
Caros amigos
Começamos esse projeto com o intuito de constituir um Fundo para a recuperação de um dos mais importantes marcos arquitetônicos da nossa cidade. Estamos falando do Pórtico, que foi inaugurado em 1997 em homenagem a emancipação político demonstrativa de Búzios – ocorrida dois anos antes. O projeto foi doado pelo arquiteto Hélio Pelegrino (que tem os projetos mais icônicos da cidade) e foi talvez a primeira PPP (Parceria Público Privada) do Brasil quando a cervejaria Brahma aceitou financiar a obra.
Além de receber a Secretaria de Turismo, o prédio virou uma espécie de cartão de apresentação da tão famosa arquitetura buziana. Que nos diferencia bastante de outras pequenas cidades costeiras do Brasil. Estuque, telhas coloniais, vidros, forro em tiras de ripas de fórmica reciclada, janelas com gelosia, piso em mosaicos de cerâmica hidráulica, imensas portas centenárias e colunas de madeira de Lei recuperadas de engenhos e fazendas da era colonial do Brasil. Tudo entrelaçado numa escala humana típica dos melhores projetos encontrados na cidade.
Pois bem: num determinado momento, e ninguém assume a responsabilidade pelo ato, a administração pública resolveu violentar o projeto e retirou os dois telhados que davam asas ao prédio central. Esses telhados atravessavam as ruas laterais e acabavam no canteiro próximo as ciclovias que ladeiam o Pórtico. Além da violência do ato, de se destruir um projeto arquitetônico sem consultar o autor da obra que doou de coração a cidade, a administração pública ainda deixou nas paredes, os buracos que surgiram com a retirada das madeiras que sustentavam os telhados. E estão lá até hoje. Como feridas abertas. Tal qual um corpo insepulto.
E o prédio central, sem a sua composição original, deixou de ser o que era, ou seja, uma representação da nossa arquitetura e nem mesmo a Secretaria de Turismo se encontra mais lá.
A atual administração resolveu fazer uma reforma no local. Reforma esta que passou a ser restauração. A notícia à primeira vista parece ótima, mas esconde um detalhe. A restauração se delimitará ao piso, telhado, portas e janelas, forro e jardins externos. Não existe decisão nem boa vontade de se restaurar o projeto original. Ao menos essa é a versão oficial da prefeitura que de maneira surpreendente informou ao autor do projeto que, se ele quiser que faça com seus recursos próprios.
E o arquiteto Hélio Pelegrino resolveu encarar o desafio. E aqui não se trata apenas de uma questão de apreço pessoal entre o autor e sua obra e sim, de reconhecimento da importância de se manter inteiro e intacto os prédios públicos que guardam a história da cidade. O Pórtico de Búzios não é apenas um prédio público e menos ainda um marco delimitador pois todos sabem que a cidade não começa ali. É antes de tudo, como já afirmamos acima, um marco arquitetônico. Um exemplo do que a cidade tem de melhor em se tratando de arquitetura urbana.
Feita as contas, chegamos à conclusão que serão necessários entre R$100 e R$150 mil reais para material (telhas, caibros, ferragem, cabos elétricos, sensores, iluminação, ripas) empresa de construção e seguro. Temos ainda os custos da administração da vaquinha. Parece muito, mas se observarmos a importância em se recuperar um projeto tão icônico veremos que é pouco. Qualquer pessoa que se sinta tocada pelo projeto pode doar. Qualquer quantia ajuda. As doações devem serem feitas no site www.vakinha.com.br/3056927. Na página Projeto Asas da Imaginação.