sofrer... De uma família machista e superprotetora, caí em um relacionamento abusivo, onde fui violentada de diversas formas, tanto física como psicologicamente. Meus familiares não me ligavam, e quando eu tentava contato, eram frios, como se eu houvesse cometido um crime por tentar ter independência. Obviamente que ele usava o fato de eu não ter ninguém para obter mais controle sobre mim. Me sentia solitária, desamparada em uma cidade estranha, mas, ouvi a vida inteira que quando casamos, devemos continuar com a pessoa pra sempre. Não casei no papel, mas, aquele era o casamento que eu havia escolhido, e tentei aguentar como podia. Mesmo que chorasse todos os dias, mesmo que fosse insultada todos os dias, eu deveria continuar. Eu trabalhava em dois empregos, mas, chegava em casa, e tinha de lavar louça, fazer jantar, limpar a casa e fazer sexo, porque era assim que uma boa esposa deveria ser. Onde estava a menina que se rebelava tanto para usar a roupa que queria, ou sair quando queria? Tinha sido suprimida pelo medo, de ficar sozinha, de ir pra rua... Antes de sair de casa, meus pais, em um último ato de "amor", redigiram um documento que dizia que mesmo que eu viesse a morar na rua, eles não teriam obrigação ou responsabilidade alguma sobre mim. Esse documento foi o maior motivo para eu aguentar tudo durante dois anos e meio. Um dia, ele tentou me violentar a força, me bateu, me ofereceu ao pai dele, depois de ter bebido muito. Eu não aguentei mais. Saí com a roupa do corpo para trabalhar, e decidi que não voltaria nunca para aquela vida, mesmo que não tivesse para onde ir. A tia dele me acolheu, fiquei na casa dela até que tivesse como me reestruturar. Trabalhando em dois empregos, saindo de casa as 05:30 e chegando 22:00, na época, para ganhar R$ 900, consegui alugar um cantinho pra mim. Conheci alguém legal, estamos juntos até hoje. Me respeita, me ama. Mas, as dívidas foram vindo. Pegávamos emprestado aqui, pra cobrir ali... Sem rede de apoio, sem família, ele fazendo bicos pra tentar ajudar em casa, mas, também cego total e com poucas oportunidades. Eu me afastei do emprego,. Tudo o que vivi na infância, no casamento anterior e agora com a pressão abusiva por metas na empresa onde trabalhava, culminou em síndrome do pânico. Com o afastamento, as dívidas foram aumentando. Mesmo assim, tinha um emprego que parecia ser estável. Decidimos ter um bebê, o que eu mais queria na vida, era ser mãe. Era minha oportunidade de ressignificar tudo o que vivi. Após o nascimento dela, me senti mais forte para tentar voltar a trabalhar. Ainda tinha crises, porém, havia um serzinho por quem lutar.

Dava mamar a noite inteira, mas, ia trabalhar sempre com um sorriso no rosto, pois, sabia que ela estaria me esperando com suas mãozinhas estendidas depois. Contudo, mães não são bem vindas em ambientes empresariais... Fui mandada embora pouco tempo depois de acabar minha estabilidade. E cá estamos nós. Com uma dívida de R$ 30000 para pagar, sem emprego, esperando uma possível reintegração por síndrome do pânico. Marido ganha um benefício por deficiência que é no valor de um salário mínimo. Atualmente, minha conta foi bloqueada judicialmente pelo atraso da dívida . Não temos renda para reparcelar esse valor, pois, com o que ele recebe, e minhas parcelas do seguro que já estão acabando, quitamos aluguel, luz, alimentação e os gastos com uma criança de um ano e meio. Nos ajudem a respirar, no momento, sinto como se eu estivesse me afogando, mas, sei que os braços estendidos de acolhimento serão nossos salva-vidas nessa travessia de águas turbulentas.

 

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