Júlio é um escritor em busca de inspiração para sua obra. Preso em algum
lugar em meio à frustração e o processo criativo, recebe a inexplicável
visita de Irene, uma poeta há muitos anos falecida. O encontro dos
dois evoca sensações que distorcem o tempo, o espaço e confundem as
memórias de ambos numa só história.EPICÉDIO é um curta-metragem com duração de 15 minutos que será produzido pelos alunos do 3‘ semestre do Bacharelado em Audiovisual do Centro Universitário Senac. Para tornar esse filme concreto precisamos de muitas horas de trabalho e, claro, de dinheiro. Nosso orçamento é de R$2.100,00 que dizem respeito ao valor de contratação dos atores, ao transporte e alimentação da equipe, ao custo de locação dos espaços utilizados, à produção dos figurinos e dos cenários e diversos outros detalhes. A sua colaboração nos é muito valiosa, não só porque a realização desse filme faz parte da nossa formação universitária, mas também porque acreditamos que nossa história merece ser contada, nosso filme merece ser visto. Em contrapartida, oferecemos um lugar especial nos créditos para aqueles que puderem nos apoiar.
O CONCEITO ESTÉTICO DO CURTAAlguns poetas estão
pouco interessados na ciência ortodoxa do verso. A rima pode deixar de
acontecer, a métrica pode ser dispensada e os versos podem não se
correlacionar. Poetas como Ana Cristina César estão mais interessados na
concretude do efeito de fluxo poético, que na preocupação com a métrica versal
em seu sentido clássico. Na poética de Ana Cristina, o verso procura desvendar
o fragmento, e como o eu-lírico se relaciona, sensorialmente, com esse pedaço
de vida, através da palavra. Em Epicédio, essa tentativa se dará por meio da
imagem. As ações, o tempo e a câmera assumem como as funções poéticas. Os
cortes serão as tônicas, que não possuem uma regulagem ortodoxa e funcionam
quase que livremente – mas não livres de razão, propósito e construção -. Assim
como em Epicédio, o tempo em Ana C. é tratado de forma elíptica, e atrai
o interlocutor a preencher os intervalos.
Pretendemos trabalhar a noção do tempo
cinematográfico com base na sensibilidade poética de Ana Cristina. O passado e
o presente se fundem, a função cronológica do tempo perde o sentido e dá lugar à noção do tempo kairótico, que é o tempo da percepção pueril, o tempo da
natureza para além da noção do homem. O filme parece sofrer de uma constante
paramnésia. Essa percepção alterada do tempo se dá pelo fato do encontro
entre os protagonistas (Irene e Júlio) não pertencer a uma esfera
exclusivamente do real, e sim do sensitivo, cuja ligação é estabelecida através
da admiração e afetividade para com a obra – no caso, a afetividade de Júlio
com a obra de Irene -. A sequência dos fatos não obedece, necessariamente, a
noção de causalidade. São fragmentos, vislumbres e retalhos que pertencem a
visão e subjetividade da própria câmera. O que importa, em Epicédio, é a
construção de camadas de sensações.
O CARTAZO ORÇAMENTO Atores // 34%Locação // 19%Cenografia // 5%Arte gráfica // 14%Transporte e alimentação da equipe // 7%Vakinha // 7%Outras despesas // 14%
A EQUIPELucca Girardi // Direção e RoteiroAlice Losacco // Ass. de DireçãoJúlia Peres // ProduçãoStephanie Garcia // Dir. de FotografiaBeatriz Takeshita // Ass. de FotografiaLarissa Medeiros // Dir. de ArteEvoráh Scafuro // Figurino Nícolas Duarte // Dir. de SomMonique Costa // MontagemGian Allegretti // Ass. de MontagemKarolina Monte // Casting
"Então os sonhos surgem na noite para irem se inflamar na miragem da
luz que se mexe. Não é totalmente vivo o que acontece nas telas, resta
ali dentro um grande espaço sinistro para os pobres, para os sonhos e
para os mortos. Temos que ir correndo nos empanturrar de sonhos para
atravessar a vida que nos aguarda do lado de fora, saindo do cinema,
para durar uns dias no meio dessa atrocidade das coisas e dos homens.
Escolhemos entre os sonhos os que melhor nos aquecem a alma." Louis Ferdinand Céline, Viagem ao Fim da Noite.