
Sou Mariana, tenho 41 anos, e fui aposentada por invalidez, pois sofri um sequestro no Rio de janeiro, cidade onde nasci, mas com tamanha violência que vivi, precisei mudar de cidade, e com o tratamento psicológico ganhei 30kg, isso me fez entrar em depressão. Com o começo da pandemia, tive covid e precisei ficar internada por 16 dias, o medo da morte, a depressão e todos os problemas que por ventura vieram a surgir, me levaram ao fundo do poço. Mas com os dias confinados no quarto do hospital, onde era proibida qualquer visita, me ocupava com vídeos e tutoriais sobre costura, um universo que sempre me encantou, mas nunca fez parte do meu cotidiano corrido. Com isso, mesmo sem saber passar a linha na agulha da máquina, busquei conhecimento online e comecei a me arriscar. Meu primeiro trabalho foi feito com um lençol de algodão antigo, pois estávamos em casa e o comércio todo fechado não tinha como comprar tecido, mas não deixei de praticar por isso. Até que fiquei com 2 lençóis em casa pra uso kkk a costura então entrou de vez na minha vida e se tornou uma terapia, hoje com o tratamento psicológico controlado, já consigo realizar alguns trabalhos. Meu perfil no Instagram é @atelieda.mary_ onde posto minhas peças. Devido a demanda minha máquina de costura que é doméstica não resistiu, fui consertando,as chegou um ponto que ela parou de vez. Então uma pessoa que se dizia amiga me ofereceu sua máquina emprestada para eu costurar e não perder minhas encomendas, eu aceitei, mas não imaginava que estava caindo em um golpe. A pessoa pedia dinheiro para manutenção e sempre acabava pagando mais do que ganhava com o meu artesanato. Quando me dei conta já tinha virado uma bola de neve e eu estou s máquina para trabalhar e devendo a quem achei que era amiga. Não durmo mais, vivo a base de remédios, pois as crises de ansiedade voltaram e eu com o salário de aposentada (por invalidez é proporcional) não consigo fazer minhas peças pra vender e minhas dividas só aumentam. Estou aqui em um ato de desespero.