
Quando eu conheci a Matilda, ela nem esse nome tinha, mas foi logo se jogando aos meus pés, me escalando enquanto eu e meu ex-companheiro tentávamos conhecer os gatinhos da ONG. A ideia era adotar um gato mais velho, mas ela não deu espaço pra dúvidas, estava ali se exibindo pra gente, usando todo seu poder de sedução pra nos convencer a levá-la pra casa. E chegando lá ela nem se intimidou com a Paçarinha e o Chicó que já eram nossos veteranos, tratou de dominar tudo e miar pra todas as pessoas que ela era a verdadeira rainha do território. Não houve uma visita ou veterinário que atendeu Matilda que não tenha ameaçado pelo menos uma vez: “eu vou roubar essa gata de você”. Além do corpse paint perfeito e das patinhas que parecem botinhas que faz essa frajolinha ser tão linda, ela sabe mesmo como seduzir. Me recebe sempre na porta, pede colo e faz companhia todo o tempo: enquanto cozinho, lavo louça, trabalho ou assisto novela. Ela gosta é de dormir de conchinha e odeia dividir atenção.
De 2024 pra cá as coisas ficaram mais complicadas pra Matilda. Primeiro um tumor que precisou ser retirado junto com suas duas cadeias mamárias. Apesar da angústia, a cirurgia ocorreu bem, assim como sua recuperação, e ela não teve nenhuma metástase. Naquele momento, sem metástase, optei por não seguir com quimioterapia, não queria que a imunidade dela sofresse e a deixasse vulnerável para outros possíveis problemas.
Um ano depois, ela começou a apresentar sintomas estranhos: começou a mancar e a levei em um ortopedista que deu um diagnóstico errado de que ela estaria com a musculatura frágil e precisava de mais proteína. Do último mês pra cá, a situação se agravou, ela não estava só mancando, vi ela perder a força das patas traseiras aos poucos até que ela mal conseguia se apoiar pra fazer xixi na caixa, e nas últimas semanas as patinhas estavam completamente sem movimentos e muito inchadas. Agendei consulta com uma oncologista, pra refazer os exames do tumor e entender se essa perda poderia estar relacionada a alguma evolução dele.
Primeiro suspeitou de tromboembolismo, o que precisaria de uma cirurgia arriscada, mas os exames descartaram a possibilidade. Poderia ser uma ótima notícia se não viesse acompanhada de outras novas informações: câncer com metástase no pulmão - a quimioterapia precisará seguir dessa vez, mas antes, precisamos entender porquê ela não está andando e, além de ter uma neoformação que ainda não se sabe o que é, mas está empurrando a bexiga dela, ela está muito constipada o que impede de fazer uma tomografia para entender melhor o que é essa neoformação e o que está impedindo ela de movimentar as patas.
A princípio me foi orientado induzir essa evacuação com laxante e ela cuspiu todas as doses, enquanto o manejo de xixi em casa foi ficando cada vez mais difícil e angustiante porque ela está se sujando o tempo todo, além de claramente não estar confortável com toda a situação. Resolvi levá-la ao hospital para realizar uma lavagem que teve pouco sucesso e ainda que esteja tentando tecnicas de enema diferentes em casa, pode ser que apenas seja possível com uma cirurgia. Mas cirurgia, no quadro que ela se encontra, também não é possível realizar. No retorno da lavagem, a nova veterinária aferiu os sinais vitais e disse que ela estava com hipotermia e hipotensão e precisaria ir para a UTI. A Dra colocou ela no soro no último retorno, mas disse que ela não poderia ficar muito tempo com esse cuidado paliativo e que ela corre risco de óbito desde o momento que voltei com ela pra casa. Ela tem plano de saúde o que minimiza um pouco os custos, mas mesmo assim ainda tem muitos custos de co-participação tanto para o hospital quanto para o plano, já gastei cerca de R$2000 nos últimos 15 dias entre exames, procedimentos, consultas, retornos, remédios e transporte. Além disso, o valor diário da UTI é altíssimo, nenhum plano cobre, com o adicional de que sofri uma demissão na véspera do meu aniversário, dois dias depois de descobrir o câncer dela. Eu não sou muito boa com isso, mas eu preciso de ajuda e por isso resolvi abrir uma vaquinha. Como o valor da UTI é diário e ainda não sei quanto tempo ou quais outros exames/procedimentos podem surgir, deixarei o valor em aberto porque qualquer quantia ajuda muito e, caso o valor arrecadado extrapole os gastos, doarei o que sobrar para a Adote Um Gatinho.
Abaixo o orçamento mais acessível que consegui, de R$1277 a diária:
