A RSO consiste na injeção de um medicamento radioativo nas articulações de pessoas com hemofilia, doença genética que impede a coagulação do sangue. As hemorragias típicas da hemofilia ocorrem dentro das principais articulações e levam à incapacidade física e dores extremas, desde a infância. A RSO diminui e até mesmo para o ciclo de hemorragias articulares. Consequentemente, leva à melhora da saúde e da qualidade de vida das pessoas e suas famílias. Outras artrites, como a sinovite vilonodular pigmentosa e a artrite reumatoide, têm sido tratadas também com a RSO.
O Brasil tem a 4ª maior população com hemofilia registrada no mundo e a maioria dela desenvolveu danos nas articulações e precisam ser tratadas com RSO. Cerca de 1000 pacientes de todos os Estados já passaram por este procedimento, pelo SUS, com a Dra. Sylvia Thomas, no Hospital da UFRJ. A equipe trabalha com expertise e entusiasmo, mas com as dificuldades típicas da falta de investimentos nos hospitais públicos. Uma das necessidades não atendidas na RSO é a indisponibilidade de um equipamento de ultrassonografia (US) para essa atividade. O grupo já tentou patrocínios por meio de vários projetos, sem sucesso. Os aspectos mais importantes desse equipamento para a equipe são: 1) Seu uso em articulações mais complexas, que trará maior acurácia e segurança às punções; 2) permitirá a estimativa da superfície da articulação que será tratada, o que aumentará a acurácia da RSO; 3) possibilitará a avaliação mais precisa do estágio da doença e das possibilidades de tratamento; 4) gerará avanços nos resultados das pesquisas desenvolvidas atualmente pelo grupo de RSO da UFRJ.
Graduada em Medicina em 1981, Sylvia Thomas é pediatra com dedicação prioritária à população tratada pelos sistemas públicos, desde o início de sua carreira, no interior do Mato Grosso, quando ainda nem existia o SUS. Foi médica voluntária da APAE, das Pastorais da Saúde e Criança. Foi diretora técnica do Hemocentro do Mato Grosso, onde atuou como hematologista de 1993 a 2015. Foi Presidente da Federação Brasileira de Hemofilia entre 2005 e 2009 e membro do Comitê de Assessoramento Técnico (CAT) de Coagulopatias do Ministério da Saúde. Tem Títulos de Especialista em Pediatria e em Hematologia. É Mestre em Clínica Médica e Doutora em Radiologia/ Medicina Nuclear pela UFRJ, nas área de radiossinoviortese e artropatia hemofílica. Atualmente é Médica do Serviço de Medicina Nuclear do HU Clementino Fraga Filho UFRJ, onde é pesquisadora e professora convidada pelo Departamento Radiologia da mesma universidade. Coordena o Grupo de Radiossinoviortese na UFRJ. É Membro do Comitê MSK da Federação Mundial de Hemofilia e é Revisora do "Haemophilia Journal".
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