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Novos desafios na carreira contábil

ID: 723907
Novos desafios na carreira contábil
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Vaquinha criada em: 19/09/2019

Tive meu Projeto de Tese (Trabalho Final de um Curso de Doutorado) aprovado para apresentação e discussão no XVII Congresso Internacional de Contabilidade e Auditoria (Porto - Portugal) e considerando o momento vivido pela nosso País minha Universidade está com limitações orçamentárias. Neste trabalho vamos discutir as novas características da carreira e do ambiente profissional. Preciso de ajuda para alcançar esse objetivo e contribuir com as organizações a repensarem as estruturas das relações sujeito-trabalho.

 

Para saber um pouco mais da minha história quero compartilhar com vocês um texto que eu publiquei na Revista ABRACICON Saber - 2018. 

“Negro quer Dançar Samba e ser Doutor”[1]

 

Por Iago França Lopes

 

(...) Eu tenho duas lembranças marcantes da minha infância, vivida em Iporanga, interior do estado de São Paulo, que hoje fazem cada vez mais sentido. A primeira delas foi quando eu tinha entre meus 6 e 7 anos, período em que a criança inicia o processo de troca da dentição. É aquela época da vida em que tiramos os nossos tão famosos dentes de leite e ganhamos dentes permanentes. E nesse período eu me recordo claramente da minha Mãe (Antonia Aparecida de França) me falando que caso os meus dentes nascessem tortos nós não teríamos recursos financeiros para custear um aparelho ortodôntico. A segunda lembrança, também está relacionada a ausência de recursos financeiros, esta envolve a possibilidade de não ingresso na universidade caso eu não conquistasse uma bolsa de estudos. Com esses dois fatos, posso afirmar que tive o meu primeiro contato com o que hoje chamo de responsabilidade. Eram dois feitos que dependiam só de mim, conseguir ter os dentes alinhados e ingressar no ensino superior. Na época não tinha noção do significado e muito menos da existência da palavra, mas já a praticava.

Acredito fortemente que essas lembranças, mesmo que de infância me guiam na filosofia de que muitas coisas nessa vida conseguimos por meio da responsabilidade e do trabalho duro, pois extrair os meus dentes acreditem, foi uma das tarefas mais duras da minha vida. O meu primeiro contato com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi em 2008 quando vim assistir ao espetáculo “O Quebra-Nozes” em um teatro municipal da cidade de Curitiba, PR. Nesta ocasião, Beatriz Stefani Fernando (minha amiga de vida) e eu tiramos uma foto abrindo a porta do Prédio Histórico da UFPR, imaginem só, duas crianças em uma capital vendo pela primeira vez aquela exuberância que é o prédio da UFPR, ficamos encantados, aproveitei e prometi para mim mesmo que iria fazer parte daquela universidade.

Desde então passei a traçar meus planos para ingressar na UFPR. No ano de 2009 fui para a cidade de Registro, SP em busca de novas oportunidades. Nesta cidade, tive a honra de estudar em uma escola técnica e concomitantemente realizar o cursinho pré-vestibular ofertado gratuitamente pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). A aprovação no vestibular da UFPR para o Curso de Ciências Contábeis veio em 2011 e com isso uma pluralidade de janelas se abriram, uma mais convidativa que a outra, para viver o mundo universitário. O contato com a pesquisa ocorreu logo no final do primeiro ano do curso, em 2011, na disciplina de Metodologia de Pesquisa, ministrada na época pela Professora Doutora Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo. Em 2012, já havia realizada a minha primeira publicação na Amostra de Iniciação Científica do Congresso da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Contabilidade (ANPCONT), na ocasião conheci Florianópolis, SC. Neste primeiro contato com a academia contábil, percebi que muitas experiências poderiam ser vivenciadas no mundo científico.

Durante o ano de 2012 e 2013 atuei como membro do Centro Acadêmico de Ciências Contábeis e continuei como voluntário no programa de iniciação cientifica da UFPR. Em 2013 ao encerrar o programa, comecei a trabalhar com a Professora Doutora Ilse Maria Beuren, juntos publicamos em 2014 no Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade e fomos premiados no Prêmio IEL de Estágio na Categoria Sistema S em primeiro lugar. O Prêmio IEL contou com a participação do senhor Enelvo Sanchotene Martinelli, meu mentor no SENAI – PR, local em que estagiei de 2013 a 2014.

O ano de 2014 foi mágico, aprovação no Congresso USP, Prêmio IEL de estágio e a contratação pelo SENAI – PR como analista técnico. Muitas oportunidades, mas ainda assim não estava satisfeito, sabe aquela história que o ser humano está condicionado a querer sempre mais? Então, optei por prestar o processo seletivo para o Mestrado em Contabilidade na Universidade Federal de Santa Catarina e com muito trabalho, dedicação e apoio de pessoas maravilhosas conquistei a aprovação. Infelizmente, tive que me desligar do SENAI – PR, e fui me dedicar a esta nova experiência acadêmica. 

Residi em Florianópolis, SC conhecida popularmente como Ilha da Magia, de 2015 a 2017 para a realização do Mestrado em Contabilidade. Esse período da minha vida costumo dizer que foi o mais crítico, fiquei ainda mais longe da minha família, passei por situações de preconceito, homofobia e problemas financeiros. Mas, essa Ilha da Magia mora no meu coração, aprendi muito, aprendi que “quem sete vezes cai, levanta oito”. Aproveitei a escolha e fiz dela a minha maior escola. Fiz um mestrado com muita dedicação, realizei muitas pesquisas, conheci o melhor e o pior de mim.

A Ilha da Magia me trouxe algumas cicatrizes que me fizeram reavaliar as minhas perspectivas de futuro ali, uma delas são os sete pontos na cabeça, resultado de agressões homofóbicas sofridas em uma festa universitária. Acontecimentos que foram prejudicando a minha saúde mental. Já tinha vivido tanta coisa, não poderia deixar de concluir aquele curso. Assim, mais uma vez respirei fundo e foquei no trabalho. Trabalhar em pesquisas foi o meu verdadeiro escapismo. Então em 16 de fevereiro de 2017, às 8 horas e 30 minutos na Sala 117 Auditório CAD – Bloco D do prédio principal do Centro Socioeconômico da UFSC recebi o título de Mestre em Contabilidade, após a minha arguição junto a banca examinadora.

Paralelo a finalização da dissertação, no final de 2016 resolvi que deveria prestar o doutorado em outra universidade, haja visto as situações vividas na Ilha da Magia. Assim, porque não voltar a minha antiga casa, a UFPR? Me inscrevi no Processo Seletivo do Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da UFPR. Obtive a melhor nota no pré-projeto de pesquisa e na defesa do mesmo de todos os candidatos inscritos, é certo que não fui tão bem em algumas etapas, mas os meus esforços e a oportunidade de trabalhar com pessoas brilhantes na UFSC foram propulsores desta conquista. Assim, fui aprovado em 4º para ingressar no curso de Doutorado em Contabilidade na UFPR, o curso ofertava 6 vagas e contou com a participação de 35 candidatos. Ao voltar para UFPR em 2017 fui tomado por aquela sensação de que um bom filho a casa torna. Voltei para a minha amada Curitiba, PR. Adotei essa cidade de uma forma imensurável. E estar na UFPR fazendo o Doutorado em Contabilidade está sendo uma experiência surreal.

Ainda em 2017, colhi frutos plantados na UFSC. O meu artigo da dissertação foi aprovado no XVII USP International Conference in Accounting e contemplado como melhor trabalho na área de Contabilidade Gerencial. Na mesma oportunidade tive um trabalho desenvolvido de modo paralelo a dissertação, aquele trabalho que me dediquei ainda mais enquanto fiquei em casa uma semana com vergonha de mim mesmo e dos meus sete pontos na cabeça, que também foi aprovado e contemplado como o título de melhor trabalho na área de Tributos. Tudo isso não consegui sozinho, é preciso reconhecer que tive pessoas ao meu lado, nestas ocasiões em especial a Professora Doutora Ilse Maria Beuren e meu parceiro de pesquisa, o qual admiro muito Professor Itzhak David Simão Kaveski.

Eu sempre costumo falar que fazer uma escolha é fácil, o difícil é viver as consequências da mesma. Optar pela UFPR foi abrir novas portas. Comecei a lecionar em faculdades particulares, dar palestras, aumentei minha rede de pesquisa, pois no stricto sensu, não se constrói nada sozinho. A construção do conhecimento não pode ser individual, assim como escalar e chegar ao topo da montanha, que foi a graduação, o mestrado e que está sendo o doutorado é mais mérito das pessoas que me apoiaram e me apoiam do que um suposto esforço individual.

O tempo passou e passa tão depressa, que hoje além de doutorando pela UFPR consigo contribuir para a construção de novos sonhos, por meio da minha atuação como Professor Substituto desta tão renomada Universidade, a qual tenho orgulho de chamar de casa. Obrigado UFSC por me acolher. Obrigado UFPR por todas essas oportunidades. O sentimento de gratidão é diário e infinito. Para finalizar enfatizo, “o Negro quer dançar samba e ser Doutor”, professor, protagonista e atuante em uma sociedade e em um espaço que é seu e que precisa cada vez mais valorizar a pluralidade de pessoas que constroem esse Brasil!

 

[1] Negro Nagô. PJ e Raiz; Fazendo Pastoral

 

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Última atualização: 09/04/2025.
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