
Vô Carlito (95 anos) é, sem dúvida, um dos seres humanos mais especiais que já passaram por este mundo. E agora, ele precisa de um concentrador de oxigênio portátil para continuar se movimentando, cuidando do seu amado jardim e fazendo as coisas que alegram sua vida.
Se você já teve o prazer de conhecer o seu Carlito, sabe que ele é um verdadeiro palhaço de coração de ouro — e tem um talento danado com as plantas. Se o Vô plantou, vai vingar. E se você visitar, vai sair com uma sacola cheia de vegetais orgânicos. Sempre foi um marido incrível, pai dedicado e um avô carinhoso como poucos. Me mato de rir só de lembrar do Vô, no auge dos seus 80 e poucos anos, chamegando a Vó: “Ai véia, se eu te pego num matinho escuro!” 😂
Ser neta desse HOMEM foi — e é — um privilégio. Não tinha tempo ruim: o Vô transformava qualquer coisa em jogo ou brincadeira. Ser arrastada pela casa sentada em cima de um cobertor era garantia de gargalhada geral dos netos. E quando vinha a “parte da escadinha”, era o auge da bagunça!
Vô ria tanto das próprias piadas que mal conseguia chegar ao final da história. Tentava contar umas dez vezes, mas sempre parava no meio de tanto rir, sem ar. Quando a gente finalmente entendia a piada toda, já não tinha mais abdômen pra aguentar de tanto rir junto.
Ele acordava às 5 da manhã pra correr, fazer exercício ou cuidar do quintal — e esse hábito durou até os 95 anos (antes dessa pneumonia chata!). A Vó acordava com a mesa do café posta e voltava pro quarto com a cama já arrumada. Princesa que fala?
Esse é o tipo de pessoa que ele é: os filhos sempre precisaram colocar comida no prato dele nas refeições, porque ele não gosta de comer sem ter certeza de que todos já se serviram bem.
O sonho dele sempre foi seguir a tradição da família e entrar para o exército. Ele é descendente direto de José Gervasio Artigas, o herói que ajudou a libertar o Uruguai da monarquia. Mas esse sonho foi interrompido quando ele levou um tiro no olho, ainda jovem, e perdeu a visão de um lado.
No lugar disso, virou um verdadeiro “MacGyver” da elétrica — do tipo que conserta qualquer coisa só com um alicate, fita isolante e um patinho de borracha. Hehe.
A vida dele sempre foi simples e cheia de alegria — até que as coisas começaram a ficar mais difíceis. A demência levou a Vó embora duas vezes: primeiro na mente, depois fisicamente.
O jardim virou seu companheiro diário. Lá tem de tudo: ervas, verduras, legumes... Vô passava horas cuidando de cada cantinho com amor. Mas, em junho, ele teve uma pneumonia dupla e ficou 20 dias na UTI. Desde que voltou pra casa, está preso ao sofá — porque o cilindro de oxigênio é grande e dificulta qualquer movimento. Ele não pode nem mais sentir a luz do sol lá fora.
Agora, o jardim está silencioso. Vô está entediado. E aquele brilho no olhar, que sempre foi tão forte, parece mais apagado. Ele precisa de um concentrador portátil!
Procurei alguns modelos no Brasil, mas as opções são poucas — e as que encontrei custam cerca de R$30 mil e ainda por cima são grandes e pesadas. Nos EUA, encontrei versões boas por cerca de US$3.500. Ainda é caro demais pra mim sozinha... mas talvez não seja com uma ajudinha.
Se você puder contribuir — ou até só compartilhar — já vai fazer uma baita diferença.
Do fundo do coração, obrigada. Vamos ajudar o Vô a respirar melhor, caminhar mais, voltar pro jardim e rir até perder o fôlego (de felicidade!). 🌿❤️