
Famílias que vivem no lixão catam comida estragada para se alimentar
Condição de centenas de famílias é subumana e até crianças disputam espaço com os urubus no lixão onde deveria ser um aterro sanitário
A cada caminhão de coleta de lixo que chega, filas de catadores se formam
Alimentos descartados no aterro sanitário do penabuco que já se transformou em um lixão a céu aberto, estão sendo consumidos por catadores de lixo. Os próprios catadores confirmaram a denúncia. Mais de 200 famílias voltaram a armar barracos nas imediações da lixeira pública de Boa Vista, na saída de Boa Vista no sentido sul da BR-174, conforme noticiou ontem a Folha.
Essas famílias sobrevivem com o pouco dinheiro arrecadado com a venda de materiais recicláveis que catam. A maioria das crianças, filhos dos catadores, ajuda os pais no penoso trabalho. Essas pessoas vivem em uma situação de pobreza extrema, morando em casas de chão batido, cobertas com lona ou papelão. No entanto, em meio às dificuldades, os catadores alegam que gostam do que fazem e que dá, segundo eles, para viver do lixo, apesar do iminente risco de contaminação. O maior medo que eles têm é que a prefeitura os retire do local.
“Não tem trabalho aí fora e o que ganho aqui dá para sobreviver. Sustento meus seis filhos. A vida aqui é difícil, mas a gente logo se acostuma com o fedor. Começo de manhã cedo e paro só no final da tarde. O material que cato eu vendo para a cooperativa”, relatou a catadora Maria das Graças de Almeida, de 40 anos.