

Edit 27/02/21: Olá Lucy Aqui! Temos alguns recadinhos:
Edit 21/11/20: Aumentamos o preço da recompensa do desenho retrato pelo Allen para 50,00 reais, pois tivemos muitos pedidos e ele está trabalhando mais tempo nisso do que o estimado, para que todes recebam algo customizado e lindo ❤️ o novo valor conta apenas para doações a partir deste dia 21. Edit 06/11/20: O vakinha coloca um valor mínimo de 25 reais para doações e nos cobra taxas. Para valores menores ou se quiser doar por fora entre em contato conosco pelas redes sociais ou e-mail que temos Picpay, Bradesco, Banco do Brasil, Nubank e PayPal ❤️ também valerão as recompensas!
Olá! Nós somos um casal transcentrado, formado por um transmasculino não-binarie (Allen) e uma mulher trans (Lucy) que se amam muito e formam o formidável ship conhecido como Lullen. Nós dois atuamos na área acadêmica de ciências biológicas, com bolsas de pesquisa e divulgação científica. Juntes temos o canal no Youtube chamado Make Science BR, onde falamos de vivências trans e ciência. Estamos fazendo essa vaquinha como um pedido de apoio voluntário para aquelus que gostam do nosso trabalho e existência, e solidarizariam/gostariam de ajudar com esse sonho coletivo de realizar nossas respectivas cirurgias de redesignação corporal como pessoas trans!
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HISTÓRIA DA LUCY:
Meu nome é Lucy Souza e sou mulher trans e bióloga com doutorado em zoologia. Atualmente sou bolsista de pós-doutorado no Museu da Amazônia, e moro sozinha numa região de periferia dividindo um apartamento com uma colega.

Minha transição se deu tardiamente com 27 anos de idade, ou seja, no meu último ano de doutorado. Embora eu fosse trans desde o nascer a sociedade foi muito eficiente em me doutrinar na perspectiva transfóbica fazendo com que passasse minha vida até 2014 me escondendo por trás de personagens femininas no RPG, jogos online e etc ao invés de olhar para dentro de mim e entender o que meu eu de verdade tentava gritar a plenos pulmões.
Em 2014 eu entendi que algo no meu existir não condizia com a minha existência, mas o medo de perder o relacionamento que vivia, a bolsa de mestrado, a minha família, a minha vida e talvez terminar na rua tendo que vender meu corpo para sobreviver fizeram com que eu fugisse o máximo possível de tudo isso. Foram 5 anos fugindo, lidando de formas paliativas e pouco eficientes até que no começo de 2019 eu tive uma tentativa de suicídio que felizmente deu errado. Foi nesse momento que meu eu interior conseguiu sair e me mostrar que eu precisava de ajuda profissional para destruir as barreiras socialmente colocadas em minha mente e poder assim viver em plenitude.

Após a transição eu passei a ter mais gosto pela vida e parei de desejar/encarar a morte como algo bom e desejável e ganhei um apreço muito grande pela vida. Começou a sobrar energia junto com essa vontade de viver e daí começou meu ativismo LGBTQIA+ e minha luta na divulgação científica de forma independente, culminando assim na criação do meu canal no YouTube chamado Make Science BR.
Essa exposição proposital junto a minha passabilidade (digamos, o “quanto” a sociedade me vê como mulher cis) moderada me expuseram a riscos e traumas. Por ter caraterísticas que a sociedade considera como “masculinas”, junto com essa ideia que pessoas trans vivem para “enganar” as pessoas sim, luto hoje em dia com episódios que vão desde assédios sexual e perseguição na internet, ser perseguida na rua por estranhos e até ao ponto de acontecer agressões verbais e físicas na vida real. No meu dia-a-dia, por exemplo, vivo escondendo meu pomo-de-adão, pois é uma das razões “denúncia” minha existia e porque já tentaram me agredir na rua.

Sobre a cirurgia eu preciso ser honesta e franca com quem está considerando doar, eu não preciso dela para sobreviver como ser humano, mas fazê-la aumentaria significativamente a minha qualidade de vida. Já vivo com diversas condições crônicas de saúde, como depressão, ansiedade, refluxo crônico, síndrome do intestino irritado e síndrome de Gilbert, que me fazem ter um gasto mensal com medicamentos muito alto. Eu realmente não tenho condições financeiras suficientes para arcar com esse processo cirúrgico que facilmente custa mais de 40 mil reais! Por isso veio a ideia de vender fotos sensuais (não pornográficas) e de criar essa rede de doações com pessoas que demonstram apoio a nossa existência, para tentar realizar esse sonho o quanto antes, uma vez que pelo SUS existe um fila de espera de até 10+ anos para ter chance de realizar o procedimento.
Para quem não conhece essa intervenção cirúrgica que é a cirurgia de transgenitalização feminina, ela constrói a partir dos meus tecidos penianos uma vulva e vagina. Eu não odeio meu pênis, mas não posso negar que ele é uma fonte constante de dor e sofrimento. Ele atrapalha muito e gera desconfortos que vão desde o uso de certas roupas que gosto até crises disfóricas que são extremamente dolorosas física e mentalmente. Por isso que quero me permitir fazer tal intervenção. Eu realmente não acho que eu precise apenas viver e aceitar mais esse sofrimento em minha vida, eu tenho direito e dever de lutar por aquilo que me faz bem e que tem o potencial de melhorar o meu dia a dia na Terra, e por isso resolvi tentar pedir apoio para realizar esse sonho que melhoraria tanto minha qualidade de vida.

Além disso, sonho em ser mãe no sentido de gerar uma vida dentro do meu corpo e nesse contexto essa cirurgia serve como primeiro passo para poder me voluntariar aos processos de teste de transplante de útero e gravidez para mulheres trans!
Ao longo da minha vida e principalmente na transição recebi muita ajuda das mais variadas formas de amigos muito próximos, família e principalmente das relações amorosas que construi ao longo do tempo, com essas pessoas tive liberdade de discutir aspectos intimos e complexos para mim como a questão das cirurgias. Se não fosse por essas pessoas não teria o conhecimento e entendimento que tenho hoje sobre esse assunto e sobre como me sinto em relação a tudo isso. Se não fosse por todo amor que recebo, pela terapia e pelo Allen eu nunca teria forças para lidar com isso, mas felizmente tive todo apoio do mundo e hoje sou capaz de criar uma vakinha para uma cirurgia tão séria e importante me mostrando que não preciso suportar a vida com as dores que meu pênis me causam, mesmo estas não sendo letais. Esse talvez seja mais um dos grandes privilégios da minha vida, uma família e amigos que me amam e estar em um relacionamento saudável e gostoso com uma pessoa que me empurra para cima todos os dias!
Para quem quiser me conhecer melhor e acompanhar meu trabalho como paleontóloga e divulgadora minhas redes sociais no twitter e instagram são @gryposouza!
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HISTÓRIA DO ALLEN:
Meu nome é Allen Ximenes, sou transmasculino e não-binarie, acadêmico de ciências biológicas e bolsista de iniciação científica (CNPq).
Minha história também segue uma linha parecida onde passei anos vivendo a conformação que me foi imposta de ser mulher cis, pensando que não havia outra opção pra mim, apenas essa onde minha liberdade foi tirada ao atingir a puberdade, virar “mocinha” e assim ficar fadado a viver uma vida ditada por outros, sobre como me vestir, o que trabalhar e eventualmente virar “posse” de um homem cis. Já desde por volta dos 13 anos entendia minha não conformidade de gênero a essas regras e minha sexualidade não-hetero (sou assexual, arromântico e pan-afetivo), mas tentei por anos esconder tudo isso, pois não via como eu poderia viver desse jeito, já que possivelmente iria perder minha família, educação, apoio financeiro – não via perspectiva. E essa falta de perspectiva, junto a outras condições de saúde crônicas como uma endometriose rara e um TDA a ser diagnosticado, levaram a crises depressivas, de ansiedade, pânico, paranoia e pensamentos suicidas.
Felizmente os pensamentos suicidas não venceram! Quase fui hospitalizado, mas com cuidado comecei os tratamentos e consegui alguns diagnósticos. Sou privilégiado que minha família me apoiou durante todo o tratamento e até hoje. Mas após sair do armário como trans e queer vieram as tentativas de impedir minha transição + o assédio psicológico nessa condição familiar me fizeram tentar morar sozinho em 2019, que deu certo por um período mas não permanentemente, pois não consegui emprego fixo nem continuar a faculdade, e acabei voltando a Manaus e a casa da minha família. Atualmente gostaria de sair, mas sem renda-fixa e uma bolsa de graduação de 400 reais ao mês isso não é possível. Sendo que também assim que possível eu e Lucy queremos assinar uma declaração estável e ir morar juntes. Tento fazer alguns trabalhos freelancer, com manutenção de computadores, traduções Português-Inglês e arte para ter um rendimento extra, mas continuo vivendo com depressão e ansiedade crônica que reduzem meu “rendimento”, além de que só conseguirei mais oportunidades ao me formar na graduação pelo menos.
A ajuda que peço nessa vaquinha é para conseguir arrecadar o valor de uma cirurgia de mastectomia masculinizadora. Também falo de uma posição de privilégio no qual eu conseguiria sobreviver sem o procedimento, e que é motivo de muitas crises de síndrome de impostor, mas só de imaginar poder viver sem esse peso que os seios já fico mais esperançoso com o futuro! Essa disforia com os seios já acontecem desde que começou minha puberdade, e causam frequentemente crises de disforia e dismorfia corporal quanto ao meu corpo. Pra mim não é algo que deveria ter na minha existência corpórea, e que com certeza me “aprisiona” de diversas formas diariamente – 1 o uso de binders ou fitas para alisar os seios diariamente, que machucam a coluna e tórax e limitam minha respiração como alguém que já teve asma; 2 não posso usar diversas roupas; e 3 são motivo que “denunciam” minha não conformidade de gênero e já me fizeram sofrer agressões psicológicas e físicas, como xingamentos na rua, ser perseguido por seguranças em shoppings, tentativas de me expulsarem de banheiros e uma tentativa de ser detido pela polícia por causa da não conformidade a norma da minha aparência x meus documentos (tentaram me deter por acharem que eu estava com documentos falsificados).
Ter a Lucy na minha vida apareceu como uma benção, por conseguirmos apoiar ume à outre emocionalmente, psicologicamente e financeiramente (dentro do possível), e me fez ter como sonhar com esse futuro juntes onde estamos confortáveis com nossos corpes.
Como artista visual, eu ofereço meu trabalho de desenhos, digitais ou pinturas tradicionais, como recompensa para alguns valores doados. Também sou o fotográfo e editor das fotos sensuais da Lucy! Ela é minha musa. Posto minha arte no instagram @allen_saoirse e no Twitter @allensthe1st
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SOBRE VALORES:
Estamos fazendo uma vaquinha de R$ 60.000 reais pois esse seria o valor total de nossos procedimentos juntes. São R$ 15.000 (total, ou 25% do arrecadado) para a mastectomia masculinizadora e R$ 45.000 (total, ou 75% do arrecadado) para transgenitalização genital. Nesses valores estão inclusos o valor da cirurgia em si, médico, assistentes, anestesista e etc, mas também os valores da hospitalização pros períodos pré e pós operatórios. Como essas cirurgias não são feitas onde moramos atualmente (Manaus/AM), também custearemos a viagem para São Paulo e Rio de Janeiro, mas isso por conta própria.
RECOMPENSAS:

Entre em contato conosco nas nossas rede sociais para reivindicar a recompensa com o comprovante de doação 🥰 ou pelo e-mail souzalucyg@gmail.com
Agradecemos muito a qualquer ume que gostaria de ajudar, seja com qualquer valor ou com algum valor das recompensas, e prometemos manter todes atualizades conforme essa vaquinha tenha alcance ou não <3
✒️ Exemplos dos desenhos autorais em nanquim, ao invés do sombreamento em nanquim preto & branco pode ser feito uma coloração básica digital (flat colors, sem sombreamento):
