Espetáculo | O Rinoceronte

A PEÇA:

Uma cidade pacata, que poderia ser em qualquer lugar do planeta, onde nada de extraordinário acontece, é transformada completamente pela passagem de um rinoceronte. Sem entenderem a procedência do paquiderme, as pessoas começam a entrar em conflito, enquanto a fera se prolifera incontrolável e misteriosamente. Aos poucos, começam a se dar conta de que são os próprios vizinhos, colegas e familiares que estão se transformando em rinocerontes, como uma epidemia. Todos são afetados, um a um. São cooptados a se tornarem feras, seja por violência, contágio, sedução, ou simples desistência. Apenas um homem irá resistir. 

"O Rinoceronte" apresenta o horror atemporal do que Ionesco chamou de histeria coletiva. Escrita em 1959, na França, a peça é tida como uma parábola à invasão do fascismo na Europa e ao pensamento de massa que seguiu assombrando a sociedade, ainda no período pós-guerra. No entanto, a sensação de angústia metafísica pelo absurdo da condição humana, continua presente, como se vivêssemos um eterno pós-guerra; ou uma guerra sem fim. Neste cenário de tanta transformação no mundo, o texto permanece aberto para novas e surpreendentes interpretações, tão atual como uma notícia de jornal.

DATA DA TEMPORADA: 16 a 19 de Janeiro

PORQUE PRECISAMOS DE VOCÊ?

2019 foi um ano , "O Rinoceronte" esteve em cartaz ocupando espaços alternativos, trazendo um público forte, e abrindo portas para outras companhias, movimentando a cena teatral do Rio de Janeiro, onde os teatros ou estão sucateados ou com o fim já decretado. Este espetáculo nunca foi contemplado por nenhuma lei de incentivo ou edital. Graças a mobilização dos mais de 20 artistas que compõem o coletivo e ao sucesso dessa trajetória, estamos chegando ao fim da nossa quinta e última edição do ano.

CONTÁGIO COLETIVO

O Contágio Coletivo surge a partir de duas oficinas de longa duração, realizadas na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna. Formou-se um Coletivo de atores criadores que, por meio da pesquisa e investigação teatral, passou a focar o trabalho no conceito da coletividade criadora. Por concepção de trabalho, estende e pluraliza suas atividades, assumindo todas as frentes do processo criativo, com a supervisão de profissionais convidados.

Na contramão de uma sociedade cada vez mais caótica e egocêntrica, nasce o Contágio Coletivo em uma tentativa de resgatar o que tirou o homem das cavernas e o fez enfrentar e desbravar o mundo, o trabalho e a crença em equipe. Surgimos de um cenário escasso para ressaltar a importância da manifestação cultural e do trabalho autoral independente, “autossuficiente”. As realizações culturais não são terreno fácil nestes dias, aliás, nunca foram. Ionesco surge com sua impossibilidade de comunicação, como um pedal para refletir o que vem acontecendo entre nós.

CRÍTICAS

FICHA TÉCNICA

Autor: Eugène Ionesco

Direção: Ricardo Santos

Assistente de Direção: Raphael Giammattey

Elenco: Alex Teixeira, Alexandre Braga, Camila Koschdoski, Daniel Vargas, Isaak Vale, Hikari Amada, Jhully Steffany, Jorge Hissa, Jovan Ferrera, Juliane Cruz, Letícia Machado, Patrick Magalhães, Pri Helena, Raul Baldi, Rebeca Figueiredo, Rodrigo Lima, Samuel Vieira, Wayne Marinho, William Pavanelli, Vitor Pol.

Cenografia/Figurino: Contágio Coletivo

Iluminação: Hebert Said - convidado

Direção Musical: Rodrigo Marçal – convidado

Produção: Contágio Coletivo

Idealização: Ricardo Santos

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