O escafóide é um dos 8 ossos do carpo que constituem o punho, vulgarmente designado de “pulso”. Trata-se de um osso muito complexo, que permite a harmoniosa e normal mobilização do punho e da mão.
A fratura do escafóide é bastante frequente quando existe um traumatismo da região do punho. O escafóide é o osso do carpo que mais frequentemente sofre fraturas. Trata-se de um osso com características particulares, nomeadamente a fragilidade da sua irrigação sanguínea e a existência de poucos ligamentos para a sua estabilização. Esta fragilidade manifesta-se quando existe uma fratura do escafóide, a qual condiciona essa irrigação, que dá vida ao osso.
A fratura do escafóide pode ser classificada de acordo com a zona do osso em que esta ocorre, isto é, segundo o local da sua divisão anatómica em “3 terços”: a mais frequente é no seu terço médio, seguida pela fratura no terço/pólo proximal ou no terço/pólo distal ou tuberosidade. Causas da fratura do escafóide
A fratura do escafóide pode ocorrer em qualquer idade, incluindo crianças. O mecanismo mais comum é uma queda com apoio sobre a mão estendida (extensão do punho).
Tendo em conta o mecanismo de lesão e a qualidade óssea do punho, pode-se inferir que o grupo em maior risco são os adultos/jovens e com boa qualidade óssea. Ao contrário, as quedas após os 65-70 anos, frequentemente associam-se a fraturas do rádio, vulgarmente chamadas de “fraturas do punho”.
No caso de uma fratura do escafóide, o doente geralmente refere dor, edema (inchaço) no punho, mais evidente na base do polegar e limitação da mobilidade (dificuldade em mexer o dedo). Mais tarde, pode aparecer uma zona “negra”, que corresponde à hemorragia interna.
A dor pode, por vezes, não ser valorizada pelo doente, pensando este tratar-se de uma simples entorse. Por essa razão, muitas fraturas do escafóide são avaliadas tardiamente pelo médico, por vezes em situações que já evoluíram para fraturas não consolidadas, e portanto, com pior prognóstico que a lesão inicial.
Por essa razão, a procura de um médico especialista em ortopedia, nomeadamente em cirurgia da mão, deve ser considerada sempre que há um traumatismo do punho ou da mão que motive dor, edema e/ou limitação da mobilidade do punho e/ou dedos.
A avaliação clínica pelo ortopedista, é de grande importância, sendo decisiva na primeira abordagem na suspeita desta lesão. Inicialmente, a lesão será avaliada através de uma radiografia (“raio-x”) da mão / RX do punho, de modo a confirmar a fratura do escafóide ou outras lesões possíveis na mesma área.
Muitas vezes, e na presença de uma fratura sem desvio, a radiografia poderá não ser conclusiva – acontece até 25% dos casos. Nesta situação, deve-se realizar uma TC (Tomografia computadorizada) ou RM (Ressonância Magnética), que determina com máxima fiabilidade a existência ou não da fratura do escafóide e suas características.
A ecografia não é adequada no estudo das fraturas do escafóide.
Nas fraturas do escafóide que apresentam maior risco de perda de irrigação sanguínea (localizadas no terço proximal), a Ressonância Magnética (RM) é o exame que pode confirmar a existência ou não de irrigação sanguínea, facto que justifica um plano terapêutico adequado e dirigido ao caso que se apresenta.
É importante imobilizar o polegar e punho, com uma tala ou gesso apropriado, de modo a diminuir a dor e o edema (inchaço). Medidas como elevação e mobilização dos dedos (exceto o polegar), e a toma de medicamentos (ou remédios) anti-inflamatórios ou analgésicos, deverão ser avaliadas pelo médico ortopedista.
O tratamento conservador da fratura do escafóide é a opção a considerar nos casos de fraturas estáveis e sem lesões associadas.
O tratamento conservador possui uma taxa de sucesso variável de acordo com a localização da fratura, estando associado a melhores resultados nas fraturas que se localizam na tuberosidade ou terço distal; mas apenas entre 60-70% de sucesso, se localizada ao terço proximal. Este facto, condiciona a eventual necessidade de tratamento cirúrgico.
O tratamento conservador consiste em imobilização com gesso, durante um período de aproximadamente 6-8 semanas. A imobilização permite a estabilização, de modo a haver consolidação da fratura.
A cirurgia (ou operação) está indicada nas fraturas que apresentam desvio e quando associadas a outras lesões com indicação para tratamento cirúrgico, ou quando se pretende uma retoma mais rápida à vida ativa.
A necessidade de cirurgia em muitos casos é devida à alta taxa de não-união, que pode chegar aos 50%. Além disso, pode permitir o rápido regresso à atividade, permitindo mobilizar de imediato o punho e dedos, ao contrário do tratamento conservador.
É uma operação que exige o correto posicionamento de um mini-parafuso especial, que une e comprime os dois fragmentos ósseos, de modo a permitir a boa estabilização da fratura. Esta operação pode muitas vezes ser realizada “sem cortes na pele” ou nos casos mais complexos, através de uma pequena incisão.
A cirurgia pode ser auxiliada por artroscopia, técnica que permite identificar outras lesões que, por vezes, não são identificáveis nos exames já descritos, como lesões de ligamentos ou lesões da cartilagem.
A operação poderá ser realizada com anestesia geral ou com anestesia locorregional, nomeadamente bloqueio dos nervos que transmitem a dor do punho. O anestesista coloca o anestésico próximo dos nervos, a nível da axila, no plexo braquial. Assim, o braço e mão ficam adormecidos, permitindo realizar a cirurgia. Poderá ser dado também um relaxante de modo a tranquilizar o paciente.
No período pós-operatório é permitido e aconselhável, a realização de movimentos do punho e dedos de modo controlado e apropriado, bem como a elevação do membro, de forma a minimizar a dor, o edema (inchaço) e a rigidez. Idealmente, nos primeiros dias o doente deve colocar o “braço ao peito”.
De acordo com o tipo de tratamento cirúrgico efetuado, poderá ser necessário imobilização temporária do punho e polegar, a retirar de acordo com a evolução e decisão. Deve ser evitado esforço do membro operado e evitar atividades com risco de novos traumatismos.
O tempo de recuperação vai depender do tipo de fratura e do tratamento realizado.
Em qualquer caso exige sempre um seguimento pelo cirurgião, acompanhado de controlo imagiológico – radiografia e/ou TC, de forma a avaliar o grau de consolidação de fratura e vigiar o eventual desenvolvimento de complicações.
A fisioterapia poderá ser necessária na recuperação no período pós-operatório. A sua aplicação é decidida pelo cirurgião de acordo com a evolução e tipo de cirurgia. Os exercícios e manobras a realizar, devem ser coordenados com o fisiatra e o fisioterapeuta com experiência em reabilitação de mão.
O prognóstico da fratura do escafóide depende tanto da localização e complexidade da fratura, como também da opção terapêutica e dos parâmetros médicos do paciente, como diabetes, dislipidemia, hábitos tabágicos relevantes, idade, entre outros.
O escafóide é um dos 8 ossos do carpo que constituem o punho, vulgarmente designado de “pulso”. Trata-se de um osso muito complexo, que permite a harmoniosa e normal mobilização do punho e da mão.
A fratura do escafóide é bastante frequente quando existe um traumatismo da região do punho. O escafóide é o osso do carpo que mais frequentemente sofre fraturas. Trata-se de um osso com características particulares, nomeadamente a fragilidade da sua irrigação sanguínea e a existência de poucos ligamentos para a sua estabilização. Esta fragilidade manifesta-se quando existe uma fratura do escafóide, a qual condiciona essa irrigação, que dá vida ao osso.
A fratura do escafóide pode ser classificada de acordo com a zona do osso em que esta ocorre, isto é, segundo o local da sua divisão anatómica em “3 terços”: a mais frequente é no seu terço médio, seguida pela fratura no terço/pólo proximal ou no terço/pólo distal ou tuberosidade. Causas da fratura do escafóide
A fratura do escafóide pode ocorrer em qualquer idade, incluindo crianças. O mecanismo mais comum é uma queda com apoio sobre a mão estendida (extensão do punho).
Tendo em conta o mecanismo de lesão e a qualidade óssea do punho, pode-se inferir que o grupo em maior risco são os adultos/jovens e com boa qualidade óssea. Ao contrário, as quedas após os 65-70 anos, frequentemente associam-se a fraturas do rádio, vulgarmente chamadas de “fraturas do punho”.
No caso de uma fratura do escafóide, o doente geralmente refere dor, edema (inchaço) no punho, mais evidente na base do polegar e limitação da mobilidade (dificuldade em mexer o dedo). Mais tarde, pode aparecer uma zona “negra”, que corresponde à hemorragia interna.
A dor pode, por vezes, não ser valorizada pelo doente, pensando este tratar-se de uma simples entorse. Por essa razão, muitas fraturas do escafóide são avaliadas tardiamente pelo médico, por vezes em situações que já evoluíram para fraturas não consolidadas, e portanto, com pior prognóstico que a lesão inicial.
Por essa razão, a procura de um médico especialista em ortopedia, nomeadamente em cirurgia da mão, deve ser considerada sempre que há um traumatismo do punho ou da mão que motive dor, edema e/ou limitação da mobilidade do punho e/ou dedos.
A avaliação clínica pelo ortopedista, é de grande importância, sendo decisiva na primeira abordagem na suspeita desta lesão. Inicialmente, a lesão será avaliada através de uma radiografia (“raio-x”) da mão / RX do punho, de modo a confirmar a fratura do escafóide ou outras lesões possíveis na mesma área.
Muitas vezes, e na presença de uma fratura sem desvio, a radiografia poderá não ser conclusiva – acontece até 25% dos casos. Nesta situação, deve-se realizar uma TC (Tomografia computadorizada) ou RM (Ressonância Magnética), que determina com máxima fiabilidade a existência ou não da fratura do escafóide e suas características.
A ecografia não é adequada no estudo das fraturas do escafóide.
Nas fraturas do escafóide que apresentam maior risco de perda de irrigação sanguínea (localizadas no terço proximal), a Ressonância Magnética (RM) é o exame que pode confirmar a existência ou não de irrigação sanguínea, facto que justifica um plano terapêutico adequado e dirigido ao caso que se apresenta.
É importante imobilizar o polegar e punho, com uma tala ou gesso apropriado, de modo a diminuir a dor e o edema (inchaço). Medidas como elevação e mobilização dos dedos (exceto o polegar), e a toma de medicamentos (ou remédios) anti-inflamatórios ou analgésicos, deverão ser avaliadas pelo médico ortopedista.
O tratamento conservador da fratura do escafóide é a opção a considerar nos casos de fraturas estáveis e sem lesões associadas.
O tratamento conservador possui uma taxa de sucesso variável de acordo com a localização da fratura, estando associado a melhores resultados nas fraturas que se localizam na tuberosidade ou terço distal; mas apenas entre 60-70% de sucesso, se localizada ao terço proximal. Este facto, condiciona a eventual necessidade de tratamento cirúrgico.
O tratamento conservador consiste em imobilização com gesso, durante um período de aproximadamente 6-8 semanas. A imobilização permite a estabilização, de modo a haver consolidação da fratura.
A cirurgia (ou operação) está indicada nas fraturas que apresentam desvio e quando associadas a outras lesões com indicação para tratamento cirúrgico, ou quando se pretende uma retoma mais rápida à vida ativa.
A necessidade de cirurgia em muitos casos é devida à alta taxa de não-união, que pode chegar aos 50%. Além disso, pode permitir o rápido regresso à atividade, permitindo mobilizar de imediato o punho e dedos, ao contrário do tratamento conservador.
É uma operação que exige o correto posicionamento de um mini-parafuso especial, que une e comprime os dois fragmentos ósseos, de modo a permitir a boa estabilização da fratura. Esta operação pode muitas vezes ser realizada “sem cortes na pele” ou nos casos mais complexos, através de uma pequena incisão.
A cirurgia pode ser auxiliada por artroscopia, técnica que permite identificar outras lesões que, por vezes, não são identificáveis nos exames já descritos, como lesões de ligamentos ou lesões da cartilagem.
A operação poderá ser realizada com anestesia geral ou com anestesia locorregional, nomeadamente bloqueio dos nervos que transmitem a dor do punho. O anestesista coloca o anestésico próximo dos nervos, a nível da axila, no plexo braquial. Assim, o braço e mão ficam adormecidos, permitindo realizar a cirurgia. Poderá ser dado também um relaxante de modo a tranquilizar o paciente.
No período pós-operatório é permitido e aconselhável, a realização de movimentos do punho e dedos de modo controlado e apropriado, bem como a elevação do membro, de forma a minimizar a dor, o edema (inchaço) e a rigidez. Idealmente, nos primeiros dias o doente deve colocar o “braço ao peito”.
De acordo com o tipo de tratamento cirúrgico efetuado, poderá ser necessário imobilização temporária do punho e polegar, a retirar de acordo com a evolução e decisão. Deve ser evitado esforço do membro operado e evitar atividades com risco de novos traumatismos.
O tempo de recuperação vai depender do tipo de fratura e do tratamento realizado.
Em qualquer caso exige sempre um seguimento pelo cirurgião, acompanhado de controlo imagiológico – radiografia e/ou TC, de forma a avaliar o grau de consolidação de fratura e vigiar o eventual desenvolvimento de complicações.
A fisioterapia poderá ser necessária na recuperação no período pós-operatório. A sua aplicação é decidida pelo cirurgião de acordo com a evolução e tipo de cirurgia. Os exercícios e manobras a realizar, devem ser coordenados com o fisiatra e o fisioterapeuta com experiência em reabilitação de mão.
O prognóstico da fratura do escafóide depende tanto da localização e complexidade da fratura, como também da opção terapêutica e dos parâmetros médicos do paciente, como diabetes, dislipidemia, hábitos tabágicos relevantes, idade, entre outros.