Ajude Manuela

Querida família e amigos,Escrevo esta carta para compartilhar algo muito difícil, que tem marcado profundamente nossa família. É com o coração apertado que conto como descobrimos o que estava acontecendo com a nossa pequena Manu.Tudo começou de forma inesperada. Manu vinha apresentando alguns sintomas — febre, dor de cabeça, constipação intestinal e dores de ouvido. Foi diagnosticada com gripe, sinusite e otite. Nada indicava algo mais grave. Mas, em poucos dias, ela teve uma crise convulsiva em casa. Minha irmã, em desespero, a levou imediatamente ao hospital.No caminho, Manu teve três convulsões. Já no hospital, teve mais uma — a mais intensa. Ela demorou a voltar e, quando abriu os olhos, eles estavam estrábicos. A médica da emergência, sensível e atenta, suspeitou de algo neurológico. Sem perder tempo, encaminhou Manu para uma tomografia e acionou a equipe de neurologia.O diagnóstico veio rápido e cruel: um tumor cerebral, grave.Manu foi diagnosticada com Pineoblastoma IV, um tumor cerebral maligno e raro. Pineoblastomas são um tipo de tumor pineal que se desenvolve a partir de células da glândula pineal e são classificados como tumores de grau 4 por crescerem anormalmente rápido e terem maior probabilidade de se espalhar ou metastatizar para tecidos ou fluidos ao redor do cérebro, coluna e medula espinhal.A convulsão, segundo os médicos, havia sido causada pelo acúmulo de líquor — líquido cefalorraquidiano — impedido de fluir até a medula espinhal por causa da compressão provocada pelo tumor.No dia seguinte, Manu passou por uma cirurgia delicada para drenar o líquido e criar um novo caminho para que ele pudesse circular. Aproveitaram para fazer a biópsia. O resultado nos tirou o chão: era um tumor raro, agressivo e já em estágio avançado.Foi aí que começou a verdadeira luta da pequena Manu. O tempo se tornou nosso maior inimigo e, ao mesmo tempo, nossa única chance. Era preciso agir com rapidez. Ainda naquela semana, Manu foi encaminhada ao oncologista, iniciou uma bateria de exames e já começaram os preparativos para a próxima cirurgia.O tratamento da Manu será dividido em etapas. Nesta semana, ela iniciará a cirurgia de ressecção do tumor, seguida pelos ciclos de quimioterapia. A realização das sessões de radioterapia seria muito importante para o caso dela, porém, por ela ter apenas 2 anos, esse procedimento só é indicado a partir dos 3 anos de idade. Isso porque a radioterapia é um tratamento mais invasivo e intenso, que neste momento poderia causar mais sequelas do que benefícios.Agradecemos profundamente a todos que têm nos acompanhado, enviado orações, palavras de conforto e apoio. Cada gesto de carinho tem sido uma fonte inesgotável de força para minha irmã, para a Manu e para toda nossa família.Sabemos que o caminho é longo e desafiador, mas estamos cheios de esperança e fé. Acreditamos no poder da medicina, no amor que nos une e na determinação da Manu, que é uma guerreira desde o primeiro momento.Seguiremos juntos, um dia de cada vez, lutando por um futuro cheio de saúde, alegria e conquistas para a nossa pequena.