
Me chamo Luciana Lima e sou artista. Tenho 47 anos e vivo da minha arte há 27 anos, cantando e criando formas de tornar o mundo um lugar melhor. Nasci em Rio Grande, no extremo sul do RS onde resido atualmente. No ano de 2000 mudei para Vitória - ES após me formar como professora de matemática, alternativa que escolhi para ter uma base sólida para começar a vida em um lugar até minha arte ser reconhecida. Lá, conheci Itaúnas, uma vila ao norte do estado, e conheci o forró pé-de-serra. Entrei em uma banda chamada Mandachuva, parei de dar aulas e comecei a compor. Minha primeira composição chama “Saudade de Itaúnas” e relata o dia que conheci a vila. Com essa canção, participei da 1a. edição do FENFIT (Festival Nacional de Forró de Itaúnas) e fiquei com a 4a. colocação. Depois disso, segui compondo e participando de mais duas edições do mesmo festival que acontece até hoje e está na 20a. edição. Nos anos seguintes conquistei a 3a. e 2a. colocações, respectivamente, com as canções também autorais “Pulei da ponte” e “Mulher de Pedra” e o prêmio de melhor intérprete. Essa história foi interrompida pois fugi do meu próprio feminicídio voltando pra Rio Grande em 2004. Após 22 anos, retorno para o lugar onde encontrei minha inspiração, essência e paz em busca de novas composições e de mostrar minha arte e projetos para outras pessoas e adquirir culturas diferentes. Deixo aqui a letra da minha primeira canção.
Saudade de Itaúnas
É meia noite,mais um dia se foi mas foi ele que passou por nós…
Estrada de chão, poeira no ar, pulseira de grão, cheirinho de mar, na mala um colchão, alguém pra lembrar, sandália na mão, a paz pra levar, a paz pra levar, a paz pra levar…
Deixa a fumaça subir, deixa a poeira descer e quando a chuva passar o sol vai aparecer
Sem saber pra onde ir, sem saber onde ficar, eu encontrei um lugar pra me encontrar
careta na mão, vestido a rodar, na mente a canção, na duna o luar, um violão, alguém pra lembrar, na estrada de chão a saudade vai ficar, a saudade vai ficar, a saudade vai ficar…
Deixa a fumaça subir, deixa a poeira descer e quando a chuva passar o sol vai aparecer.