

Meu nome é Carolina, tenho 33 anos, sou mãe de 2 meninos maravilhosos, Joaquim e Francisco. Sou uma mãe empreendedora, que faz da cozinha uma terapia, que ama arte.
Filha de pai administrador de empresas e violeiro nas horas vagas; e de mãe funcionária pública e confeiteira de mão cheia nos aniversários de família. Decidi fazer do hobby dos meus pais a minha profissão.

Depois de trabalhar um tempo na área da Educação, de me casar, mudar quatro vezes de cidade e ter meu primeiro filho, decidi empreender aliando a maternidade à carreira. Bonito e desafiador esse caminho, que também é longo, com altos e baixos.

Iniciei o Jardim Secreto quando o Joaquim tinha 2 anos: fiz evento gastronômico, cinema ao ar livre, mutirões, aulas de culinária e jardinagem para crianças, círculo de mulheres no quintal da minha casa, que era maravilhoso e surpreendente pelo seu tamanho, suas roseiras e jabuticabeiras: o berço do Jardim Secreto.


Com planos de crescer, almejei criar mesmo um negócio. Engravidei do Francisco, adiei um pouco mais o meu projeto, fiz parceria com outros espaços e realizei alguns eventos. Tudo inconstante, como a vida de uma mãe.
No ano passado, com a nova rotina caseira, me propus algo que queria há algum tempo: fazer pães, granola, pão de queijo, iogurte para a minha família. E assim o fiz.

E logo quis levar para as outras pessoas a mesma qualidade alimentar que proporcionava para minha família. Fazia entregas semanais de produtos artesanais feitos por mim e outros produtores da cidade. Foi muito gostoso e me impulsionou a querer novamente fazer do Jardim Secreto um lugar onde as pessoas poderiam comer, conversar, se nutrir de comida boa e de arte.
Na busca pelo local ideal, consegui uma bela casa no Bairro Monte Alegre, um bairro antigo, pacato e charmoso em Piracicaba, interior de São Paulo.

A casa antiga carrega história de mais de 100 anos. Cheia de cantinhos e de paredes remendadas, nos chamou a atenção pela medida certa de ocupação: uma família de 5 pessoas e um Jardim Secreto.

Na chegada, fiz o projeto. Arquiteta? não sou! Mas pedi ajuda e fui fazendo. Desenhei. Por onde começar? Conversando com uma amiga ela me lembrou de uma lata de tinta que eu havia adquirido em uma troca de serviço. Era lilás. Mas a cor que eu queria... era rosa. Dei um jeito: tirei o pigmento lilás e fui criando a minha cor. Dessa lata de tinta eu comecei uma reforma na edícula da casa para abrigar o meu projeto tão sonhado.
Foram 4 meses de reforma a duas mãos. Sim, fiz tudo sozinha, recebendo ajudas pontuais do meu marido e da minha irmã Carine. Me desafiei em atividades que não tinha muita afinidade: pintar tetos, paredes, portas, janelas, chão; lixar, envernizar e montar móveis, furar paredes, instalar prateleiras... foi um trabalho árduo, mas muito recompensador.
O meu sonho é movido pelo fazer. Por isso faço questão de contar esses detalhes.
Por fim, estou na última etapa de construção desse lugar, que é comprar alguns móveis, uma bancada de pedra, alguns utensílios e equipamentos de cozinha.
Já fiz 90% com a minha força de trabalho e ajuda amorosa de amigos que me deram dicas, emprestaram equipamentos e materiais. Agora eu gostaria de contar com a ajuda de mais pessoas para finalizar a realização desse sonho!
O Jardim Secreto é um espaço de convivência, uma cozinha artesanal, um quintal para receber quem estiver precisando de um cafezinho, uma prosa, uma broa, um lugar quietinho para pensar, um lugar de exposição e contemplação de arte simples, feita por gente como a gente.
É o lugar aonde eu coloco os meus talentos culinários e reúno pessoas que também tem talentos, seja na cozinha, na música, nas artes manuais.
Como guardiã desse espaço, eu me coloco a serviço, semeando um desejo de reunir as pessoas de maneira segura, como forma de nutrição para nossas almas que estão tão necessitadas de contato humano e de arte neste momento.
Para não ficar dúvidas, este é um empreendimento pessoal, que apesar de beneficiar as pessoas, não é um projeto gratuito. Além dos objetivos acima citados, o meu objetivo pessoal é obter a minha independência financeira, que perdi quando me tornei mãe. É poder ganhar dinheiro vindo do meu trabalho, que é cheio de significado e amor. Mas é sim, um trabalho.
Agradeço imensamente pelo seu interesse no meu projeto!
Espero que de alguma forma ele possa te alimentar.
*Foto da capa: Priscila Millions