
Meu nome é Raphael e meu sonho desde criança é ser médico. Fiz vestibular pra medicina 6 vezes no Brasil, mas nunca consegui ser aprovado. Fiz cursinho, fazia vestibulares por todo o Brasil, mas nunca conseguia passar. Filho de pobre ou faz medicina em universidade pública ou infelizmente desiste, ms eu não nunca desisti.
A minha vida precisava caminhar e resolvi cursar Medicina Veterinária na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, passei no ENEM e lá fui eu cursar veterinária, mesmo esse não sendo meu verdadeiro sonho. Isso tudo trabalhando e estudando, pois durante meu ensino médio, cursei enfermagem e saí com formação técnica. Aliás, vale lembrar que também inicie graduação em enfermagem na Universidade Estadual Do Rio de Janeiro, o que também nunca foi o meu real desejo. Sempre quis mesmo ser médico, nada mais.
O tempo passou e, através de amigos, tive conhecimento sobre o curso de medicina na Bolívia. De início achei loucura, mas fui pesquisar e tentar entender do que se tratava. Ali, depois de 13 anos de tentativas – pois eu nunca deixei de fazer os vestibulares no Brasil – estava eu novamente de cara com esse que sempre foi o meu grande sonho. E é aí que a coisa começou a complicar.
Pra vocês etenderem, eu tinha uma matrícula federal no Brasil e trabalhava num hospital da Rede Federal de Ensino com bom salário, era Servidor Público Federal. Mas pra ir atrás desse sonho eu precisei abandonar tudo, emprego, família, carro, dívidas, amigos e qualquer outra coisa que me impedisse de seguir na busca pela realização do meu grande sonho.
Estava namorando, e fiz a proposta pra minha namorada de que ela também aproveitasse essa oportunidade e conversasse com sua mãe sobre fazer medicina na Bolivia . Ela, também de familia pobre, conseguiu que sua mãe pegasse um epréstimo pra conseguir ao menos pagar o curso e as passagens e chegar na Bolívia. Assim o fizemos, eu e ela, com a ajuda suada de familiares, viemos para a Bolivia em busca da tão sonhada medicina. Sem nada garantido, sem emprego, sem conhecer ninguém aquí, apenas com as mensalidaes da faculdade pagas, o que já é muito graças a Deus.
Só que tudo agora tem estado muito difícil e tememos precisar voltar ao Brasil por falta de recursos, pois trabalhar aquí para os outros é algo extremamente incerto. Somos estrangeiros aquí, nossos direitos são nulos e o preconceito é grande. Para se ter ideia, aqui temos medo da polícia mesmo estando com nossa documentação toda certinha, pois se eles nos pegam roubam o pouco dinheiro suado que temos.
Infelizmente, não estamos conseguindo dar conta de pagar aluguel, luz, água, internet, despesas administrativas da faculdade, além da nossa alimentação e locomoção.
Percebemos que aqui, o mais viavél seria iniciar um negócio próprio, em casa mesmo, no nosso caso – já que tenho alguns dotes culinários - sería fazer comidas e doces para venda. Mas para isso precisaría de um capital para começar e poder manter o negócio.
Mais do que isso, para começar, precisávamos pagar 3 alugueis que estão em atraso no valor de R$ 5400, além de despesas da faculdade que já somam juntas R$1260. Precisamos pagar até o mês de agosto parcelas de R$ 1300 no cartão de crédito de uma amiga, pois ela nos ajudos quando chegamos aqui, a comprar as coisas mínimas pra mobiliar o apartamento de 2 cômodos em que vivemos até momento.
Nunca deixamos de trabalhar aqui, mas nos últimos 2 meses eu infelizmente fiquei sem emprego e tem sido muito difícil se concentrar até mesmo pra estudar. Só consigo pensar que se não pagar tudo isso e iniciar um negócio próprio pra ganhar um trocado aquí, logo teremos que abandonar a faculdade que já está toda paga, perder esse investimento e voltar para o Brasil.
Nós não temos ninguem da família a quem pedir ajuda, quem podia ajudar já nos ajudou pra que chegássemos aqui. Imaginávamos que as coisas estariam um pouco menos difíceis depois de quase 1 ano aquí, mas parece que não.
Não queremos facilidades, ajuda eterna, queremos apenas a oportunidade de começar um negócio em casa mesmo, pra podermos nos sustentar aqui de forma segura, digna e independente. Jamais imaginei ter coragem de fazer uma vakinha, mas nesse momento, preciso recorrer a tudo o que for possível e honesto pra nos manter aqui.
O valor que estamos pedindo, seria pra pagar as dívidas que nos desesperam aqui nesse momento, e que põe em risco a nossa permanência. O restante sería para poder comprar material, um forno, embalagens, utensílios em geral e começar um negócio no ramo de alimentação aqui dentro de casa mesmo.
Sei que pode parecer estranho, mas não temos nenhuma ajuda do Brasil de familiares, amigos ou conhecidos. Somos só nós dois, sozinhos, pra correr atrás aqui nesse país nada fácil de se viver.
Vejo tanta gente pedindo dinheiro pra besteiras, pra coisas que não melhoram o futuro de ninguém, pra situações que chegam a ser ridículas. Pois nós estamos aqui pedidndo, pra poder continuar estudando, pra poder realizar um sonho capaz de melhorar a vida de muitas pessoas que ainda serão atendidas por nós dois no futuro.
Enquanto tantos não valorizam o ensino forte que tiveram, e a possibilidade de cursar sem dificuldades financeiras uma faculdade, nós estamos aqui fazendo tudo o que for preciso pra suportar e manter nossa faculdade e voltar para nossso país formados médicos.
A educação, o estudo, a dedicação e o amor podem sim mudar o rumo de muitas histórias, mas é preciso acreditar, e nós estamos aqui firmes e crendo nesse propósito. Por isso, se você de alguma forma pode nos ajudar nesse momento, nos dê esse voto de confiança e apoie um casal de estudantes que não está em busca de facilidades, mas de uma oportunidade de poder se sutentar aqui na Bolívia por esses longos 6 anos que ainda temos pela frente.
Agradecemos a sua atenção e desde já agradecemos também por sua colaboração.
E se você não puder nos ajudar financeiramente, ore por nós um instante.
Mas se você conhece alguém que pode nos ajudar, ou que costuma ajudar pessoas nas mais variadas situações, você estará nos ajudando também falando da nossa história com essa pessoa. Pense nisso!
Um forte e fraterno abraço.
Raphael e Maria Gabriela