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Cadeira de Rodas Postural para nosso Querido Miguel
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Cadeira de Rodas Postural para nosso Querido Miguel

ID: 664748
Sim, no dia 07/10/2018 tive a melhor notícia que uma mulher poderia ter, que dentro de meu ventre eu estava carregando meu filho. De início foi algo assustador, pois, era algo que não tinha sido planejado mas que já estava ali sem ao menos ver tudo
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Vaquinha criada em: 03/08/2019

Sim, no dia 07/10/2018 tive a melhor notícia que uma mulher poderia ter, que dentro de meu ventre eu estava carregando meu filho. De início foi algo assustador, pois, era algo que não tinha sido planejado mas que já estava ali sem ao menos saber o porque!! Só que junto dessa notícia eu não tinha noção do sofrimento que estava lado a lado com minha imensa alegria. Posso dizer com toda certeza do mundo que eu fui do céu ao inferno literalmente, que o meu sentimento de amor e emoção estavam completamente ligados ao do medo.

Desde os meus dois anos de idade, sou diabética mellitus tipo I (cem por cento insulina dependente), e nunca fui muito de me cuidar, só que devido a alguns sustos tomei juízo e desde então vinha tomando os devidos cuidados com a minha saúde.  Na mesma semana que descobri que estava grávida, fui até uma ginecologista especializada em gravidez de risco, pois já tinha noção que minha gestação não seria das mais fáceis, pórem nunca pensei que seria algo que me traria tantas lágrimas de forma negativa. Segui tudo que a médica me orientou, sem tirar nem por, pode se dizer que eu estava sendo exagerada nos cuidados mas tudo para ocorrer o melhor com meu bebe.

Ocorre que, no dia 09/12/2018 acordei e fiz tudo como de rotina, só que na hora do almoço, infelizmente, tive o meu primeiro susto, tive um imenso sangramento. Larguei tudo e literalmente corri com meu marido para o hospital de Atibaia (local onde sempre me tratei), sem pensar no amanhã, não tinha quem ficasse na frente do nosso querido carro, chegamos em 24 minutos de Guarulhos até Atibaia, nunca vi meu marido dirigir tão rapido, com buzinadas, pisca alerto ligado, estavamos completamentes desesperados. Ao chegar lá fui direto para a emergência com dores fortes na região da virilha, glicose absurdamente alta (HI- quando o aparelho já não consegue mais detectar o valor da glicemia) e a pressão arterial 18/9, tirando o fato de estar extremamente nervosa sabendo estava correndo o risco de perder o bebe a qualquer momento, se é que isso já não tinha acontecido, pois estavam sendo feitos inúmeros exames e em nenhum momento os médicos vinham nos informar de nada.

Após longo tempo de espera e em observação os médicos vieram conversar com a gente, de início já falaram que o bebe estava bem e eu podia me despreocupar só que até o presente momento eles não sabiam me dizer qual a origem do sangramento e com isso eu teria que ficar em observação. Até ai tranquilo, pois ficaria algumas horas deitada na cama do hospital e logo em seguida seria liberada para voltar pra casa. Só que o médico nos informou que devido a glicemia e a pressão estarem tão altas, eles estavam fazendo a minha internação para o UTI, pois lá eles iriam ter uma melhor monitorização minha, fiquei nervosa e relutei ao máximo para ir embora, após eu ter uma crise nervosa, meu marido e alguns médicos e enfermeiros conversaram comigo e me explicaram que, eu ficando internada seria melhor para o meu bebe e também para mim, pois eu indo embora para casa naquelas condições estaria sendo negligente e irresponsável colocando a minha vida e de meu filho em risco, sendo que tinha como manter tudo estável e não queria. Depois dessa conversa não tinha mais o porque querer ir embora e sim acatar o que me informaram para o nosso próprio bem.

Durante essa internação, foram inúmeros exames e controles e no dia 19/12/2018 eu recebi alta (praticamente pedida), pois ninguém estava conseguindo controlar mais minha glicose e a ansiedade de ir embora. Após a minha saída do hospital remarquei consulta para dar andamento no pré natal. Essa consulta foi marcada para o dia 16/01/2019, dia esse que jamais irei me esquecer, pois nessa data recebia a suspeita mas não a confirmação de que meu bebe tinha uma obstrução no ventrículo direito, o que ocasionaria uma hidrocefalia congênita, mas que eu teria que realizar um exame chamado CARIOTIPO, exame este que foi feito.

Ressalto que no procedimento acima mencionado, fui acompanhada de meu marido, pois se estivesse sozinha ou com qualquer outra pessoa, eu não teria conseguido realizar o procedimento, pois quando já estava deitada na maca e tudo pronto para a realização do mesmo, o médico me informou que o procedimento era invasivo e que eu correria o risco de perder o bebe. Nesse exato momento me desesperei e comecei a ter uma crise nervosa, cheguei até a dizer que não queria mais realizar o exame, mas as pessoas a minha volta foram me acalmando e meu marido conversou comigo e disse quanto era importante eu fazer o exame para descartar qualquer outra patologia mais grave, além da que o meu bebe já tinha, após alguns minutos o procedimento foi feito com sucesso.

Após a realização do exame anteriormente citado, retornei a minha médica, e com ela tivemos a confirmação do diagnostico de obstrução dos ventrículos, que já estava nos dois lados e também uma hipoplasia cerebelar acompanhada de um cisto. É, meu mundo acabou ali, naquele momento vi a vida desmoronar diante dos meus olhos, não conseguia ver solução e nem o lado positivo de nada, pelo contrário, a única coisa que me restava era chorar e questionar a Deus o porque? Resposta esta que  nunca será me respondida com clareza. Nesse dia minha irmã/ comadre e que já passou por uma situação  dessa estava nos acompanhando, logo que a médica nos confirmou o diagnostico, eu fiquei alguns minutos em stand by e não conseguia pensar em nada, nesse momento minha irmã tomou a iniciativa e perguntou para a médica quem era o melhor para cuidar desses casos, pois ela não iria deixar nada acontecer comigo e meu bebe, que ela só queria saber o nome do melhor para ir até ele, não só a médica mas eu e meu marido também ficamos surpresos com a reação da minha irmã e a médica falou em alto e bom tom:

VÃO ATRÁS DO MELHOR QUE É O DR. MORON REFERÊNCIA NA AMÉRICA LATINA EM GRAVIDEZ DE RISCO.

Ao sair do consultório, a minha irmã pesquisou e já entrou em contato no consultório do referido médico e agendou uma consulta para o dia 06/02/2019. Até chegar o dia da consulta, meus dias foram os piores possíveis, pois eu não estava comendo, passando muito mal com dores e muito inchada e claro, só chorava. O tal dia da consulta chegou e eu estava muito ansiosa, afinal eu iria passar no melhor médico para esses casos complexos, ao chegar lá fomos muito bem atendidos desde o porteiro até o famoso médico Antônio Fernandes Moron, ele me examinou e fez um tipo de entrevista familiar, pois comigo foi minha irmã, meu marido e minha mãe rsrsrsrsrsrsr, após alguns minutos ele realizou um ultrassom com doppler (tinha que ser esse tipo de ultrassonografia para detectar todas as alterações do meu bebe), e ao terminar o exame, ele me orientou fazer mais alguns exames (sangue e outros) e com o resultado destes era pra eu retornar no dia 27/02/2019.

Ressalto que nessa consulta acima mencionada, eu já estava apresentando quadros de anemia, desidratação, ganho excessivo de peso por conta de estar inchada, hipertensão (desde a primeira internação comecei a fazer uso continuo de metildopa 500mg), insuficiência renal, hipotireoidismo e a glicemia descompensada..poucos problemas rsrsrsrs. Vale mencionar que um dos exames que o Dr. Moron solicitou, só seria aceito no convênio com a guia sendo assinada por um médico geneticista, caso contrário o exame teria que ser feito particular, o que seria impossível, pois as poucas economias que tínhamos, estavam indo com alimentação, remédios, combustível entre outros gastos.

O convênio me agendou uma consulta com um médico geneticista e fomos até ele para fazer o pedido do exame. Assim, não duvido da capacidade profissional de ninguém, muito menos de um médico, mas naquele momento eu estava frágil demais e queria profissionais que me tranquilizassem e não médicos que colocassem mais medo na minha gestação, e infelizmente foi o que ocorreu com esse geneticista, pois ele somente me criticou de todas as formas e ao final da consulta queria que eu realizasse o exame na clínica dele, enfim, não foi uma boa experiência. Com o passar dos dias fui reparando na minha piora, pernas mega inchadas, a barriga crescendo de uma forma exagerada e comecei a ter muita dificuldade para respirar, principalmente para dormir, cheguei a colocar quaro travesseiros e ficar o mais elevada possível para tentar dormir.

Com essa piora no meu quadro, tive que parar de andar e ficar somete de repouso, mais do que eu já ficava, no dia 27/02/2019, era o dia da minha consulta, só que o Dr. Moron estava fora do pais participando de um congresso muito importante. Aguentei mais uma semana, mas ai já estava ficando muito ruim e pedi para minha irmã entrar em contato com a secretária do médico para ver se ele já tinha chego e se tinha a possibilidade de um encaixe, pois meu caso estava piorando dia a dia. A funcionária do médico me encaixou para o dia 07/03/2019.

No dia da consulta, fomos até o consultório, e ao me ver o médico já disse; SEU CASO É GRAVE! Ele pediu para que eu fosse direto para a sala de ultrassom, e ao realizar o exame, ele olhou para mim e disse: BEM, TEMOS QUE CORRER COM VOCÊ, POIS A OBSTRUÇÃO DO SEU BEBE AUMENTOU DE UMA FORMA INEXPLICAVEL ..nisso a minha irmã perguntou qual era o risco, ele falou, os dois estão correndo o risco de morrer a qualquer momento, a sua irmã precisa urgente fazer uma retirada de líquido amniótico e a colocação de uma válvula intrauterina no bebe porque senão nenhum dos dois vão aguentar.

Ai nessa hora a gente faz o que? Eu já não tinha mais força mas sabia que naquele momento algo tinha que ser feito para salvar a vida do meu filho, a minha eu já nem ligava mas pela do meu filho eu faria o possível e o impossível. Minha irmã perguntou para o médico onde ele fazia esses procedimentos e ele respondeu aqui em São Paulo, somente no Hospital e Maternidade Santa Joana e que ele e a sua equipe não atendiam convênio, somente particular. A cada resposta do médico o meu desespero e o desanimo ganhavam mais força, pois o meu convênio não cobria nesse hospital e eu e meu marido não tínhamos mais quase nada de dinheiro, dinheiro esse que era para ser utilizado para iniciar um projeto de uma das clientes do meu marido que fazia móveis planejados até então, mas com toda essa situação, estava completamente dificil ele conciliar tudo (as consultas e os ultrassons realizados pelo Dr. Moron foram todas particulares e quem ajudou em tudo foi minha familia).

As pessoas me perguntavam, mas só tem esse médico e esse hospital? Não, existem outros médicos e outros hospitais sim, mas somente ele faz a colocação de válvula intrauterina no Brasil e ele só realiza essa cirurgia nesse determinado hospital, ou seja, só ele pode salvar a vida do meu bebe e a minha. Minha irmã e meu marido me internaram em outro hospital e nesse período já foi fazendo um pedido liminar para o meu convênio arcar com todo e qualquer gasto e assim, talvez, conseguir a transferência para o Hospital Santa Joana, foram exatas 36 horas sem domir ou ao menos tentar alimentar-se, mas com a graça de Deus e muito esforço do meu marido, que não me abandonou um minuto se quer nem mesmo para ir tocar a nossa pequena empresa de planejados e ficou comigo no hospital, e da minha irmã, q não pensou nem duas vezes para fazer todo o possivel para o juiz conceder a liminar em menos de 24 horas com todos os pedidos nela elencados e também que não pode dar muita atenção aos filhos dela nessa correria. Nesse período meu marido estava muito preocupado pois começou a notar a minha piora mesmo dentro de um hospital, pois eu não podia ficar sozinha.

Poucas horas depois da minha irmã ter conseguido a liminar, a ambulância chegou para fazer a minha transferência e assim segui para o Santa Joana, nesse tempo minha irmã já havia informado o médico de que eu já me encontrava internada no hospital Santa Joana, só que eu estava na UTI pois cheguei passando muito mal. Ressalto que em determinado momento na consulta feita com duas médicas plantonistas no Santa Joana, acho que devido a turbulência que estava na minha cabeça, nem me dei conta do que estava sendo perguntado, pois essas médicas falaram que o meu bebe não tinha compatibilidade com a vida fora da minha barriga. Graças a Deus eu não ouvi isso porque senão seria só mais uma coisa para aumentar ainda mais o meu sofrimento.

Diante de tudo que estava passando eu sabia que não podia fraquejar, pois tinha uma vida dentro de mim que estava ali lutando pra viver e aqui fora tinha outras que estavam fazendo das tripas coração para tentar amenizar minha dor, meu marido foi mais que isso, ele foi amigo, ele foi pai e o principal, ele foi humano em segurar minha mão e não soltar em momento nenhum, como estamos até agora, mesmo com todas as dificuldades escancaradas na nossa porta.

E com essa internação, novamente, fui submetida a diversos exames, alguns eu nunca tinha nem ouvido falar, após dez dias de internação e com meu quadro estável, fiz a primeira derivação de líquido amniótico, foi um procedimento mais tranquilo, porém tive que tomar uma anestesia local e um calmante (foi retirado 2.300ml), parece até brincadeira mas com essa redução emagreci 5kg. Após uma semana da redução fomos submetidos a cirurgia intrauterina, procedimento bem mais complexo e demorado. Foram três horas de cirugia, tive que tomar uma anestesia rack e junto dela uma boa dose de sedativo, pois eu estava muito nervosa e com medo porque tinha noção que se algo desse errado teria que ser feito uma cesariana as pressas, o que não seria nada bom, mas com a graça de Deus a cirurgia foi um sucesso.

Ninguém sabia o que poderia acontecer, meu marido que estava dormindo comigo todos os dias no hospital como acompanhante, minha irmã que revesava com ele aos finais de semana e me visitva quase todos os dias, meus sobrinhos e minha mãe, todos lá fora esperando a noticia de nossas vidas, mas graças a Deus estavamos com o melhor de toda América Latina, e com a graça do Senhor que iluminou esse médico especialista deu tudo certo em nossa cirurgia.

Permaneci internada por 28 dias e após esse período fui liberada mas com todas as restrições do mundo, a única coisa que eu teria que fazer era me alimentar bem e beber bastante líquido, e com a graça de Deus e do médico Moron, meu filho estava vivo, mas não iria ficar só nisso, eu sabia que mesmo gravida o retorno para casa seria de tamanha dificuldade, e estava tudo apenas começando.* Vale informar que durante esse período de internação eu e meu marido tivemos que tomar diversas decisões juntos, pois eu já estava quase no sétimo mês de gestação, uma gravidez de altíssimo risco acarretando inúmeros problemas, praticamente zerados de dinheiro e eu necessitava que alguém ficasse comigo em casa.  Pensamos em diversas possibilidades, mas infelizmente todas precisaríamos contar com a ajuda de alguém, ou seja, tirara alguém de suas funções e isso não seria justo, afinal de contas o filho é meu e do meu marido, então era hora de abrir mão de algumas coisas e uma delas foi ele parar de trabalhar, porque senão iriamos ter que gastar com alguém para ficar comigo, mas como se já não tínhamos mais um real sobrando.

Outro ponto foi o fato de gastar o dinheiro da conta de luz para comprar alimentos, fizemos isso sim e em decorrência ficamos sem luz, tivemos que vender nossa televisão para ter dinheiro e colocar combustível no carro para ir nas consultas e comprar meus remédios, vendemos várias outras coisas para suprir os gastos, mas agora estamos em um ponto que não temos mais o que vender em casa. Eu trabalhei até o mês de dezembro, sou autônoma, mas nunca fiz nenhum tipo de contribuição ao INSS, por esse motivo não tenho dinheiro para ajudar nas despesas de casa muito menos com as despesas do meu bebe.

Ao sair do hospital, fiz tudo que o médico recomendou, repouso absoluto, mas no dia 10/04/2019 por volta das 07:30 comecei a reparar que estava fazendo muito xixi e pior que não estava conseguindo segurar, ao ponto de andar com um balde do lado e de 2 em 2 minutos fazer xixi. Achei estranho mas continuei fazendo as coisas, quando do nada reparei que não tinha a possibilidade de sair da privada pois no tempo em que ia vestir a calcinha já estava fazendo de novo. Assim que almocei no dia 10/04/2019 comecei a sentir umas pontadas na barriga e vi que na minha urina tinham vestígios de sangue, mas fiquei quieta e não falei para ninguém, e resolvi tomar banho, nesse tempo minha mãe foi na casa da minha tia e eu fiquei sozinha de boa, quando do nada veio uma cólica muito forte que me derrubou no chão, ai eu não tive dúvidas que era hora do meu bebe nascer.

Liguei correndo para minha irmã voltar e nisso fiquei pensando quem poderia me levar para o hospital, sendo que todos aqui de casa estavam trabalhando e meu marido estava em São Paulo (quando sai do hospital vim para minha mãe, pois em casa a luz já estava cortada). Assim que minha mãe chegou pedi pra ela chamar meu vizinho e pedi para ele me levar para o hospital, ele de imediato falou que sim e já foi pegar o carro. Eu não pensei em nada, só peguei minha bolsa e os documentos e claro duas toalhas para não sujar o carro do meu amigo. Avisei minha irmã e pedi para ela correr para o hospital e já ir ajeitando tudo por lá e também para ela ligar e pedir para um outro amigo que é policial civil uma viatura para me pegar no caminho porque estava muito transito e as pessoas nem sempre entendem uma emergência e não deixam os carros passarem, mesmo com o pisca ligada, assim como aconteceu com a gente quando eu tive o sangramento e meu marido dirigiu loucamente para Atibaia, passando por cima de tudo e todos.

E assim foi feito, ao chegar no começo da Rodovia Dutra, a viatura me pegou e me levou para o hospital voando, em cerca de 10 minutos eu estava dando entrada no hospital, foi uma adrenalina que só na viatura, mas o meu maior medo era meu bebe ter que nascer no carro, pois se isso acontecesse eu sabia que ele não iria resistir.

Quando cheguei no hospital, minha irmã já estava lá com toda a papelada pronta, inclusive que já tinha falado com meu médico e ele estava a caminho, nesse tempo eu estava ficando mais nervosa ainda por não estar conseguindo falar com meu marido rsrsrsrs. Até chegar a hora do parto foram alguns minutos ou até mesmo uma hora, nesse período meu marido chegou, mas em todo momento minha irmã não soltou a minha mão por nada e ficou ali como se pai do meu filho fosse. Eo grande momento chegou, uma ansiedade que não cabia em mim para ver o rostinho do meu filho, e as 21:19 dei a luz ao meu filho, mas nada foi como pensei que seria, pois não beijei meu filho, não o colocaram no meu peito e nem ao menos perto de mim, pelo contrário ele foi direto para uma incubadora, pois nasceu muito pequeno e bem antes do tempo, com apegar 3 e 5. Não ouvi nenhum choro e nem vi seu rostinho, naquele momento a tristeza bateu de novo mas tinha que estar feliz pois ele estava com vida e isso era o que eu mais queria, independente de tudo.

A minha recuperação pós anestesia não foi das melhores, passei muito mal, minha pressão e glicemia subiram, enfim, tive que aguardar um bom tempo para subir pro quarto e quando voltei tive a notícia que meu filho foi direto para o UTI Neonatal e que ali passaria alguns dias...mal sabia eu que esses dias iriam ser meses e pra mim uma eternidade. Praticamente não preguei os olhos para dormir porque queria de qualquer forma ver meu filho e não via a hora do dia amanhecer e o efeito da anestesia passar, meu marido passou a noite comigo mas o coitado estava morto de cansaço e precisava descansar, deixei ele dormir mas eu permaneci acordada. 

Logo que amanheceu consegui mexer as pernas, tomei um banho e pedi pra meu marido me levar até a UTI, mas quando cheguei lá e vi meu filho dentro de uma incubadora com fios por todos os lados e uma sonda passando pela sua boquinha...nossa pra mim foi uma apunhalada nas costas, não consegui olhar e comecei a vomitar de angustia e mal estar, tudo que se pode imaginar, foi uma das piores imagens que já vi e do fundo do meu coração não desejo pra ninguém, é algo que acaba com qualquer pai e mãe. Infelizmente tive que me acostumar com essa imagem pois dali em diante era a realidade do meu anjo Miguel.

No dia 17/04/2019 foi feita a desobstrução da válvula colocada quando ele ainda estava em minha barriga, com uma neuroendoscopia, a cirurgia foi realizada com sucesso e teríamos que esperar para ver se a válvula continuaria com sua função ou se teria de colocar uma válvula especial que vem da Alemanhã. Aparentemente Miguel estava reagindo muito bem, mas estávamos enganados, pois em um dos dias que chegamos para visita-lo a médica pediatra do UTI nos informou que a saturação dele estava caindo demais e era por conta da hidrocefalia e com isso ela chamou a equipe do neurocirurgião para examinar e ver se teria que colocar a outra válvula. E mais uma vez o medo tornava a bater na minha porta e com ele veio a noticia de que Miguel teria que passar por outra cirurgia e mais uma vez  tudo se repetia, incubadora, sedação, anestesia e outros mais, mas já que era preciso para o bem dele, eu iria fazer o que era preciso. Alguns dias depois, a cirurgia de colocação da nova válvula foi realizada com êxito e novamente Miguel tornou a ficar estável.  Foram longos dias de internação e com ele a descoberta de um severo refluxo, que está sendo tratado com Motilium 0,9 ml de 8/8hs e o leite Enfamil AR.

Foi realizado também a cirurgia de uma hérnia inguinal do lado direiro, para q ele pudesse receber alta hospitalar, e com isso amenizar um pouco dessa correria toda, e mesmo assim ele não parava de dar susto em nós e na equipe do hospital, adiando sua alta umas duas vezes por fazer com que a saturação caisse do nada por causa do seu severo refluxo. Ele possui uma hérnia umbilical, mas que essa só será mexida após os dois anos de idade mas que na maioria dos casos ela volta sozinha para dentro. Enfim, foram 82 dias de internação na UTI neonatal, dias esses que pra mim e meu marido pareciam que não teriam fim, foram dias que chorei, sofri mas em nenhum momento desisti, sempre estavamos lá mesmo que fosse por pouco tempo, como foi em alguns dias, mas sempre estavamos lá, paramos tudo, largamos o mundo, para salvar tanto a minha vida quanto a do nosso filho. Fizemos o nosso melhor dentro do possível, hoje estamos em casa (mas eu e meu marido em casa separadas, mas juntos e felizes).

Não é todo dia que podemos estar os três juntos mas sempre que dá damos um jeitinho, até pouco tempo estavamos sem energia em casa, e um dos amigos do meu marido, que participa com ele de algumas comunidades em comum, renegociou e pagou nossa conta de luz, mas desde que meu filho teve alta, meu marido tem morado em nossa casa sozinho e eu e nosso filho estamos na minha mãe, pois ainda estamos sem geladeira, sem mantimentos dentro de casa, e com todo esse trabalho que tivemos o nosso carro quebrou na ultima semana de alta do nosso filho, e dependemos mto do carro para poder levar o Miguel nas consultas.

Hoje nossas dificuldades são outras, acho que a maior delas é o fato do meu marido estar desempregado e não conseguir trabalho, pois com todos esses acontecimentos teve que fechar a nossa pequena loja, e com isso perdeu todos os seus clientes e ganhou alguns probleminhas pois ele não tinha como resolver com toda essa correria para nos salvar, junto com minha irmã, mas eu acredito que tudo isso vai melhorar, porque como ouvi por diversas vezes no hospital, não há mal que dure pra sempre. Minha família é quem está me mantendo eu e meu filho, graças a Deus recebemos algumas ajudas de uns amigos do meu marido com leite (Enfamil AR), fraldas (Pompom protek) e os medicamentos (motilium, protovit, neutrofer e omeprazol) e espero que tudo seja dado em dobro a eles, mas eu sei que a nossa batalha ainda não acabou, pois é um passo por dia.

Antes não era muito ficil para eu falar para as pessoas que meu filho é um bebe especial, na verdade eu queria esconder, não queria falar, mas em uma de minhas internações o Dr. Moron me falou que ele tinha muito orgulho de mim porque mesmo sabendo de todos os riscos e toda a situação do meu bebe, em nenhum momento eu desisti de lutar nem por mim nem pelo meu filho e isso fazia com que ele também não desistisse da gente, mesmo sabendo que os nossos riscos eram graves e iminentes. Ouvir tudo isso de uma pessoa tão renomada e conceituada como ele só me mostrou que eu vamos vencer várias batalhas pelo Miguel, e aqui estou lutando dia a dia e dando o meu melhor, sem contar com o apoio, do meu marido que sempre me deu forças e sempre esteve ali do meu lado, mesmo que o mundo acabasse lá fora ele estava lá, da minha irmã que parou tudo e fez o que podia e não podia para nos ajudar a salvar nosso filho e minha família, que sem dúvida pode existir igual mas melhor que a minha não.

Hoje com toda certeza eu digo que sou muito grata a Deus por ter esse anjo em minha vida que me ensina a cada dia como ser uma pessoa melhor.

Obrigada Miguel por nos escolher.

Nosso filho ao retornar com o Neuro Cirurgião, Dr. Sergio Cavalhero, um dos protagonista tbm junto ao Dr. Moron, tivemos uma serie de noticias não tão boas, fizemos alguns exames que detectaram que nosso filho não tem audição, e que uma possivel cirurgia precisará ser feita para colocar um Implante coclear, para que ele possa ao menos ouvir sinais de alertas, nós ficamos completamentes abalados, mas com feliidade nós estamos vivos.

Fora esse desfecho ele precisa fazer Fisioterapia neurológica itensa, para que o seu cerebro possa reconhecer suas articulações, tudo isso é o reflexo da hidrocefalia e da hipoplasia, 3 vezes por semana ele precisa estar no consultorio, que por sinal o convênio não atendeu pois é o unico especilista proximo a nossa casa em Guarulhos, mas quem por enquanto nos leva para as consultas na semana é a minha irmã, pois nosso carro esta quebrado, estamos sem diversas coisas em casa, então não posso voltar para casa ainda por que ficaria dificil para minha irmã nos ajudar, e ela também esta ficando sem dinheiro e gastando suas ultimas economias, pois minha familia e ela nos ajudam pagando o convênio, meu marido esta se virando como pode ainda em nossa casa, pois tem parentes proximos que o ajudam com a alimentação, e tem procurado diariamente emprego mas sem sucesso e estamos vendo a possibilidade dele vender alguma coisa em farol para poder arrecadar algum dinheiro.

Por que por mais que isso tudo aconteceu, ele deixou acumular algumas dividas e problemas da antiga loja, ele tem uma filha que esta algum tempo sem pagar pensão, desde q ele largou o trabalho para me acompanhar, então estamos recorrendo a tudo que podemos, para tentar arrumar essa situação. Com todos esses pequenos detalhes, o cirurgião que ele precisa retornar a cada 3 meses não aceita convênio, a sua cirurgia para colocar o Implante coclear vai precisar de muita atenção e consulta, temos uma vida inteira de gastos, e precisamos de ajuda para nos reeguer de toda essa situação.

Já pedimos ajuda do CRAS da nossa cidade, já demos entrada ao requerimento para recebermos o que puder de beneficios, meu marido enquanto não consegue nada começou a vender paçocas no farol proximo de onde moramos, mas não é o suficiente para suprir as atuais necessidades que estamos enfrentando, e precisamos continuar batalhando pelo nosso filho!

Nos ajude como você conseguir, compartilhar essa nossa história tambem vai ajudar.

Estamos criando uma página exclusiva para o Miguel, onde irá conter todos os meios de ajuda possiveis e também um aplicativo para ensinar Libras as pessoas especiais, isso com ajuda de amigos que se sensibilizaram com a história.

Para mais contato conosco: evandro.moisinho@yahoo.com.br / (11)98606-4564

Agradecemos pela leitura da nossa história, e também pela ajuda que pode nos oferecer!

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