
CAMINHO PERCORRIDO ATÉ O ENCONTRO COM A IMAGEM
Essa história começou no dia 30 de setembro de 2016. Mas alguns fatos estão relacionados com acontecimentos ainda do ano de 2015 por ocasião de Encontros Religiosos (Diocesanos) que participamos. Primeiro foi a Sandra, depois fui eu; em seguida foi a Tainá que participou do FAC (FORMAÇÃO DO ADOLESCENTE CRISTÃO), tudo no mesmo ano. Depois desses encontros fiquei bem mais voltado à minha religiosidade. Antes já rezava o terço, mas assim só à noite de uma maneira normal. Depois, comecei a rezar o rosário todos os dias. Quando saía de casa para o trabalho, sempre ia rezando e como a distância é de trinta quilômetros, dava tempo de terminar e, se não desse, rezava a última dezena lá, quanto chegava. Na volta como já estava cansado, às vezes rezava outras vezes não. Passado um tempo, lá pelo mês de agosto e setembro, fiquei um pouco magoado com alguns fatos que aconteceram nos Acampamentos. Não concordava com alguns questionamentos ou então, eu mesmo questionava algumas coisas que na época eu não concordava e não conseguia digerir. Com isso acabei me afastando tanto dos Acampamentos como também da Igreja. Deixei de rezar o rosário. Como Ministro da Eucaristia, desempenhava esse Ministério de uma maneira fria, mais só para cumprir uma obrigação. Aí quando foi no dia 30 de setembro, estava indo para meu trabalho e quando já estava perto, numa altura que entro num desvio, que sai na BR 153, avistei uma senhorinha que seguia na mesma direção e caminhava sem olhar para trás. Interessante que eu não tinha costume de dar carona naquele local, pois é um lugar perigoso visado de assalto que inclusive gente de uma Comunidade vizinha foram assaltados e espancados. É uma rota que muitos desviam a BR 277 para não passar em frente a Polícia Federal e entram por ali. Quando lhe alcancei, por uma intuição parei o carro, baixei o vidro e lhe perguntei: a senhora vai à Cidade? Quer uma carona? Ao que Ela me respondeu: _ “Eu estava justamente esperando você passar porque eu ia contigo”. Até aí tudo bem, pois pensei: pode ser que seja alguém que me conhece, sabe que passo ali todos os dias mais ou menos no mesmo horário, então a deixou ali dizendo: ’aquele menino logo passa e você vai com ele’. Porém, em momento algum ela voltou-se para trás para ver que carro se aproximava. Quando ela entrou no carro, aí o clima começou a ficar meio estranho, pois já me chamou pelo nome como também de filho. Em seguida começou a falar sobre minha família, falando de Tamiris, meu bebê que na ocasião estava com cinco meses de idade; mas não perguntava, ela falava como se a conhecesse desde o dia em que nasceu. Depois falou de Tainá, minha filha de quinze anos, referindo-se ao encontro do FAC, do qual ela havia participado. Até aí tudo bem, pois essas informações deveriam ser adquiridas através de meu avô que tem muitos conhecidos e gosta de conversar sobre família, principalmente netos e bisnetos. Mas vai além, e começa a falar de Sandra minha esposa, entrando em assuntos que só nós conhecíamos, só nós tínhamos vividos, coisas de nosso casamento e, aí minha cabeça começou a embaralhar, pois isso não era do conhecimento de meu avô e fui ficando assustado. Fisicamente tinha estatura mediana, pele morena, um pouco mais morena do que a nossa; cabelos pretos ondulados caindo no meio das costas e num semblante sofrido, aparentava ter entre 55 a 60 anos de idade. Agora, se me perguntarem: “Qual a cor de seus olhos? Como era sua roupa”? Só lembro que usava uma calça preta bem larga que de longe mais parecia uma saia, depois vi que era uma calça; blusa branca de fio e assim, aparentava uma pessoa bem normal. Queria lhe perguntar alguma coisa, mas não conseguia raciocinar e já ficava esperando o que vinha depois. Quando lhe perguntei para onde ia, respondeu-me: “Vou a Cidade, numa das casas de meu filho”. Chegando num cruzamento que pega a rodovia que vai para a cidade de Irati, onde tem um ponto de ônibus perguntei-lhe: a Senhora vai pegar o ônibus para Irati ou vai comigo para Imbituva?, Isto porque ela não tinha especificado qual Cidade. _“Filho, pode dar continuidade em seu caminho, pois vou na casa de meu Filho que fica ao lado de seu trabalho.” Em seguida começou a falar sobre religiosidade, sem citar nomes de religiões, como: Católica, Protestante, Luterana, Evangélica, isso ela não falou. Referiu-se a Comunidades, a Celebrações, Adoração a Deus, sobre Igrejas. Falou sobre o amor e a paz; esse foi o assunto que ela mais enfatizou, desde o momento que subiu até quando desceu do carro. Pediu que eu cuidasse bem das minhas filhas, da minha esposa, que desse muita atenção e muito carinho a elas. Disse que estava triste pelo fato de que as Celebrações, os Cultos estavam sendo muito frios, sendo mais voltadas para o Homem do que para Deus. Que antes se fazia a leitura do Evangelho, depois o sermão era voltado para as explicações do Evangelho chamando os fiéis a vivenciar esses ensinamentos. Agora até o nome já mudou, ao invés de sermão chama-se homilia. Essas, geralmente são voltadas mais para o homem, cuja intenção é de agradar os participantes para que não troquem de Igreja ou até se evadam. Falou também sobre a Comunhão, que antes era feita uma preparação mais profunda para o momento de receber Cristo. Lamentou que muitos, quando vão às Celebrações, vão mais para ver quem está lá ou para agradar quem está ao seu lado, ou ainda, só para cumprir uma obrigação. O assunto que mais insistiu foi o amor, principalmente o amor fraternal que constrói e sustenta a família. Que hoje em dia o amor é mais por interesse. Sempre que alguém faz alguma coisa pelo outro, já está pensando em se beneficiar lá na frente. Lembrou que muitos adolescentes com conduta distorcida, muitas vezes não é culpa deles, mas sim é fruto da falta de base familiar. Falava em Comunidades abrangendo a importância da família como um todo. Afinal, quis mostrar que ainda há esperança na construção de um mundo melhor. E num percursos de uns cinco quilômetros que estivemos juntos, foi o tempo suficiente para que repassasse tudo o que ela pretendia. Aproximando-se do final da viagem tem um semáforo, onde atravessa uma preferencial e se sigo reto chego no local de meu trabalho. Nisso o sinal fechou e como funciona numa escala um pouco demorada, então lhe perguntei se ficava melhor descer ali ou ia comigo até o final. _”Filho se não for incômodo, dobre a direita e suba à esquerda, pois é lá que é a casa de meu filho.” Respondi que não era nenhum incômodo e atendi seu pedido. No momento do desembarque, numa ação espontânea desliguei o carro sem ser preciso. Aí ela virou pra mim e disse: “Filho, você deixou de conversar comigo, antes você conversava todos os dias; eu não respondia, mas te ouvia; sei que você anda um pouco nervoso, um pouco magoado por coisas que lhe aconteceram, mas isso não é motivo para você se afastar. Volte a fazer isso, pois sua família ainda tem uma missão muito bonita e muito grande para ser cumprida”.
Com essa manifestação meu chão sumiu, fiquei perdido mesmo! Senti meus braços pesarem uns 50 quilos. Deixando o local um tanto por cuidado como curiosidade, busquei acompanhá-La pelo retrovisor para ver onde ela iria entrar, pois do lado direito tem três casas e, do lado esquerdo fica a Igreja de Santo Antonio dessa Cidade. Para minha surpresa dirige-se para o lado, sobe a rampa lateral e entra na Igreja. Aí quase esmoreci, pois lembrei que por vários dias havia deixado de rezar o terço, motivo pelo qual andava um pouco perturbado por enfrentar cobranças e pressões, em meu trabalho, visto ser véspera das eleições Municipais. Sei que isso não era motivo, mas estava me sentindo assim. Minha devoção era sair de casa rezando o rosário e como o trajeto é de trinta quilômetros, era o tempo suficiente para terminar e, se não terminasse, rezava a última dezena lá, quando chegava. Na volta, por estar mais cansado, às vezes rezava, outras vezes não. E assim se confirma ao que Ela tinha dito anteriormente: “Vou à casa de meu filho que fica do lado se seu trabalho”, pois a Prefeitura e a Igreja com distância de uma quadra estão lado a lado. Segui para meu trabalho e depois de deixar o carro na garagem entrei na minha salinha, fechei a porta e comecei a chorar. Chorava e pensava: mas quem era aquela Mulher? O que Ela queria comigo? Não conseguia digerir aquelas informações todas! Nesse tempo que durou até lá pelas 10:00 horas ou até um pouco mais, passei uma mensagem para Sandra através do Whatsapp dizendo que tinha acontecido algo comigo que tinha me deixado meio perdido e estava muito nervoso. Então aflita me perguntou: _”Mas o que aconteceu? Você foi assaltado”? Disse que não e, num breve relato contei o que havia acontecido. Aí ela pediu-me que voltasse lá na Igreja para buscar informações sobre tal Mulher. Mas sem condições psicológicas para qualquer ação, permaneci até o início da tarde e voltei mais cedo pra casa. Naquela mesma noite sonhei com a aquela Senhora, mas até aí nada de anormal, pois certamente foram as fortes emoções registradas pelo inconsciente que reapareceram como sonho. No final da semana, Sandra insistia-me que voltasse a Igreja para se informar sobre aquela Senhora. Como era uma sexta-feira, passou sábado, domingo, segunda e só na terça-feira é que busquei informações. Mas nem fui até a Igreja, perguntei para uma senhora, que trabalha lá na Secretaria do Meio Ambiente, dona Ironi que é muito ligada à Igreja. Ela conhece todas as pessoas da Casa Paroquial, quem trabalha, quem mora, o vai e vem desse ambiente. Disse-me que mãe de um dos Sacerdotes não era, pois um deles estava próximo a completar noventa anos, portanto não havia possibilidades de ter mãe viva. O outro perdera sua mãe no ano passado já com seus 101 anos de idade. Nenhum seminarista havia se hospedado ali na ocasião e assim não havia vestígios de tal Senhora. Então já era tudo o que eu precisava saber e nisso chegou gente para falar com ela e assim saí de lá sem lhe explicar o motivo das informações. Passaram-se mais dois dias e os sonhos reaparecem com a mesma Senhora, a qual trazia consigo uma imagem com o Menino Jesus nos braços que brilhava muito. Meu olhar concentrava-se naquele brilho, mas a Imagem eu não conseguia ver direito, nem mesmo se era de um santo ou uma santa. Os sonhos eram sempre iguais: me via andando com ela numa estrada de chão no meio da mata onde sempre havia um perfume de flores, uma sensação muito gostosa de sentir e ela sempre com aquela imagem nos braços. Enquanto caminhávamos Ela ia me repassando mensagens geralmente Bíblicas. Escolhia um livro, um capítulo, um versículo; ou então: um livro, dois capítulos, dois versículos e também outras interações. Uma frase que ela repetiu várias vezes foi que muitos estão pregando os ensinamentos do Senhor, mas sem o Senhor dos Ensinamentos. Passado uns vinte dias, comecei a fazer algumas anotações e assim montei um texto bem resumido de uma maneira bem simples. Foi só uma página digitada que posteriormente entreguei para ao nosso pároco, o padre Jorge da Igreja Matriz Nossa Senhora da Luz de Irati. Nesse dia havia um teólogo lá que é professor na Faculdade, aí ele explicou sobre o que isso quer dizer. Muitas vezes algo que parece simples, para quem conhece melhor o assunto, sabe que detrás de um texto simples há grandes revelações.
Após cada sonho, me sentia meio perdido e pensando estar com o psicológico abalado; só contava à Sandra e ela ali sempre a me ouvir, mesmo sem saber como lidar com tal situação, pensando mais que eram coisas de minha cabeça. Depois de algum tempo, Sandra não aguentando mais carregar tudo sozinha, compartilhou com sua mãe, duas irmãs e sua cunhada Bernadete, a qual é muito fervorosa e tem como hábito a reza diária do terço. Depois disso, Bernadete sempre rezava pedindo interseção por mim. E durante algum tempo o assunto circulou entre elas e eu nem sabia, pois havia pedido a Sandra que não comentasse pra ninguém. Isto porque quando eu dei a carona, ela contou para sua mãe e como havia mais pessoas próximas, acabaram escutando e depois disso surgiram comentários sem créditos. Ficava meio angustiado, pois não entendia o que estava acontecendo comigo e muitas vezes minha reação era chorar. Quando chegou dezembro, houve uma adoração ao Santíssimo; então num momento de profunda adoração ao Santíssimo fiz um pedido: Mãezinha, diante de teu Filho eu peço que se realmente é a Senhora que está falando comigo, se quer alguma coisa de mim, me dê uma prova concreta, algo que eu possa pegar, pois minha fé é fraca ou se for algo de minha cabeça então tire isso de mim, para que eu pudesse dormir a noite e ter mais tranquilidade.
O pedido que fiz depois de passado dois dias em sonho ela me falou: _ “Filho eu sempre soube que sua fé é fraca e sei que para ti é difícil crer, mas eu atenderei ao seu pedido e em nosso último momento juntos deixarei esta lembrança que carrego para você, mas terá de ir busca-la”.
Eu falo imagem, mas ela a chamava de lembrança. Acordando contei pra Sandra e ela deduz: “Então você vai encontrar essa Imagem numa loja e vai comprar ou então ela vai lhe entregar pessoalmente”. Então lhe disse: nem uma coisa nem outra, pois não sei como é essa Imagem para comprar e, me entregar também não vai, pois disse que tenho que ir buscá-la. Passou mais uns dias com sonhos intermediários. Nos três últimos sonhos que foram de segunda para terça, de terça para quarta e quarta para quinta-feira, ela me explicava sobre o local.
No primeiro sonho ela disse que havia chegado o momento de deixar essa lembrança e que seria posta no local destinado a Fátima. Foi só isso, assim muito rápido.
Aí eu não conseguia estabelecer relação com o lugar. Então liguei ao Movimento Diocesano, Nossa Senhora de Fátima, dos quais eu já havia participado. Trata-se de uma reserva ambiental que pertence à prefeitura de Irati, cujo imóvel está localizado no município de Fernandes Pinheiro. Até liguei para confirmar e fui informado que era lá sim. Essa reserva ambiental está sendo destina ao Movimento Diocesano Nossa Senhora de Fátima, que inclusive estão indo muito bem. Agora entendo que quando me afastei por algumas mágoas, o erro era meu. Aí Sandra me falou: “Então agora você já pode ir, pois já sabe qual é o local”! Ao que lhe respondi: Sandra, aquele local é uma área de mata fechada enorme, não tem como saber se é aqui ou ali!
No segundo sonho eu me via com Ela dentro da mata; vi o arroio, um buraco e ela sempre com aquela imagem no colo, mas eu não conseguia ver direito o local. A Senhora então me falou: “Aqui será o local”. E também foi tudo muito rápido. Quando acordei contei meu sonho pra Sandra e ela me falou: _”Então agora vamos lá, pois você já sabe onde encontrá-la”! _Não, não vou.
No terceiro dia de sonho aí sim, foi intenso, muito profundo mesmo! Estávamos no mesmo local, um defronte ao outro. Perto havia uma árvore bem grande, uma árvore reta e outra torta; vi o arroio e o buraco ali perto. Nesse dia ela não estava mais com a Imagem e conversava gesticulando as mãos. Aí me disse: “Filho, eu sempre soube que sua fé é fraca, por isso o seu pedido foi concedido, a lembrança já foi posta e agora só depende de você ir buscá-la.”, me abraçou e eu acordei.
Vivenciando ainda aquela emoção, sentei na cama e comecei a sentir um forte perfume de rosas. Era o mesmo perfume que eu sentia nos sonhos. Um perfume específico de um tipo de rosas brancas miúdas que dá em cachos e lembro que tinha na casa de minha avó. Sandra ao acordar e me ver sentado na cama, se preocupa e me pergunta: _”O que você tem? Esta sentindo alguma dor? Não, não tenho nada; só estou sentindo um perfume forte de rosas, você está sentindo também? _”Não, eu não estou sentindo nada”. Então cheire meus braços, veja como está forte esse perfume! _ “Continuo sem sentir nada!”. Aí pensei: ‘além de sonhar com a Senhora ainda sinto até o perfume’! Acho que estou enlouquecendo de uma vez e deixando a Sandra assim também! Em seguida levantei para fazer a mamadeira de Tamiris, e depois peguei papel e caneta, rabisquei com bolinhas e riscos identificando assim as referências daquele local; deixei ali mesmo e voltei a dormir. No dia seguinte levantei cedinho e saí. Sandra, ao acordar e ver aqueles rabiscos, assustada tirou uma foto e me enviou através do whatsapp, perguntando o que significava aqueles rabiscos? Respondendo-lhe disse que quando acordei tinha sonhado com a Senhora e que estava com ela no local; então rabisquei fazendo bolinhas e riscos nas referências onde estaria a imagem. Chegando em casa Sandra me diz: “Então agora você já pode ir, pois já tem até o mapa”! Aí até achei engraçado e dei risadas.
Como era numa quinta-feira, Sandra queria que eu fosse naquele mesmo dia. Mas eu estava sem vontade. Uma porque poderia não encontrar nada lá e ser só coisa de minha cabeça mesmo, outra: se a encontrasse o que as pessoas poderiam pensar! Porém decidi que iria, mas não queria ir sozinho. Então, Sandra disse que iria arrumar alguém para ir comigo. Quando voltei pra casa ela disse: a Tainá, a Sabrina (nossa sobrinha) e a Serli, irmã dela, vão com você. Então falei: só com as meninas eu não vou. Lá é mata fechada, é um lugar perigoso, pode ter algum bicho ou outros empecilhos pelo caminho. Será necessário ir um homem junto. Agora era preciso pensar em quem convidar? Ficamos pensando e achamos conveniente chamar o Augusto, irmão de Sandra. Ele é muito religioso, é campista, muito tranquilo, uma pessoa pacífica. A princípio disse que não podia, pois tinha que trabalhar, mas depois ao saber do motivo, acabou aceitando para dar uma força e fazer companhia. Bernadete disse que não ia, mas ficaria intercedendo por nós, para que tudo desse certo. E assim ficou combinado de irmos na segunda-feira.
No fim da semana, saímos para visitar uma cunhada na Fazenda Rio Grande, região Metropolitana de Curitiba. Mas eu não estava me sentindo confortável, parecia que não era para estar lá e foi um fim de semana muito angustiante. No domingo, dia primeiro, só almoçamos e já saímos; até parecia estar fugindo. Viemos devagar e às 15:00 horas já estávamos em casa. Depois que descarreguei as bagagens, já ali pelas 16:00 horas, me bateu uma melancolia; sentei na cama e comecei a chorar; chorava feito uma criança e naquele estado permaneci umas duas horas ou até mais. Sandra me perguntava: “Mas o que você tem? Por que você está assim”? Eu nem sabia o porquê e só chorava. Aí ela sugeriu que fosse tomar um banho, pois talvez melhorasse um pouco. Fui e fiquei um bom tempo no chuveiro e até melhorei mesmo! Quando saí do banho recebi um Watsapp da minha sobrinha Jéssica, filha de Bernadete, pedindo se ainda tinha um lugar, porque sua mãe precisava ir também. Interessante que ela tinha dito que não iria; ficaria rezando e intercedendo por nós para que fôssemos bem e tudo desse certo. Aí pensei: Ué, disse que não ia e agora precisa ir? Então, Sabrina que ia mais por curiosidade, desistiu e cedeu o seu lugar. E assim na segunda-feira do dia 02 de janeiro de 2017 embarcamos: eu, Serli, Tainá, Augusto e Bernadete rumo a antiga Agrovila, fazenda que está desativada e faz parte de uma reserva ambiental, pertencente à prefeitura de Irati-PR, cujo imóvel localiza-se no município de Fernandes Pinheiro. Não foi fácil a entrada, pois um senhor, funcionário da prefeitura de Irati, zela do local, visto ser uma propriedade pública. Mas depois de muita conversa chegamos a alguns pontos em comum. Eu conhecia o irmão dele há uns vinte anos atrás, como também a família dele. Aí despertou aquela confiança e nos liberou e, ainda fez algumas recomendações para que tivéssemos cuidado e que fôssemos bem. E assim, nem informamos o motivo da entrada naquele local. Entrando na mata, fizemos uma oração e falei para o Augusto: olha, o ambiente é mais ou menos assim: tem uma árvore grande, uma árvore reta e outra torta, um arroio e um buraco, mas chegando lá eu não sei onde vai estar essa imagem, se está no chão, encima ou do lado da árvore ou se está enterrada, pois isso ela não me revelou. Seguimos em fila um atrás do outro. Eu na frente abrindo a picada com o facão, depois vinha o Augusto; logo atrás Bernadete sempre em oração, em seguida minha filha Tainá fazendo aquele filminho meio perdido, pois tão inocente nem fazia ideia da seriedade que era aquilo! Depois a Serli que caminhava alheia a tudo, pensando que não iríamos encontrar nada. Andamos uns 350 metros e aí percebi já tínhamos andado muito e parei. Devo ter avançado uns dez metros além do alvo. O Augusto parou uns metros antes que eu e, assim cruzou os braços permanecendo no mesmo local. A Bernadete há poucos metros de nós, começou a sentir um perfume de flores e num pequeno espaço ia e voltava e, como alguém que pensa alto dizia: “Mãezinha você está aqui”, e assim repetiu por três vezes: “Mãezinha, eu sei que você está aqui”. E me perguntou se eu não estava sentindo o perfume. Eu disse que não, pois no momento não estava sentindo mesmo. Quando virei para trás, vi atrás do Augusto as duas árvores, uma reta e a outra torta, e disse a ele: Augusto, essas duas árvores atrás de você são as que eu via em meu sonho. Então ele voltando para mim disse: _”E essa árvore grande ali”? Respondi: se estas são as duas, aquela deve ser a árvore grande que eu via também; então eu tinha que avançar uns metros mesmo, pois quando caminhei olhando pra frente não a vi e, ao me voltar para trás pude visualizar melhor e reconhecer que já estava no local de meus sonhos. Em seguida, vi o buraco junto do arroio; era ali que a Senhora havia conversado comigo no último sonho. Aproximei-me e neste momento voltando-me para um toco de imbuia apodrecido comecei a sentir fortemente o perfume de flores. Com o facão fui vasculhando numa das frestas daquele tronco apodrecido. Porém, foi na segunda fresta, enquanto pedaços da madeira apodrecida de terra acumulada iam se desprendendo, a Imagem veio de cima para baixo de uma maneira muito suave. Aí a Serli gritou: “Olá!” e, minha filha num espanto falou alto: “Meu Deus”! Em seguida falei: ‘tinha mesmo!’ demonstrando euforia. E assim o sentimento foi de alívio de alegria. Afinal até nem sei explicar o tamanho da emoção que senti. É algo indescritível. A Bernadete com a voz engasgada pelo choro continuou rezando. Todos ali, muitos emocionados, queriam tocar na Imagem e sentir o seu perfume. Depois Bernadete deu seu testemunho sobre o porquê de ter dito que precisava ir junto. Na noite de sexta-feira para sábado, sonhou que estava rezando, acordou e continuou rezando e assim passou a noite: dormia, acordava e rezava e ainda sentia um perfume de flores que invadia sua casa, sem saber de onde vinha. De sábado para domingo, sentindo o mesmo perfume, sonhou com um tronco de árvore apodrecido e que dele retirava terra para plantar uma muda de orquídea. No entanto, ela não havia correlacionado com o local do meu sonho, era mais uma intuição. E assim entendemos que Bernadete também foi usada para dar uma força e ajudar a desvendar o local da Imagem. O Augusto também testemunhou que quando chegou naquele local, sentiu que era o fim do percurso, que não precisava mais ir para frente e foi por isso que cruzou os braços permanecendo parado. Saindo de lá, voltamos para ver se aquele senhor que vigiava o local ainda estava lá, mas como não havia mais ninguém, assim saímos daquela reserva. No caminho de volta, cada um queria carregar um pouco a Imagem e assim ela vinha repassando de mão em mão, exalando sempre seu perfume. Desde então está aqui conosco. Depois disso muitas coisas veem acontecendo, mas a gente respeita muito, principalmente por ser testemunhos de outras pessoas. Uma porque o Pároco de nosso Matriz pediu silêncio e, a própria Mãezinha pediu silêncio também. Falou que quem quisesse visitá-la viria por vontade própria e não por alardes. Só agora estamos entendendo que quando ela falava em família, estava abraçando as Comunidades e que ainda é possível acreditar e ter esperanças que dentro de um amor fraterno podemos construir a família de Deus.