
Ellen era aquela pessoa que sempre se jogava de cabeça no trabalho. Dava o melhor de si, porque não sabia fazer de outro jeito. Sempre acreditou que, com esforço e dedicação, as coisas dariam certo. E por um tempo, deram. Mas, em agosto, a vida resolveu virar de cabeça pra baixo. De repente, ela estava sem trabalho. Não por falta de competência, não porque não queria estar ali, mas porque o mundo é injusto às vezes.
No início, Ellen achou que seria questão de dias ou semanas pra encontrar algo novo. Mandou currículos, buscou contatos, mas o silêncio das respostas foi um golpe difícil de engolir. O que antes era esperança começou a se transformar em ansiedade. Os dias passavam, as contas continuavam chegando, e o peso disso parecia dobrar cada manhã.
Ellen tinha sonhos grandes – queria seguir na área de RH, onde já tinha dois anos de experiência, mas também sonhava em cursar nutrição, montar algo próprio, e até garantir uma estabilidade sendo concursada. Só que, naquele momento, todos esses planos pareciam cada vez mais distantes. Como realizar tudo isso se a vida não dava nem o básico?
Os meses foram passando. Enquanto o mundo ao redor parecia girar rápido, Ellen sentia que estava presa no mesmo lugar. E, mesmo assim, no fundo, havia uma faísca que não apagava. Porque, por mais difícil que fosse, ela sabia que desistir nunca seria uma opção.