Material Didático de Geografia em 3D

Criação de modelos 3D de mapas políticos e físicos do Brasil, modelos de falhas/fraturas, estruturas de relevo (montanha, vale, depressão em uma mesma peça), climogramas, entre outros modelos 3D para facilitação do aprendizado de Geografia por alunos da rede pública de Feira de Santana/BA

Sou Geógrafa e professora de Geografia de Ensino Fundamental II e há muito tempo percebo grande dificuldade dos alunos - especialmente os alunos de Ensino Fundamental - no aprendizado de Geografia. Tanto para a apreensão da localização de elementos importantes como a regiões brasileiras, por exemplo, quanto, ESPECIALMENTE (e aqui muita ênfase), quando se trata do aprendizado das estruturas relativas à Geografia Física.

As imagens dos livros são estanques e quem é professor de rede pública percebe - ainda mais nas periferias - a dificuldade dos alunos no aprendizado de conteúdos importantes. 

Além disso, em muitos casos os alunos sequer recebem livros. Na minha realidade atual, por exemplo, os livros estão disponíveis para serem consultados apenas na escola, no horário das aulas. Essa forma de acesso limita, inclusive, o interesse dos alunos pelos livros. Mapas nem sempre há nas escolas (a minha, por exemplo, não possui).

Não bastassem esses pontos, hoje, na realidade educacional brasileira, a inclusão de alunos com deficiências diversas exige que nós, professores e professoras, sejamos ainda mais criativos para possibilitar o acesso desses alunos ao conhecimento e, assim, acredito que esses modelos poderão ter um impacto extremamente positivo para o aprendizado de estudantes com autismo, diversos graus de retardo mental, cegueira, baixa visão, entre outras deficiências, pois ao manipular os modelos, com cores, texturas, encaixes, um universo de possibilidades se desenha para esses educandos.

É óbvio que o investimento na educação é papel do poder público, mas quantos de nós já não tiramos dinheiro do bolso para viabilizar nossas aulas? Quantas vezes fazemos isso todos os anos? Educar é profissão, mas ao mesmo tempo, produz um envolvimento para além da obrigação imposta e, nesse sentido, eu convido você somar comigo na realização desse sonho.

Realizei um levantamento e há uma grande lacuna na produção de modelos dessa natureza no Brasil e, quando há, os valores não são acessíveis para aquisição em quantidades que atendam a turmas inteiras durante as aulas (ainda que os alunos sejam agrupados em equipes). 

Encontrei modelos como os que almejo produzir em aplicativos de compras que trazem produtos da China, mas ainda nesse caso, não considerei viáveis os valores (como exemplo, pesquisem “Modelos Tectônicos 3D no Aliexpress).

Feira de Santana possui 415 escolas, sendo 255 atuando no segmento da Educação Infantil e 354 operando no segmento de Ensino Fundamental. Dessas, 202 são escolas municipais (situadas nas zonas urbana e rural) e são, portanto, o alvo desta campanha.

Os modelos serão produzidos por mim em ambiente de modelagem 3D, serão impressos e, quando necessários, pintados, em busca de produzir recursos que permitam ensinar com qualidade. A ideia é criar kits de material didático para serem fornecidos às escolas municipais, que atuam no segmento do Ensino Fundamental. A entrega desses kits será documentada e a ordem das escolas do município que receberão o material será definida através de sorteio.

Por essa razão, este projeto de arrecadação visa dar suporte à aquisição de impressoras 3D – em quantidade suficiente para garantir um volume razoável de produção - e filamentos/resina para criação de modelos 3D que facilitem o aprendizado dos alunos da rede pública de Feira de Santana inicialmente, com possibilidade de ampliação do alcance para os municípios da região, a depender do valor arrecadado.

Outra forma que imagino poder contribuir com os colegas professores da área (e também de Biologia, posteriormente – que é onde eu consigo imaginar a possibilidade de aplicação do projeto) é, conforme os kits forem sendo produzidos, criar uma “lojinha” para que colegas profissionais de outras regiões possam adquirir os materiais a preço de custo + frete. Isso poderia ser feito da seguinte forma: a cada 10 kits produzidos, 2 serão colocados à disposição para venda e o valor retornaria para a produção dos kits, mantendo o projeto funcionando.

É importante destacar que esse projeto será tocado no meu tempo livre, de forma que ainda não é possível estabelecer um cronograma de volume de produção. Também não tenho experiência com impressão 3D (apenas com modelagem, pois trabalho também com Geotecnologias) e não sei mensurar exatamente a quantidade de material para a produção de cada peça. Esse é um projeto que vai ser realizado ao realizá-lo. Conforme o projeto for se desenrolando, a meta será revista se necessário.

Não sei se os colegas atenderão ao chamado, mas meu intento é que esse projeto se torne grande e possa dar suporte a muitos alunos em Feira de Santana, na região nordeste (e, por que não?) no Brasil.

Conto com a colaboração de vocês!