O filme mostra a história de quatro mulheres - Aline, Maria Ângela, Débora e Cristina - que cresceram em uma mesma rua na periferia de São Paulo, e que em momentos diferentes da vida realizaram um aborto. Apesar de terem passado pelo mesmo procedimento, o fizeram de formas completamente distintas, seja em relação ao método escolhido, às dificuldades que enfrentaram desde o momento em que souberam da gravidez, às formas como se relacionaram com familiares, companheiros e consigo mesmas durante esse processo e até em relação às consequências que esse evento teve em suas vidas. Reunidas com a equipe de gravação em conversas informais, elas relatam suas experiências com o procedimento, evidenciando a necessidade de expor o tema, assim como a sua legalização.
Com o documentário CEP 05300 queremos retratar, através das histórias das nossas personagens, as diferentes e complexas realidades que envolvem um aborto, associadas diretamente ao seu caráter ilegal. A criminalização, ao invés de inibir a prática, empurra mulheres sem alternativa em direção a soluções clandestinas e precárias, condenando-as ao silêncio e em alguns casos até a morte. Nesse sentido, nosso documentário tem como proposta ser um espaço para debater essa temática de forma aberta, permitindo que o caráter exclusivo e pessoal dessas experiências dê lugar a uma experiência coletiva e compartilhada.
Tirando o tema da clandestinidade, defendemos o posicionamento em relação ao aborto como uma questão de direito de escolha e direito da mulher ao próprio corpo. A mulher deve ter autonomia para decidir sobre si e, mais do que isso, deve poder contar com o suporte do Estado para qualquer escolha em relação a sua gravidez.
A equipe de idealização e realização do projeto é formada por mulheres estudantes do curso de Midialogia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que buscam a construção de espaços para que o debate sobre aborto no Brasil possa acontecer. Nosso grupo é formado por cinco alunas do quarto ano da graduação e uma do quinto, e contamos com a ajuda de outras alunas de anos e cursos diferentes, bem como o apoio de várias mulheres que compartilharam suas histórias conosco afim de trazer a tona a realidade do aborto.
Ao longo do desenvolvimento do projeto nos deparamos com a latência do tema no cotidiano feminino, seja entre mulheres que enfrentaram procedimentos inseguros e clandestinos como também as que nunca fizeram um aborto mas temem essa possibilidade por conta da ilegalidade do procedimento e a falta de amparo do Estado.
Para nós, é importante que esse debate tenha como protagonistas as próprias mulheres brasileiras, para que assim seja possível conquistarmos a autonomia necessária sobre nosssos corpos, sexualidade e reprodução. Além da relevância do tema, acreditamos que o audiovisual pode ser um meio poderoso de experimentação, difusão e construção do espaço social, por isso a escolha pela realização do documentário.O dinheiro aqui arrecadado terá como finalidade garantir alguns itens fundamentais para a execução do documentário, como o aluguel de equipamentos, transporte e alimentação da equipe, compra de figurino e objetos de cena. Todo dinheiro arrecadado será integralmente usado para a realização do documentário CEP 05300, e cobrirá apenas uma parte do nosso orçamento.
Apesar de se tratar de um projeto de conclusão de curso, não recebemos da Universidade o apoio financeiro necessário para a realização do documentário. Assim, optamos por formas alternativas de captação, e o Vakinha é uma delas.
Se você tem interesse pelo tema do aborto e achou o nosso projeto bacana, contribua! Doações de quaisquer quantias serão muito bem-vindas. Basta clicar em “Contribua” e seguir as intruções do site.
Também é possível colaborar através da divulgação da nossa campanha no Vakinha e página no Facebook [facebook.com/cep05300] entre seus amigos. Além de posts sobre a produção do documentário, atualizamos a página com publicações e discussões sobre o tema do aborto, fazendo dela um canal de informação e debate.