Eurotour Cocada da Pazsarinho

A Cocada da Pazsarinho surge a partir do desejo em resguardar a cultura popular através do nomadismo. Ativando potências ancestrais na ocupação consciente de seu corpo, comunidade, seu espaço. Assumindo a política do ser por meio das brincadeiras (roda, cantoria, dança) e atenção mútua. Essa gira itinerante aparece como uma sementinha a partir da observação ainda curiosa e inocente das manifestações tradicionais locais no estado do Rio Grande do Norte. Específico coco de roda no pé do morro do careca. Praia de Ponta Negra NatalPazasarinho recém se abria ao mundo novo com a chegada para morar novamente na cidade que outrora fora seu berço. Se deparando com a força dos movimentos independentes que se organizam em direção benéfica, celebrativa, nutricional e educativa na defesa aguerrida dos saberes ancestrais e contemporâneos até hoje. Aplicando ciência entre dar e receber, movimento e descanso, trabalho e melodia, ritmo e cadência. Essa ascendência medicinal de conexão com a identidade brasileira sul-americana, originária, afrodiaspórica moveu os caminhos a interessar-se pelas andanças geográficas a partir da musicalidade e festejos estimados pelo povo territorialmente. Assim seguiu a conhecer o carnaval de Olinda, apaixonando-se ainda mais com as cirandas gigantescas, sambadas, blocos e cortejos. Apoteose de alegria, misticismo e fantasia. Viajou para Arco Verde, Garanhuns e Vale do Catimbau quando começou a vivenciar a partir do pandeiro uma ferramenta capaz para sobrevivência e autocapacitação durante os trânsitos tornando-se discípula do mestre Assis Calixto, compositor, cantor e tocador além de inventor de brinquedos sustentáveis, uma das colunas primordiais do Coco Raízes de Arcoverde, a recebeu em sua casa como a tantos outros admiradores da música brasileira. Seguiu aprendendo a tocar pandeiro pelas estradas que a levaram ora de carona, ora ônibus às terras bolivianas. Onde assumiu o ofício de suster-se a partir da arte de rua. Cantando os sambas brasileiros pelas praças, feiras, frente aos restaurantes, dentro dos transportes públicos e alegrando o dia a dia mochileiro longe do Brasil. Assim percorreu também Peru e Equador agregando ao seu repertório cumbias, chichas, huaynos, músicas afro peruanas e colombianas. Durante a pandemia voltou ao Brasil repatriada decidindo viajar dessa vez em bicicleta pela costa da Bahia, saindo de Itabuna até Salvador conheceu quilombos rurais e urbanos, cidades e vilarejos através da música e da benevolência hospitaleira dos moradores nos paradeiros. De bicicleta também cruzou de Natal e Arcoverde, a revisitar sítios onde recarregar energias avivando laços, celebrando o aniversário junto ao Mestre Assis em seu ateliê. Nas boleias dos caminhões passou por Brasília chegando ao Morro do Chapéu Mangueira na zona sul do Rio de Janeiro a saga pela sobrevivência e partilha de saberes pela metrópole foi embasada pelo contato com a capoeira angola e a possibilidade em continuar tocando o pandeiro nos ônibus, metrôs, trens. Se inicia um processo de expansão profissional, encontros fraternos com reciprocidade artística e acolhimento. Como de costume se dedicou às redes sociais reafirmando sua trajetória de cantos, voos e ninhos por meio da identidade passarinho. Com seus assovios chegou a Belo Horizonte e também a Maceió. Compartilhando sempre com os guardiões da cultura local festas e rodas. Volta ao Rio após uma turnê de vivências pela costa nordestina a apresentar práticas de resgate na recordação de quem somos enquanto composição do universo plural, sua intenção é seguir representando agora no continente europeu por meio também do forró e práticas coletivas! Acolha e invista nesse projeto e assegure a sustentabilidade e difusão da nossa cultura internacionalmente!