
Queridas, queridos e queerides, é com um nó no peito que anuncio o fim da minha temporada no Glicerina. Saio tendo a enorme alegria de, ao longo de quase 2 anos, ter tornado esse bar, que já era muito querido, num lugar ainda maior, onde a diversidade e o respeito prevaleceram acima tudo. Um lugar que, como ouvi por aí, passou a ser um ponto de encontro cultural, movido a arte contemporânea, design, publicações independentes e música. De papos com produtores de comida e bebidas locais. Um lugar onde se falou de política e se fez micropolítica.
Também, e acima de tudo, um lugar que se tornou templo na nossa rua, reunindo amigos, formando casais, levantando brindes entre pessoas (e cachorros) de todas as idades, cores e desejos.
Nesse momento de despedida, contamos com o apoio de todos os glicers pra fortalecer coletivamente nosso caixa. Pra passar a saideira e fechar essa conta, temos a meta de arrecadar R$30.000,00, tornando possível arcar com algumas despesas do encerramento:
. a rescisão dos contratos da Jessica e da Clara, que sempre receberam todos vocês com muito carinho e astral;
. as (inúmeras) multas, principal razão pra encerrarmos esse ciclo, geradas pela efervescência dos nossos encontros, que frequentemente transbordavam de dentro do salão pra área comum do prédio.
Ah! os sonhos e as utopias. Talvez esse projeto (iniciado por mim e depois amplificado com a Marina) fosse grande demais para essa pequena joia de bairro. E agradecemos imenso a todos vocês que tornaram tudo tão intenso e memorável.
Que estejamos juntes em novos tempos, em espaços onde a gente possa irradiar livremente nossos comes, bebes, artes, sons e ideais.