
Nossa história: uma luta desde 2013
Em 2013, nossa vida mudou completamente. Meu pai estava voltando pra casa no horário da janta quando foi atropelado. O motorista fugiu, deixando meu pai com fratura exposta na perna, o pé quebrado em 360 graus e várias outras lesões graves. Ele passou por cirurgias, colocou ferros na perna e uma chapa de aço no calcanhar.
Depois disso, ele ficou afastado pelo INSS, mas passou 4 anos e 6 meses sem receber nada, mesmo com advogado acompanhando o caso. Ele era nossa única fonte de renda. Foram anos extremamente difíceis. Sobrevivemos com ajuda de um tio, que comprou uma perua. Assim que o meu pai se recuperou um tanto bom suficiente para conseguir se levantar, começamos a catar papelão juntos: eu, minha mãe, meu pai e meu tio.
Na época, eu tinha 10 anos. Minha irmã, 7. E meu irmão, 13. Ele tem uma condição neurológica — uma parte do cérebro dele é morta. Mesmo com laudos, ele não consegue se aposentar porque, por fora, parece uma pessoa normal. Mas tem sérias dificuldades de aprendizado: ele não entende piadas com duplo sentido, não compreende algumas coisas simples do dia a dia e tem muita dificuldade pra aprender. Ainda assim, é uma pessoa muito inteligente e carinhosa, só que o mundo não entende o jeito dele.
Minha mãe tinha medo de ser denunciada por trabalho infantil, mas eu ia catar papelão porque queria ajudar. Estudava de manhã e, à tarde, íamos às ruas. Ficávamos até de madrugada, buscando encher a perua com papelão, latinha, vidro, plástico. Tudo pra conseguir uns trocados e colocar comida em casa.
Durante esse tempo, alugamos até um terreno ao lado de casa pra guardar a reciclagem. A luta era diária. Mesmo quando meu pai recebeu o dinheiro do INSS, foi muito abaixo do justo. E a vida seguiu assim: difícil, mas com muita união.
Já tentamos aposentar meu irmão várias vezes, e sempre foi negado. O INSS diz que a renda do meu pai — R$ 2.100 por mês — é “alta demais” pra dar o benefício. Somos cinco pessoas dentro de casa. Isso mal dá pra sobreviver. E mesmo assim, recusam. Agora estamos tentando de novo, e o advogado nos orientou a não ter nenhum vínculo formal de trabalho, então hoje estou desempregado por isso. Ele disse que pode atrapalhar, por conta do limite de renda por família.
Ainda assim, a gente continua lutando. De vez em quando ainda catamos papelão como renda extra. Hoje temos até uma rota mais definida, mas continua sendo pesado e desgastante. Mesmo com tudo isso, seguimos de cabeça erguida.
Em 2023 consegui meu primeiro emprego CLT e fiquei até 2024. Com muito esforço, comprei meu celular, tirei minha carteira de motorista e realizei um sonho de infância: ter meu próprio computador. Nada veio fácil. Cada conquista foi com luta e suor.
Agora, com essa vaquinha, meu sonho é dar um impulso de verdade pra minha família. Ajudar a construir uma base mais estável. Nossa ideia é usar essa ajuda pra buscar uma renda passiva — algo que possa trazer um pouco de paz e segurança depois de tantos anos de sofrimento.
Se você leu até aqui, meu sincero obrigado. Qualquer valor, qualquer compartilhamento, qualquer palavra de apoio já é uma luz no nosso caminho obs tem outra vaquinhas no meu perfil que eu encerrei criei 2 sem querer mas nesse eu escrevi mais da minha história que deus abençoe