
Olá, meu nome é Manu, tenho 48 anos. Em fevereiro, fui vítima de um atentado: uma adolescente em surto psicótico invadiu minha casa e me esfaqueou cinco vezes no coração. Vivi uma semana em coma e, na UTI, precisei reaprender a beber água, comer e andar.
Nos últimos anos, enfrentei perdas significativas: perdi minha mãe, meus dois melhores amigos, meus queridos cães e até meu carro. Há 30 anos trato a depressão e, agora, carrego o diagnóstico de Estresse Pós-Traumático.
Não tenho marido, irmãos ou filhos. Moro sozinha na mesma casa onde vivi essa noite de terror. Graças a uma vakinha anterior, consegui reformar e alugar minha outra casinha, logo abaixo.
Recentemente, fui contratada pela Prefeitura do Rio de Janeiro como professora de Artes em Santa Cruz. Ensinar é minha paixão, mas ainda não recebi o primeiro salário. Em setembro, trabalho sem remuneração até outubro.
Minha rotina em Quintino exige quatro horas diárias de deslocamento. Estou sem recursos para remédios, transporte e alimentação. Preciso desse apoio inicial para enfrentar este período de transição.
Este é o meu recomeço: deixar para trás o trauma de uma noite horrível que meu corpo ainda carrega. Embora eu tenha muita vergonha de pedir ajuda, sigo o conselho da minha terapeuta: cada contribuição, por menor que seja, faz diferença.
Sinto-me exausta. Tenho cuidado de tudo sozinha – consultas médicas, pequenas reformas e minha própria recuperação – e, muitas vezes, me pergunto por que sobrevivi, já que a vida ficou ainda mais desafiadora.
Algumas pessoas me chamam de milagre. Ainda estou processando toda a violência que sofri e buscando responsabilizar quem me causou tanto dano.
Planejo me mudar para Santa Cruz e abraçar essa nova etapa, mas preciso restabelecer minha estabilidade financeira antes. Com sua ajuda, posso garantir passagem, alimentação e medicação.
A Arte me deu um propósito e a chance de renascer. Por favor, contribua para que eu possa seguir em frente com dignidade e esperança. Muito obrigada pela sua solidariedade.