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mastectomia do chico

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mastectomia do chico
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Vaquinha criada em: 13/03/2017

Se você já chegou até aqui, dê uma lida nesse textinho e do porque dessa página.

Sabe quando você corre, corre e parece não chegar onde queria? Quando você sonha que tá caindo e não consegue acordar? Ou quando você tá embaixo d´agua e quer muito respirar? Essa é a sensação que sinto quando lembro que ainda possuo os ditos “seios”.  Em setembro de 2016, iniciei minha hormonioterapia em SP, com a ajuda de algumas pessoas, para custear a passagem de ida e volta até lá, e vou pelo menos de 3 em 3 meses me consultar e levar exames médicos, já que sou de MG e infelizmente os médicos daqui não se sentem capacitados ou por algum motivo não se interessam em atender transgêneros.  Os últimos meses têm sido sem dúvidas, os melhores da minha vida toda. Pude reconhecer com o passar do tempo a melhor versão de mim, de começar a me sentir mais eu, de deixar o medo de lado e a amar mais os que estão ao meu redor, pois comecei a me amar. Percebi que agora me sinto mais a vontade para tirar uma foto ou gravar um áudio, a me impor e não me rebaixar para os que não me apoiam, a ir atrás do homem que sempre fui, que sou e o que posso ser sem deixar que mudem isso.  Mas essa versão de mim exige muito, além de psico, também fisicamente. Para mim sempre foi difícil ter que lidar com os “intrusos” que foi me dado pela natureza, deus, ou seja lá o que você acreditar. Uma vez quando eu tinha 9 anos, estava sem camisa em casa e minha mãe mandou eu vestir algo porque eu era uma “menina”, e meninas não podiam ficar sem camisa. Fiquei triste, mas aceitei e logo vesti algo. Depois disso eu sabia que alguma coisa terrível ia acontecer aquilo ia crescer e mesmo com camiseta, eu não poderia ser livre. Passei minha adolescência toda camuflando uma personagem feliz com aquilo. No auge dos meus 19 anos depois de tirar uma foto com uma amiga, descobri que odiava aquilo tudo. Eu queria que pelo menos diminuíssem. Passou uns meses e mais uma descoberta: queria que não existissem. Comecei a pesquisar métodos que os escondessem, mas sempre tive muito volume e apenas comprimi-los com faixas ou coletes não bastam. Na verdade ele não deveria existir, nunca foi parte de mim, do que eu sou. Têm dias que é desgastante lidar com uma coisa prendendo você não só literalmente, mas psicologicamente. Eu quero poder nadar e respirar, livre. Eu quero poder nadar, nu. De corpo e alma.  Eu quero poder nadar e não me sentir afogando. Eu só quero poder olhar pra mim e ver o cara que vejo quando durmo.

Esqueci de dizer algo muito importante...meu nome é Chico, prazer.

Você pode me ajudar, por favor? 

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