Olá,
Me chamo Elias, tenho 22 anos e nasci no interior do Rio de Janeiro numa cidade com 35 mil habitantes, São Fidélis. Morei com meus pais na zona rural até os 7 anos de idade, que tiravam da terra o nosso sustento. Minha mãe viu a necessidade de nos mudarmos para a cidade com maiores oportunidades de estudo, que ficava a uma hora e meia de onde morávamos. Essa sábia decisão me levou para um dos mundos mais incríveis que já andei: o incrível mundo da educação. Entretanto, eu já iria completar 7 anos de idade e ainda não sabia ler e nem escrever. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que entrei em uma sala de aula. A professora fez um ditado e eu não fazia ideia do que se tratava. Com muita dificuldade, ao final de um ano eu já estava no mesmo nível dos meus colegas de classe. Foi o primeiro de muitos passos que viriam a ser dados em minha trajetória.
Estudei em São Fidélis até o 9º ano do Ensino Fundamental. Naquele momento, tive a convicção de que um novo futuro precisava ser planejado, mesmo que eu precisasse sonhar mais alto. Passei em um processo seletivo extremamente rigoroso e concorrido para cursar o Ensino Médio no Instituto Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro. Havia apenas 80 vagas e quase todos os selecionados eram oriundos de escolas particulares, sendo eu a única exceção. E ainda assim, consegui obter a 5ª maior nota na classificação do concurso.
Ao final do 1º ano do Ensino Médio, eu já possuía o segundo melhor desempenho da minha turma e consegui ser aprovado para o curso técnico em edificações em 1º lugar. Esses processos seletivos foram exaustivos e muito difíceis, pois estudava a 50 km da minha casa e tinha que fazer esse trajeto ida e volta todos os dias. No início do 2º ano, eu precisei me mudar para Campos, pois iria fazer o técnico no contra turno. Mas, eu não tinha dinheiro. Apliquei para algumas bolsas e consegui recursos para uma parte do que eu precisava enquanto a outra parte viria do meu próprio esforço. E desta forma decorreu durante dois anos. Infelizmente, durante esse período, meu pai veio a falecer devido a diabetes que possuía e sua recuperação era ainda mais difícil devido a idade avançada que ele tinha. Essa situação me prejudicou ainda mais, tanto emocionalmente quanto financeiramente, mas não deixei me abalar por isso.
No final do 3º ano, dediquei longas horas diárias de estudo para fazer o ENEM e outros vestibulares. Mesmo com poucas expectativas, para a minha surpresa, eu conquistei vagas em 8 universidades. UFES, UFBA, PUC (RIO e MINAS) e UENF. Em Portugal: UBI, UALG E UC.
A minha história foi alvo de atenção que resultou em matérias em algumas mídias:
A oportunidade de estudar fora do país foi algo que muito me comoveu, pois, além de nunca ter saído do meu estado (RJ), vi como uma grande chance de mudar de vida. Por outro lado, a questão financeira era ainda um grande empecilho para o meu sonho. Portanto, comecei a procurar pessoas que pudessem me ajudar e com muito esforço algumas pessoas contribuíram para a fase inicial do meu sonho. Nesta fase da minha vida, eu ouvi de amigos e vizinhos coisas das mais desmotivadoras possível, como “sendo pobre eu não tinha o direito em sonhar tão grande”. Porém, também houve pessoas que me motivaram e me fizeram seguir em frente com os meus objetivos.
Esse sonho era tão grande que arrumei minhas malas com muitas lágrimas no rosto e muita vontade de fazer a diferença na minha vida. Foi um passo que jamais imaginaria ser possível, pois agora não eram mais aqueles 50km, e sim, 8.000 quilômetros longe da minha casa e da pessoa que mais amo, minha mãe.
Estes 3 anos estudando Engenharia Civil na Universidade de Coimbra me proporcionou momentos incríveis e experiências que me fizeram crescer e amadurecer. Porém, nem tudo foi tão simples quanto parece. No meu primeiro ano enfrentei muitas dificuldades de adaptação. Vi diversos amigos desistindo ao longo do curso, vivenciei pela primeira vez um frio tão intenso quanto o do inverno europeu e senti uma dolorosa solidão por não ter o abraço e o aconchego da minha mãe. Além disso, a faculdade possuía um nível de exigência altíssima, o qual eu não estava preparado. Com todas as dificuldades eu permaneci firme no meu sonho e as enfrentei. Entretanto, no segundo ano, a questão financeira voltou a ser uma ameaça a continuação dos meus estudos. Como única solução, me inscrevi na metade das cadeiras, pois não havia dinheiro suficiente para custear o curso integral. Foi árduo, mas necessário.
No meu segundo ano comecei a melhorar o meu desempenho académico. No primeiro ano obtive uma média 11 (em 20), depois conquistei uma média de 14 valores, e no último semestre tive uma média de incríveis 16 valores. Uma média alcançada por pouquíssimos alunos de engenharia da Universidade de Coimbra. Entretanto, no meu melhor momento acadêmico, possuo o risco de não poder estudar mais nessa instituição e ter de voltar ao Brasil por não ter conseguido pagar as mensalidades do ano letivo anterior. Nesse risco de não poder mais prosseguir com o meu sonho, decidi realizar uma campanha de arrecadação de 45 mil reais para continuar com meus estudos em Coimbra. Mesmo sendo um valor muito alto para suportar sozinho, eu tenho certeza de que com a ajuda de outras pessoas eu conseguirei atingir a meta e manter os meus estudos.
Se você puder me ajudar a concluir mais esse passo da minha vida, doando uma quantia financeira e ou divulgando a minha história eu ficarei eternamente grato. Se eu cheguei até aqui, não foi somente com as minhas próprias pernas, mas foi graças a muitas pessoas que me ajudaram e ainda me ajudam nesta caminhada de muitas lutas, mas de vitórias belíssimas.
Elias Oliveira Romualdo da Silva, 02 de outubro, Coimbra
eliasoliveirak2@gmail.com
Olá,
Me chamo Elias, tenho 22 anos e nasci no interior do Rio de Janeiro numa cidade com 35 mil habitantes, São Fidélis. Morei com meus pais na zona rural até os 7 anos de idade, que tiravam da terra o nosso sustento. Minha mãe viu a necessidade de nos mudarmos para a cidade com maiores oportunidades de estudo, que ficava a uma hora e meia de onde morávamos. Essa sábia decisão me levou para um dos mundos mais incríveis que já andei: o incrível mundo da educação. Entretanto, eu já iria completar 7 anos de idade e ainda não sabia ler e nem escrever. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que entrei em uma sala de aula. A professora fez um ditado e eu não fazia ideia do que se tratava. Com muita dificuldade, ao final de um ano eu já estava no mesmo nível dos meus colegas de classe. Foi o primeiro de muitos passos que viriam a ser dados em minha trajetória.
Estudei em São Fidélis até o 9º ano do Ensino Fundamental. Naquele momento, tive a convicção de que um novo futuro precisava ser planejado, mesmo que eu precisasse sonhar mais alto. Passei em um processo seletivo extremamente rigoroso e concorrido para cursar o Ensino Médio no Instituto Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro. Havia apenas 80 vagas e quase todos os selecionados eram oriundos de escolas particulares, sendo eu a única exceção. E ainda assim, consegui obter a 5ª maior nota na classificação do concurso.
Ao final do 1º ano do Ensino Médio, eu já possuía o segundo melhor desempenho da minha turma e consegui ser aprovado para o curso técnico em edificações em 1º lugar. Esses processos seletivos foram exaustivos e muito difíceis, pois estudava a 50 km da minha casa e tinha que fazer esse trajeto ida e volta todos os dias. No início do 2º ano, eu precisei me mudar para Campos, pois iria fazer o técnico no contra turno. Mas, eu não tinha dinheiro. Apliquei para algumas bolsas e consegui recursos para uma parte do que eu precisava enquanto a outra parte viria do meu próprio esforço. E desta forma decorreu durante dois anos. Infelizmente, durante esse período, meu pai veio a falecer devido a diabetes que possuía e sua recuperação era ainda mais difícil devido a idade avançada que ele tinha. Essa situação me prejudicou ainda mais, tanto emocionalmente quanto financeiramente, mas não deixei me abalar por isso.
No final do 3º ano, dediquei longas horas diárias de estudo para fazer o ENEM e outros vestibulares. Mesmo com poucas expectativas, para a minha surpresa, eu conquistei vagas em 8 universidades. UFES, UFBA, PUC (RIO e MINAS) e UENF. Em Portugal: UBI, UALG E UC.
A minha história foi alvo de atenção que resultou em matérias em algumas mídias:
A oportunidade de estudar fora do país foi algo que muito me comoveu, pois, além de nunca ter saído do meu estado (RJ), vi como uma grande chance de mudar de vida. Por outro lado, a questão financeira era ainda um grande empecilho para o meu sonho. Portanto, comecei a procurar pessoas que pudessem me ajudar e com muito esforço algumas pessoas contribuíram para a fase inicial do meu sonho. Nesta fase da minha vida, eu ouvi de amigos e vizinhos coisas das mais desmotivadoras possível, como “sendo pobre eu não tinha o direito em sonhar tão grande”. Porém, também houve pessoas que me motivaram e me fizeram seguir em frente com os meus objetivos.
Esse sonho era tão grande que arrumei minhas malas com muitas lágrimas no rosto e muita vontade de fazer a diferença na minha vida. Foi um passo que jamais imaginaria ser possível, pois agora não eram mais aqueles 50km, e sim, 8.000 quilômetros longe da minha casa e da pessoa que mais amo, minha mãe.
Estes 3 anos estudando Engenharia Civil na Universidade de Coimbra me proporcionou momentos incríveis e experiências que me fizeram crescer e amadurecer. Porém, nem tudo foi tão simples quanto parece. No meu primeiro ano enfrentei muitas dificuldades de adaptação. Vi diversos amigos desistindo ao longo do curso, vivenciei pela primeira vez um frio tão intenso quanto o do inverno europeu e senti uma dolorosa solidão por não ter o abraço e o aconchego da minha mãe. Além disso, a faculdade possuía um nível de exigência altíssima, o qual eu não estava preparado. Com todas as dificuldades eu permaneci firme no meu sonho e as enfrentei. Entretanto, no segundo ano, a questão financeira voltou a ser uma ameaça a continuação dos meus estudos. Como única solução, me inscrevi na metade das cadeiras, pois não havia dinheiro suficiente para custear o curso integral. Foi árduo, mas necessário.
No meu segundo ano comecei a melhorar o meu desempenho académico. No primeiro ano obtive uma média 11 (em 20), depois conquistei uma média de 14 valores, e no último semestre tive uma média de incríveis 16 valores. Uma média alcançada por pouquíssimos alunos de engenharia da Universidade de Coimbra. Entretanto, no meu melhor momento acadêmico, possuo o risco de não poder estudar mais nessa instituição e ter de voltar ao Brasil por não ter conseguido pagar as mensalidades do ano letivo anterior. Nesse risco de não poder mais prosseguir com o meu sonho, decidi realizar uma campanha de arrecadação de 45 mil reais para continuar com meus estudos em Coimbra. Mesmo sendo um valor muito alto para suportar sozinho, eu tenho certeza de que com a ajuda de outras pessoas eu conseguirei atingir a meta e manter os meus estudos.
Se você puder me ajudar a concluir mais esse passo da minha vida, doando uma quantia financeira e ou divulgando a minha história eu ficarei eternamente grato. Se eu cheguei até aqui, não foi somente com as minhas próprias pernas, mas foi graças a muitas pessoas que me ajudaram e ainda me ajudam nesta caminhada de muitas lutas, mas de vitórias belíssimas.
Elias Oliveira Romualdo da Silva, 02 de outubro, Coimbra
eliasoliveirak2@gmail.com