
Imagine ter uma convulsão por seis horas seguidas, como se uma câimbra intensa tomasse conta do corpo inteiro, e ninguém pudesse fazer nada para aliviar a dor. Esse é o sofrimento constante da pequena Laís, de apenas 8 anos, que há mais de dois meses enfrenta crises ininterruptas e dolorosas.
Ela nasceu com microcefalia, causada pelo Zika vírus, e sofre de uma forma grave de epilepsia, que parece ser imune a tratamentos. Mesmo tomando 40 medicamentos todos os dias, as crises persistem, e a dor nunca vai embora. A cada dia, seu corpinho atrofiado sente mais, e seu sorriso foi substituído pelo choro de quem não aguenta mais tanto sofrimento.
A única esperança de Laís é uma cirurgia chamada rizotomia, que poderia finalmente aliviar suas dores e interromper as crises, mas a família não tem condições de arcar com os custos. Dona Érica, mãe de Laís, vive com o marido e mais dois filhos pequenos numa casa de três cômodos, em São Paulo, e luta diariamente para cuidar de todos. O benefício que Laís recebe é inteiramente destinado ao medicamento, que custa caro e não é oferecido pelo SUS. Enquanto isso, o medo de perder a filha cresce, e a esperança de ver Laís voltar a sorrir depende da ajuda de quem puder estender a mão.