
Eu tentei tudo o que tava ao meu alcance. Mas não foi o suficiente.
Antes de mais nada, meu nome é Lis Welch, sou travesti e ativista pelos direitos humanos. Já trabalhei com toda função possível ao meu alcance para sobreviver e, hoje, me centro no mercado editorial de livros, RPGs e jogos.
Faço essa vaquinha para pedir ajuda para uma série de questões, que irei destrinchar adiante.
O problema começou em maio, quando fui internada em uma clínica psiquiátrica após passar por uma crise e uma tentativa suicida. Foi um momento sensível, em que após sobreviver a um abuso e não ter mais perspectiva de vida, eu tentei dar um fim a tudo.
Com a internação, o meu trabalho (que é autônomo e freelancer) acabou sendo prejudicado. Sai de lá em junho, ainda vulnerabilizada, e tentei me virar como sempre fiz.
Sem oportunidades no mercado em que atuava anteriormente, cogitei começar a produzir conteúdo adulto. Contudo, não demorou muito para os ataques direcionados a mim, por ser ativista LGBTQIA+, começarem a se centrar na minha nova profissão, o que me levou a desistir, ao menos temporariamente, dessa opção.
Uma das minhas postagens recentes é prova viva disso. Bem quando desabafo sobre os abuso sexuais que sofri no mercado de trabalho formal, recebo ataques justificando tais violências. Ataques estes que já existiam e, nesse meio tempo, se expandiram para ameaças de morte, expondo meu endereço e outros dados pessoais.
Com medo, decidi me mudar e, desde então, tenho estado em vulnerabilidade de moradia.
Daí, chegamos no agora:
No momento, moro com uma outra pessoa, que divide as despesas comigo, mas ela está desempregada e eu tenho tido muitas dificuldades para nos manter devido a algumas questões de saúde — que são o principal motivo de eu abrir esta vaquinha.
Neste mês de agosto, fui diagnosticada com fibromialgia e o tratamento pelo SUS só poderá ser iniciado em outubro. Infelizmente, a fibromialgia não tem cura e leva ao sofrimento de dores crônicas, além de fadiga, distúrbios do sono e possíveis transtornos psicológicos. Já estou atrás dos meus direitos enquanto PCD, mas esse processo tem levado um tempo que infelizmente eu não tenho agora. Tenho dormido entre 10 a 16 horas por dia, o que atrapalha em especial minha rotina de trabalho. Sem trabalhar, não consigo pagar as contas e a alimentação por aqui, o que tem sido crítico.
Além disso, eu estou há alguns meses sem óculos pelos altos custos das lentes que uso (tenho ceratocone e alto grau de astigmatismo em ambos os olhos, com miopia e hipermetropia em cada um). Já realizei os exames necessários e só falta fazer o óculos — que para mim, que trabalha especialmente com textos e telas, é essencial.
A boa notícia é que já sei onde posso seguir com os tratamentos para a fibromialgia, já sei a clínica com os valores mais acessíveis para óculos por aqui e, por sorte, encontrei um lugar seguro para alugar, só sendo necessário cobrir o valor do calção.
Infelizmente, com a fibromialgia sem tratamento, eu não consigo me dispor à prostituição neste momento para me virar e conseguir cobrir todas essas despesas.
Então, essa vaquinha tem o intuito de pagar o tratamento inicial da fibromialgia, me ajudar a comprar um óculos novo e pagar o calção, além do frete de mudança, da nova casa.
Qualquer forma de ajuda é bem-vinda e eu agradeço demais se você puder me dar esse empurrãozinho. Se você não puder ajudar com uma quantia, um simples compartilhamento já é mais do que suficiente.
Só quero continuar fazendo meu trabalho e ser feliz com as pessoas que eu amo. E eu só preciso de saúde e um lugar seguro para isso.
Eu segurei muito toda essa situação, mas não aguentei. Tive que admitir que preciso de ajuda.
Sou grata por qualquer quantia ou compartilhamento feito. Também agradeço por você ter lido até aqui. Obrigada por tudo, de verdade.
Como agradecimento, para todo doador acima de 75 reais, irei ofertar um minicurso de quatro sessões, em novembro, de Introdução à Teoria Queer. Para tal, é só mandar um e-mail com o comprovante para oi@liswelch.com.