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O buquê da Nega Fulô - pagando a (in)Justiça

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O buquê da Nega Fulô - pagando a (in)Justiça
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Vaquinha criada em: 06/08/2020

A Nega Fulô foi processada.

Pois é, aconteceu. Pela primeira vez em 7 anos de flores, sorrisos e bons feedbacks.

E como tanto na vida pessoal quanto na profissional eu pauto as relações na transparência, preciso contar a experiência para vocês.

Entreguei um buquê com atraso, o que ocasionou o atraso da cerimônia em 30 minutos. No dia, eu tinha antes da entrega do buquê, a finalização de uma festa e saí do local com quase duas horas de antecedência para a hora do buquê. Tempo de sobra, não fossem os imprevistos do caminho: problemas com pneu que nos fez parar e esperar socorro pra resolver, blitz que atravancou trânsito, inúmeros sinais fechados, trânsito lento.

Durante todo o período mantive contato com a cerimonialista, equipe de fotografia e noiva, acalmando a todos e garantindo a minha chegada. A preocupação de todos era perder a luz do dia pois não tinham contratado iluminação para a cerimônia e eu assegurei que chegaria antes que a luz ficasse ruim. Assim aconteceu: cheguei, entreguei os itens florais e, passando mal, com taquicardia, fui conversar com o dono da casa de festas.

Ele me garantiu que como o tempo passado da cerimônia era muito pequeno, o casal não seria cobrado pelo período e nem perderia tempo de festa. Eu, em agradecimento tanto pelo acolhimento (eu realmente precisei de atendimento, tamanho o meu nervosismo) quanto pela compreensão, ofereci um buquê de presente para qualquer noiva deles que viesse nos próximos meses. Fui pra casa aliviada e certa de que tudo tinha dado certo no final.

Entrei em contato no mesmo dia com os fotógrafos que me garantiram que as fotos pós cerimônia tinham ficado boas e que tudo tinha corrido bem.

Imaginem qual não foi a minha surpresa quando recebi, meses depois, a intimação: o noivo havia me processado alegando dano material pelo pagamento de hora extra de festa e dano moral pelo transtorno causado, perda de fotos, etc.

De cara, gelei. Depois, assessorada, nos preparamos para a audiência.

No dia, ficou constatado o que eu já sabia: não havia prova de pagamento de hora extra de festa. Nenhum recibo, nada.

Também não houve prejuízo no registro, inclusive a casa de festas havia postado fotos do casal saindo da cerimônia com uma luz ótima.

Ficou constatado nesse dia também o que sempre havia passado na minha cabeça: tinha racismo no meio. Recebi ‘aquele’ olhar várias vezes. Aquela respiração ofegante de quem pensa ‘quem essa neguinha pensa que é pra não baixar a cabeça e pagar pela ousadia de desorganizar meu planejamento?’.

E assim seguiram os capítulos. Levamos provas, contestamos, recorremos, debatemos. Declarei hipossuficiência por não estar trabalhando na pandemia. Mas, o que começou elitista e racista, seguiu elitista e racista até o veredito.

Perdemos! Perdi. INDENIZAÇÃO DE CINCO MIL REAIS. Cinco mil reais em plena pandemia, por algo que sequer pude controlar. Por um caso fortuito. Ou pela ousadia da mulher preta em resistir.

Então, esse post tem como finalidade além de compartilhar esse acontecimento, pedir ajuda.

Terei que pagar esse valor e não tenho essa quantia no momento. Como eu jamais pediria dinheiro a alguém, venho aqui com o que eu tenho a oferecer: meu trabalho.

Preciso da ajuda de vocês que conhecem, curtem e apoiam o trabalho dessa microempreendedora preta. Compartilhem esse post, os produtos ou a página da Nega, mostrem o trabalho pra amigos que querem presentear, comprem para presentear ou para decorar suas casas. Um vasinho de barro, um vasinho de vidro... tudo vai ajudar.

Nessa corrida, cada arranjinho contará pra que eu possa honrar esse compromisso e continuar existindo e resistindo com a minha arte.

Desde já agradeço demais a quem sempre acreditou e confiou no meu trabalho, aos fornecedores e advogados que me ajudaram na defesa e deixo registrado aqui que, mesmo abalada, retiro uma lição disso tudo e garanto que sairei desse caos ainda mais forte, com a ajuda de vocês.

Beijos da Ara - Nega Fulô 

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