Ajuda para cirurgias de troca de gênero

Me chamo Marie Fernanda, tenho 29 anos, doutoranda na USP, no programa de Meteorologia. Me assumi trans em 2019, momento libertador mas tive que pagar o preço de tentarem apagar minha existência.

Minha história está na sequência, se te interessar! Se não puder ajudar com dinheiro agora, me ajude compartilhando, por favor! <3

[O dinheiro será destinado para pagamento de cirurgias como redesignação sexual, transplante capilar e harmonização facial, tireoplastia, dentre outros…Eu deixei um link no final do texto para você, lá você vai poder acompanhar todo esse processo acontecendo].

Nascida em 1990, aprendendo a sobreviver na sociedade, tive vários momentos em que quis fugir de mim mesma e até mesmo me matar. Em alguns momentos preferi canalizar toda minha energia de adolescente em prol de um bem maior fazendo caridade e cuidando de pessoas vulneráveis, escolhendo assim o caminho da Igreja.

Na adolescencia, fazia de tudo para esconder aquele órgão de mim mesma, não tocando, com medo de tomar banho às vezes e ver algo que sabia que não me agradava. 

Se em cidades grandes as pessoas trans são marginalizadas, pode-se imaginar no interior!

Ao me deparar comigo mesma as crises começaram, refletindo no corpo com urticárias e vômitos de nervoso até o ponto de ter duas convulsões.

Consegui passar em Física no Instituto Federal e gostava de estudar, chegando a ficar o dia todo na biblioteca da faculdade, achava melhor me isolar do que ter interações. No terceiro ano fui chamada para ir em uma festa universitária em outra cidade onde dei meu primeiro beijo, momento único.

Fiz um intercâmbio graças ao Ciências sem Fronteiras tendo muito êxito acadêmico e lá pude morar numa cidade maior e tentar viver, mesmo não me encontrando, aproveitei viagens e ocasiões com amigos, e apenas três pessoas souberam quem eu realmente era, contei o que eu sentia, queria ser mulher mas era um desejo inalcançável já que era um "homem feito", cheio dos treinos físicos, pêlos, hormônios. Uma delas, que fazia medicina, me encorajou a procurar um psicólogo e psiquiatra pois ela mesma faria especialização nesta área. Fugi.

Quando finalmente terminei a graduação e entrei no mestrado e me deparei com uma universidade grande, num meio muito progressista e com pessoas bem diferentes daquelas do interior, lá tive a primeira conversa com um colega de time que é Homem trans que em momento algum quis me influenciar e apenas me contou como se descobriu e vi que eu tinha vivido muita coisa parecida.

Por medo de crises no relacionamento familiar, não revelei nada a eles e achei um remédio clandestino que era de uso psiquiátrico, o qual comecei a tomar todos os dias, não sabia pra que era, só me dava sono e era isso que eu queria: dormir e não pensar; durou 5 meses até que procurei psiquiatra com ajuda das pessoas do meu laboratório e fui diagnosticada com depressão, onde recebi alta agora em outubro/2020.

Mas minhas vida começou mesmo em outubro de 2019 quando iniciei a terapia hormonal.

Meu corpo começou a mudar!

Meus pensamentos fluíam; e

Como o corpo e características começaram a mudar, também chamou a atenção de pessoas que se incomodam com a felicidade alheia. Vindo à minha cidade, comentários como: "coisa estranha", "é homem, mulher ou traveco?", "que horror", acabaram se tornando parte do meu dia a dia, chegando ao ponto de tentarem me atropelar sob luz do dia no caminho mercado-casa. Pensamentos de só querer estar morta começaram a se tornar mais frequentes mas a esperança de ser vista pela sociedade como realmente sou, me manteve sem fazer besteira. Amigas e amigos me deram suporte nessa fase tão difícil.

Fazer a transição na fase adulta não é fácil. Você carrega características que não gosta e não fazem parte da sua identidade. Os procedimentos que ajudam a te dar a aparência tão desejada não são baratos, ainda mais sendo uma pesquisadora no Brasil atual, se mantendo com uma bolsa de doutorado "sem vínculo empregatício", mesmo tendo resultados promissores em todos os seus trabalhos acadêmicos. Trocar de documentos acaba sendo uma burocracia sem tamanho, não pelo processo em si mas por pessoas que tiram sarro e não aceitam, até mesmo registram seu nome errado para que você tenha mais gastos para consertá-lo.

Por isso peço vossa ajuda, para que consiga sobreviver e consiga fazer as cirurgias, não esquecendo do meu eu passado mas evoluindo para uma nova versão de mim, desta vez, viva!

Poder olhar para mim mesma no espelho e não me sentir culpada por tudo que está acontecendo e por não estar feminina, "passável" como muitas pessoas (até mesmo do meio LGBTQIA+) dizem e que traz um peso de obrigação.

A cirurgia de afirmação de gênero, que me é mais urgente, servirá para complementar a minha existência e poder viver. Poder olhar para o próprio corpo e se identificar, poder ter relação com alguma pessoa e sentir prazer, se sentir completa, dona de mim e pertencente a mim mesma. Outros procedimentos para reversão da calvície, harmonização facial também me interessam e estão inclusos no pacote, para que eu possa recomeçar e desaflorar.

Se você leu até aqui e pode me ajudar, te agradeço profundamente! Se você não pode me ajudar financeiramente, por favor compartilhe, mensagens de incentivo e carinho também são muito bem vindas não só para mim mas também para outras pessoas que talvez leiam este relato e se encorajem a seguir seus sonhos! Grande abraço.

_______________________________________________________

A Clínica do médico que pretendo fazer a cirurgia de afirmação sexual está indicada no link abaixo, localizada em São Paulo.

https://www.drmatheusmanica.com.br/

Saiba mais sobre os dados brasileiros de violência contra pessoas trans acessando o site da Antra

Demais documentos que estão sendo preparados para a cirurgia, podem ser visualizados no link:

http://tiny.cc/em-busca-de-vida-plena