O único e principal objetivo desta campanha é arrecadar recursos que venham a custear o tratamento de imunoterapia pela qual minha mãe, Maria das Neves, de 74 anos, necessita para continuar vivendo e sorrindo. Depois de 14 anos na luta contra o câncer, sendo submetida à quimioterapia agora ela precisa de outro tratamento e urgente.
A primeira vez que ela recebeu o diagnóstico de câncer foi em 2006. Catorze anos depois, após seis cirurgias e incontáveis sessões de quimioterapia, continua lutando contra a doença. Há cinco meses, a batalha tem sido na Justiça.
Devido aos anos submetidas à quimioterapia que não são mais eficientes para a regressão da doença, minha mãe desenvolveu uma reação alérgica aos medicamentos e, por recomendação médica, buscou um tratamento alternativo: a imunoterapia. No entanto, este tratamento não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na última quimioterapia ficou sem andar, paralisada. Foi então que os médicos recomendaram a imunoterapia.
A imunoterapia consiste no uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz. Atualmente, ela apresenta tumores nos pulmões, nas costelas e no fígado.
ENQUANTO ISSO, NA JUSTIÇA
Em abril deste ano, procuramos o Núcleo de Saúde da Defensoria Pública. Em 20 de julho, o juiz Henaldo Silva Moreira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), determinou o sequestro de R$ 121.931,49 das contas da Secretaria de Saúde. Montante suficiente para custear três ciclos do tratamento, de acordo com orçamentos apresentados pela defesa da aposentada.
A Secretaria de Saúde recorreu e apresentou estimativa de custo menor. O valor, no entanto, contemplava apenas o fornecimento dos medicamentos, sem levar em consideração os gastos com equipes médicas durante o tratamento. O juiz, então, suspendeu o sequestro e determinou o pagamento dos valores apresentados pela pasta.
É um tratamento intravenoso, que precisa de acompanhamento médico. Conseguimos apenas os medicamentos. Mas o que vamos fazer com eles? Não posso aplicá-los na minha mãe. Ela é uma guerreira. Mesmo depois de tanto tempo de luta contra o câncer, de todos os procedimentos pelos quais ela passou, ela continua forte e sorridente. A vida dela é uma história de superação.
Recorremos, novamente, mas ainda não conseguimos a decisão favorável. Enquanto isso, ela sente os efeitos do tempo sem os cuidados médicos adequados. Está piorando, inchando. Não tem como ficar sem medicação.
A Secretaria de Saúde informou que todas as medidas estão sendo adotadas para cumprimento da decisão o mais rapidamente possível. Por tratar-se de medicamento não padronizado, o processo de compra ainda está em andamento.
Por favor. Não temos mais como esperar essa decisão judicial para aplicação dessa inunoterapia. Já se passaram cinco meses, o CEA subiu muito o que mostra a progressão acelerada da doença. Ela por sua vez consegue perceber no próprio corpo o surgimento de outros tumores.
Não posso deixar minha mãe morrer, ela é tudo pra mim. Precisamos pelo menos do valor das primeiras sessões até que a justiça consiga resolver isso para não perder mais tempo ainda. Então quem puder ajudar a salvar minha mãe eu ficaria muito agradecido.
* CEA é um marcador tumoral que pode estar elevado em diversos tipos de câncer.
Fotos: Rafaela Feliciano (Metrópoles)
https://www.metropoles.com/colunas-blogs/grande-angular/a-espera-de-decisao-judicial-idosa-do-df-esta-ha-5-meses-sem-tratamento-contra-cancer