
Para quem já pediu desculpas demais — até por ser quem é.
“Sinto muito.”
Quantas vezes você já disse isso? E quantas vezes achou que
estava pedindo desculpas, quando na verdade estava oferecendo
empatia?
Pois é. Eu também.
Esse título carrega um duplo sentido que, sinceramente, me
representa mais do que meu CPF.
Sinto muito é confundido o tempo todo com arrependimento,
como se eu tivesse culpa por tudo que desmoronou — spoiler:
às vezes, eu tive. Mas muitas outras vezes, eu só… senti. Muito.
Sentimentos intensos, indigestos, inclassificáveis. Daqueles que
batem e entram sem tirar o sapato.
Sinto muito não é um pedido de desculpas. É uma constatação
emocional. Um aviso de que meu termômetro interno vive
entre a febre dos afetos e a hipotermia da razão. Sinto muito
porque sinto demais. E não tenho mais onde guardar.
Durante a minha mudança de casa, encaixotei coisas e
desencaixotei pensamentos.
Enquanto separava o que levava e o que deixava para trás, fui
entendendo que não era só uma mudança de endereço.
Era também uma mudança interna. Uma troca de pele. Um
reencontro.
Me preocupei em não deixar minhas ideias caírem do caminhão,
em proteger bem minha sensibilidade e em embalar com
cuidado as lembranças que ainda me constroem.
Cada capítulo deste livro nasceu nesse processo: entre caixas
abertas, memórias remexidas e versões minhas que precisaram
5SINTO MUITO
ser revistas.
mental.
Algumas voltei a usar. Outras, doei pra caridade da sanidade
Aqui, a casa nova é também um novo eu..
Este livro não é manual, não é autoajuda, não é um tratado
sobre Feng Shui da alma.
É só um convite pra entrar, sentar no chão (porque o sofá
talvez ainda não tenha chegado) e sentir.
Muito.