
Montar espetáculo comandado por uma equipe de mulheres ao longo de 6 meses, para realizar 12 apresentações em 4 diferentes territórios da capital mineira, a fim de gerar no público reconhecimento e valorização de trajetórias sistematicamente inviabilizadas, de mulheres negras periféricas, provocando identificação e reflexões acerca das trajetórias que se encontram no contexto social em que estão inseridas.Trajetórias de mulheres negras e periféricas sempre foram inviabilizadas e/ou retratadas de forma homogênea, como se todas as vidas e vivências experienciassem as mesmas situações sistematicamente. Obviamente, há muitos pontos de contato entre as histórias de muitas mulheres pretas no Brasil. Essas conexões são fruto de uma estrutura social que vai aprofundando desigualdades, sobrepondo camadas e empurrando os caminhos para trajetos
Partindo destas reflexões, as mulheres que dão origem a esse espetáculo, escrito sob encomenda como forma de trazer à tona memórias e narrativas das mais velhas - a mãe e a avó de Kelly Spínola, atriz que dá corpo à Palhaça Triolê -, não fugiram dessa lógica de cuidado como forma de manutenção econômica das famílias que chefiavam. Aliás, as famílias monoparentais chefiadas por mulheres negras também fazem parte desse bojo social que sustenta desigualdades como herança colonial.