O BOLEMA precisa de sua ajuda
Nós, editores do BOLEMA, nos dirigimos a vocês, Autores, editores, pareceristas e leitores do BOLEMA, com um pedido inusitado e uma informação desagradável, e nos sentimos realmente aborrecidos por termos que recorrer a esse expediente.
A situação financeira das revistas acadêmicas, que sempre foi bastante delicada, durante esse ano de 2019 tornou-se insustentável. Nossa Universidade, a UNESP, financiava parte dos gastos para publicar as três edições anuais. Junto a esse financiamento, sempre contamos com o apoio do CNPq, cujo Edital para Publicação de Periódicos financiava outra parte do orçamento mínimo necessário para continuarmos a distribuir o BOLEMA religiosamente nos meses de abril, agosto e dezembro. Ainda que sempre tenhamos tentado obter outros financiamentos, era com essas duas fontes que contávamos para produzir o Boletim.
Nesse ano de 2019, a Reitoria da UNESP cancelou o edital de apoio a periódicos e o CNPq e nos concedeu pouco mais de 10% do montante que usualmente recebíamos. A situação do país – mais notadamente ainda a situação das Universidades e das agências de apoio à pesquisa – não nos permite projetar uma melhora desse cenário para os próximos anos.
Os montantes que recebemos são empenhados em poucas atividades que, mesmo sendo fundamentais, foram reduzidas ao estritamente vital para manter a circulação do BOLEMA. Contamos com duas doutorandas que nos auxiliam nos trâmites cotidianos e que recebem, cada uma, ¾ do valor de uma bolsa de Iniciação Científica (o valor de referência é a bolsa de IC do CNPq); pagamos as revisoras especializadas em língua portuguesa, inglês e espanhol, e cumprimos as exigências da SciELO (que implica gerar arquivos XML para que os artigos possam ser publicados no site da Coleção). Nós, editores do BOLEMA, nossos editores associados e pareceristas – que realizam um trabalho fantástico e nos ajudam a agilizar sobremaneira os trâmites de avaliação e publicação efetiva, de modo a diminuir consideravelmente o prazo entre submissão e divulgação, que é o menor se consideradas as revistas da nossa área no Brasil -, fazemos um trabalho voluntário, sem receber qualquer contrapartida financeira.
Os gastos para cumprir as exigências da SciELO são extremamente significativos, e esse montante é o que mais onera nossa folha de pagamentos. Entretanto, não podemos abrir mão de participar dessa Coleção, já que somos o único periódico da Educação Matemática nela. Ter obtido a aprovação para que o BOLEMA estivesse na SciELO traz vantagens inequívocas para nossos autores e implica um peso político para área, do qual não podemos abrir mão.
Alguns dos nossos editoriais discutem, desde o ano de 2013, quão delicada é essa situação de participar da SciELO, já que nossa comunidade compreende certamente as vantagens disso, mas desconhece o ônus que pagamos para permanecer na Coleção. A extinção das edições impressas, decisão que tomamos no ano de 2014 visando a atender as necessidades contemporâneas mas com a qual também pensávamos em diminuir nosso custo de produção, não foi bem sucedida posto que a SciELO passou a exigir a transformação dos arquivos (que tem que ser terceirizada), o que implicou um custo ainda maior que aquele da produção de exemplares impressos. Além disso, não se pode dizer que a SciELO é sensível à situação dos editores e do corpo editorial das revistas, visto que cada vez mais são feitas exigências que visam a uma profissionalização das atividades de editoração, embora sejamos professores universitários que, além de atuar como editores (ao contrário de boa parte das revistas estrangeiras, cuja edição e trâmites editoriais são feitos por profissionais especializados que desempenham apenas essa função), temos uma extensa lista de outros compromissos acadêmicos que são conhecidos por todos.
Dada essa situação, decidimos que a partir do próximo ano, 2020, a submissão e a publicação de artigos no BOLEMA serão cobradas dos autores de modo a garantir a circulação nos moldes em que ela ocorre hoje. Estamos estudando os valores a serem cobrados de modo a não onerar nossos autores além do necessário. Sabemos que essa medida é drástica e impopular, mas ainda assim, necessária. Continuaremos a buscar financiamentos de modo a diminuir os valores a serem pagos, mas não podemos abrir mão do montante a ser arrecadado com as submissões e, no caso dos textos aprovados, com a divulgação dos artigos. Essa é a informação desagradável que tínhamos a dar a todos os nossos parceiros, sejam editores, sejam autores ou pareceristas.
Precisamos, ainda, organizar a situação relativa a este ano editorial de 2019, e disso segue a solicitação que fazemos a todos vocês. Gostaríamos de contar com a colaboração de todos para conseguir fechar as contas desse ano, e por isso solicitamos uma contribuição, voluntária, de modo a podermos honrar os pagamentos dos revisores e os gastos para geração dos arquivos XML que devem ser enviados à SciELO. Nossa situação financeira é, como relatado, delicada, mas temos a vantagem de, ao contrário de muitas outras revistas brasileiras, não termos dívidas acumuladas de anos anteriores, o que tornaria mais desastrosa essa situação (como, infelizmente, é o caso de vários outros periódicos).
Agradecemos a todos, acreditando que nossa comunidade contribuirá com o BOLEMA do mesmo modo como, nesses 35 anos, o BOLEMA tem contribuído com nossa comunidade.
Cordialmente,
Os Editores
Antonio Vicente Marafioti Garnica
Marcus Vinícius Maltempi
Maria Aparecida Viggiani Bicudo
Roger Miarka
Nós, editores do BOLEMA, nos dirigimos a vocês, Autores, editores, pareceristas e leitores do BOLEMA, com um pedido inusitado e uma informação desagradável, e nos sentimos realmente aborrecidos por termos que recorrer a esse expediente.
A situação financeira das revistas acadêmicas, que sempre foi bastante delicada, durante esse ano de 2019 tornou-se insustentável. Nossa Universidade, a UNESP, financiava parte dos gastos para publicar as três edições anuais. Junto a esse financiamento, sempre contamos com o apoio do CNPq, cujo Edital para Publicação de Periódicos financiava outra parte do orçamento mínimo necessário para continuarmos a distribuir o BOLEMA religiosamente nos meses de abril, agosto e dezembro. Ainda que sempre tenhamos tentado obter outros financiamentos, era com essas duas fontes que contávamos para produzir o Boletim.
Nesse ano de 2019, a Reitoria da UNESP cancelou o edital de apoio a periódicos e o CNPq e nos concedeu pouco mais de 10% do montante que usualmente recebíamos. A situação do país – mais notadamente ainda a situação das Universidades e das agências de apoio à pesquisa – não nos permite projetar uma melhora desse cenário para os próximos anos.
Os montantes que recebemos são empenhados em poucas atividades que, mesmo sendo fundamentais, foram reduzidas ao estritamente vital para manter a circulação do BOLEMA. Contamos com duas doutorandas que nos auxiliam nos trâmites cotidianos e que recebem, cada uma, ¾ do valor de uma bolsa de Iniciação Científica (o valor de referência é a bolsa de IC do CNPq); pagamos as revisoras especializadas em língua portuguesa, inglês e espanhol, e cumprimos as exigências da SciELO (que implica gerar arquivos XML para que os artigos possam ser publicados no site da Coleção). Nós, editores do BOLEMA, nossos editores associados e pareceristas – que realizam um trabalho fantástico e nos ajudam a agilizar sobremaneira os trâmites de avaliação e publicação efetiva, de modo a diminuir consideravelmente o prazo entre submissão e divulgação, que é o menor se consideradas as revistas da nossa área no Brasil -, fazemos um trabalho voluntário, sem receber qualquer contrapartida financeira.
Os gastos para cumprir as exigências da SciELO são extremamente significativos, e esse montante é o que mais onera nossa folha de pagamentos. Entretanto, não podemos abrir mão de participar dessa Coleção, já que somos o único periódico da Educação Matemática nela. Ter obtido a aprovação para que o BOLEMA estivesse na SciELO traz vantagens inequívocas para nossos autores e implica um peso político para área, do qual não podemos abrir mão.
Alguns dos nossos editoriais discutem, desde o ano de 2013, quão delicada é essa situação de participar da SciELO, já que nossa comunidade compreende certamente as vantagens disso, mas desconhece o ônus que pagamos para permanecer na Coleção. A extinção das edições impressas, decisão que tomamos no ano de 2014 visando a atender as necessidades contemporâneas mas com a qual também pensávamos em diminuir nosso custo de produção, não foi bem sucedida posto que a SciELO passou a exigir a transformação dos arquivos (que tem que ser terceirizada), o que implicou um custo ainda maior que aquele da produção de exemplares impressos. Além disso, não se pode dizer que a SciELO é sensível à situação dos editores e do corpo editorial das revistas, visto que cada vez mais são feitas exigências que visam a uma profissionalização das atividades de editoração, embora sejamos professores universitários que, além de atuar como editores (ao contrário de boa parte das revistas estrangeiras, cuja edição e trâmites editoriais são feitos por profissionais especializados que desempenham apenas essa função), temos uma extensa lista de outros compromissos acadêmicos que são conhecidos por todos.
Dada essa situação, decidimos que a partir do próximo ano, 2020, a submissão e a publicação de artigos no BOLEMA serão cobradas dos autores de modo a garantir a circulação nos moldes em que ela ocorre hoje. Estamos estudando os valores a serem cobrados de modo a não onerar nossos autores além do necessário. Sabemos que essa medida é drástica e impopular, mas ainda assim, necessária. Continuaremos a buscar financiamentos de modo a diminuir os valores a serem pagos, mas não podemos abrir mão do montante a ser arrecadado com as submissões e, no caso dos textos aprovados, com a divulgação dos artigos. Essa é a informação desagradável que tínhamos a dar a todos os nossos parceiros, sejam editores, sejam autores ou pareceristas.
Precisamos, ainda, organizar a situação relativa a este ano editorial de 2019, e disso segue a solicitação que fazemos a todos vocês. Gostaríamos de contar com a colaboração de todos para conseguir fechar as contas desse ano, e por isso solicitamos uma contribuição, voluntária, de modo a podermos honrar os pagamentos dos revisores e os gastos para geração dos arquivos XML que devem ser enviados à SciELO. Nossa situação financeira é, como relatado, delicada, mas temos a vantagem de, ao contrário de muitas outras revistas brasileiras, não termos dívidas acumuladas de anos anteriores, o que tornaria mais desastrosa essa situação (como, infelizmente, é o caso de vários outros periódicos).
Agradecemos a todos, acreditando que nossa comunidade contribuirá com o BOLEMA do mesmo modo como, nesses 35 anos, o BOLEMA tem contribuído com nossa comunidade.
Cordialmente,
Os Editores
Antonio Vicente Marafioti Garnica
Marcus Vinícius Maltempi
Maria Aparecida Viggiani Bicudo
Roger Miarka
