
ÁREA: Social SEGMENTO: Afrobrasileiro
INSTAGRAM DO PROJETO: https://instagram.com/festival.afrolatino
PROPONENTE: Àlìssá Produções
CNPJ: 26.891.590/0001-83
CONTATO: (41)98492-8422 E-MAIL: alissaproducao@gmail.com
O evento vem sendo idealizado por Joice Cardoso desde 2020, porém não foi possível executá-lo naquele ano, pois a ideia ainda estava em desenvolvimento, por conta da pandemia parecia impossível acontecer.
Até que no ano de 2021, após várias adaptações o evento foi realizado de forma remota com a participação de Carol Dartora a primeira vereadora negra de Curitiba e primeira deputada federal negra eleita no Paraná, também contamos com a presença de Fá Kabeluduro, Fernanda Bueno, Juliana Mittelbech, Tatiana de Santos, Ya Roseli e Joice Cardoso como mediadora. Nesse primeiro evento que teve o nome "Mulheres que Inspiram Trajetórias de Sucesso" foi discutido sobre as dificuldades das mulheres negras conseguirem um lugar de destaque na sociedade e também como cada uma enfrentou, resistiu e venceu todos os obstáculos.
Com o retorno dos eventos presenciais em 2022 a ideia de fazer um evento aberto ao público tornou-se possível novamente. Mantendo a idéia original, foi realizado a primeira edição em um lugar amplo, com uma área aberta e uma outra coberta, confortável ao público, com um palco onde teve apresentações artísticas e palestras com tópicos relevantes e ligados ao tema do evento que traz alusão ao “Dia Internacional da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha” e “Dia Nacional da mulher negra e de Tereza de Benguela”, que comemora-se no dia 25 de Julho, porém nosso evento foi realizado no dia 23 de Julho de 2022, aproveitando o fim de semana.
O evento ocorreu na estação Ferroviária de Paranaguá com palco na parte interna. Tivemos um segundo ambiente aberto chamado “Espaço de Beleza Afro” onde o público pode fazer tranças nagô gratuitamente, ao lado tivemos a feira com barracas de artesãs negras do litoral, praça de alimentação e yoga. Sendo um evento social com entrada franca oportunizando o acesso da população ao mesmo.
No mês anterior ao evento utilizamos de uma estratégia de divulgação pelas redes sociais e materiais impressos; como flyers e cartazes; pelas redes sociais fizemos lives semanais com convidadas, falando sobre assuntos diversos e de interesse das mulheres negras. Contamos com publicações diárias que falavam sobre o evento, curiosidades sobre o tema e homenagens a mulheres que lutaram pela causa. Em nossa equipe contamos com em torno de vinte voluntários que desempenharam diversas funções, desde a coordenação, organização do camarim, designer, social media, contrarregragem, artistas convidados, apresentadoras e demais funções necessárias para um evento desse porte.
Na segunda edição do Festival pretendemos trazer seis ambientes para o nosso público, sendo eles: palco interno, palco externo, área kids, feira de artesanatos e empreendedoras, praça de alimentação, área kids e o espaço de beleza afro onde o público poderá fazer tranças nagô gratuitamente.
Durante o evento terão rodas de conversas, apresentações artísticas, vivências, expressões culturais e outras atrações para o público.
O "2° Festival Afrolatino Tereza de Benguela" terá entrada franca com arrecadação de alimentos não perecíveis e absorventes menstruais, que posteriormente serão doados para quilombos e ou aldeias indígenas do Paraná.
O nosso evento dará oportunidade de emprego para mais de 20 pessoas diretamente e 50 pessoas indiretamente, na sua maioria pessoas pretas, mulheres e LGBTQIAP+.
No mês anterior ao evento utilizaremos de uma estratégia de divulgação pelas redes sociais e materiais impressos; como flyers e cartazes; pelas redes sociais fazemos lives semanais com convidadas, falando sobre assuntos diversos e de interesse das mulheres negras. Contamos com publicações diárias que falavam sobre o evento e curiosidades com temas relevantes ao evento.
Sendo assim, o festival trata-se de um projeto sociocultural focado no compartilhamento de conhecimentos e informações sobre a história do povo negro do litoral paranaense e buscamos atingir em torno de 500 à 1000 pessoas.
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, vem de um encontro de mulheres negras que aconteceu no ano de 1992 na República Dominicana, elas definiram essa data para pressionar a ONU a se posicionar sobre a luta de raça e gênero. No Brasil essa data representa o "Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra" pela Lei 12.987/2014. Tereza de Benguela foi uma importante liderança quilombola na região da fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, liderou a resistência contra o governo escravista e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo.
Nosso evento vem para mostrar ao público que nossa cultura é muito mais que violência e sofrimento, que somos descendentes de reis e rainhas e que trazemos conosco essa ancestralidade rica de beleza e costumes. Buscamos com o “2º Festival Afrolatino Tereza de Benguela” mostrar a importância do reconhecimento da cultura negra e que ela deve ser valorizada e respeitada, além do autoreconhecimento da população negra do município, onde apenas 3% se autodeclara negra e na realidade os números são bem diferentes e isso acontece por falta de reconhecimento e representatividade. Além de incentivar a população em geral a valorização da arte e cultura de matriz africana com informação, vivências e materiais didáticos, esse evento trará uma oportunidade de emprego e experiência profissional para mulheres negras, latinas, caiçacas e mães que ainda enfrentam dificuldades no mercado de trabalho.
Desde a infância aprendemos que os negros foram escravizados e construíram o nosso pais em cima de muito sofrimento e exploração, realmente foi uma realidade infeliz em que nossos ancestrais passaram, porém o que não nos ensinam é que o povo negro existe muito antes de tudo isso e que trazemos conosco uma ancestralidade rica de conhecimento, beleza e cultura que foi e ainda é demonizada por uma sociedade com o racismo estrutural enraizado. Após a abolição não mudou muita coisa, a exploração e preconceito contra o povo preto continuou e eles ainda ficaram com sub empregos e continua nos dias atuais, negros são 75% entre os mais pobres no Brasil e o desemprego entre negros é 71% maior do que entre brancos. Uma pesquisa feita pela Universidade Zumbi dos Palmares foi comprovado que os negros ocupam 4,7% dos quadros de executivos e menos de 1% são mulheres. Antes da pandemia, 33% das mulheres negras estavam abaixo da linha da pobreza. Em 2021, mesmo com auxílio, essa taxa está mais alta, em 38%. Mulheres negras estão 50% mais vulneráveis ao desemprego e a taxa de desemprego entre mulheres negras é 80% superior à do início da crise. Por esses motivos, nossa equipe será formada na sua maioria por mulheres negras. Com base em pesquisas do IBGE as mulheres ganham 20% menos que os homens e mulheres negras recebem 57% a menos que homens brancos e 42% menos que mulheres brancas.
A dificuldade que a sociedade têm de acessar informações sobre os direitos das mulheres ainda é muito grande no Brasil, principalmente as próprias mulheres, torna-se mais alarmante quando pensamos no recorte de mulheres negras, não por essas informações não existirem ou terem pouca influência na história e sim pela questão delas serem invisibilizadas pelo racismo/machismo/misoginia estrutural e institucional que até hoje assola com veemência as mesmas, muitas vezes de forma velada. Ter espaços para compartilhar essas informações é muito importante para democratizar e perpetuar esse conhecimento e evitar o aumento das estatísticas de violência contra as mulheres. Além de ser um evento onde as mulheres terão acesso a essas informações sobre seus direitos na lei vigente brasileira, o projeto possibilitará que identifiquem essas violências, compreendam que devem denunciá-las, além de onde e como fazer denúncias caso sejam necessárias.
Dentro e fora do Brasil a população negra é umas das mais atingidas pela violência, principalmente as mulheres. No ano de 2020 no Brasil a cada três mulheres mortas pelo feminicídio duas eram negras, no "Atlas da Violência" as mulheres negras correspondem a 66% das mulheres assassinadas, fora outros tipos de violência, como a doméstica, obstétrica, institucional e outras, ou seja, ainda hoje a mulher negra é uma das principais vítimas da opressão.
Alcançar o maior número de pessoas com o evento possibilitando o acesso à informação sobre os direitos das mulheres negras, criando ambiente para que elas se sintam confortáveis e seguras, estimulando que busquem meios para que esses direitos sejam assegurados e respeitados. Compartilhar com pessoas que não teriam acesso em suas bolhas sociais conteúdos sobre a luta das mulheres negras, latinoamericanas e caribenhas.