Olá, me chamo Roberto e tenho 39 anos. Minha ex-esposa se chama Jessica e tem 30. Somos de Novo Hamburgo-RS. Vou contar rapidamente a história do nosso "MILAGRE", nosso filho Bruno André, hoje com 13 anos.
Bruno André nasceu no dia 16 de Fevereiro de 2006 com 6 meses (prematuro extremo, com apenas 29 semanas de gestação e pesando 615 gramas). Sim 615 gramas!!! Conheci a Jessica quando ela estava grávida do Bruno e quando Bruno nasceu eu o assumi como pai (o pai biológico registrou ele e jamais quis contato e visitas).
O nascimento do Bruno foi de alto risco, tanto que em uma consulta de rotina, Jessica foi surpreendida com uma perda exagerada de líquidos. Por ser URGENTE foi encaminhada para o Hospital da PUC em Porto Alegre e lá foi examinada por um médico infeliz e completamente inexperiente que aconselhou Jessica a ir pra casa e esperar o Bruno morrer, as palavras dele foram as seguintes "mãe, pode ir pra casa e esperar seu filho vir a óbito, pois a chance dele sobreviver nessas condições é 1 em 1 milhão".
Voltamos para a nossa cidade Novo Hamburgo arrasados e fomos acolhidos por uma equipe médica no antigo Hospital São Rafael (Hoje Hospital UNIMED) em Novo Hamburgo.
A equipe nos abraçou com muito amor e muita vontade de salvar nosso pequeno Bruno. Como a perda de líquidos tinha sido muito grande, tiveram que aplicar várias injeções de corticoide para amadurecer o pulmão e o Bruno poder nascer....
Foram momentos de muita tensão e angústia, mas nunca deixamos de acreditar !!!!
E realmente foi um MILAGRE !!! Tiveram que esperar até que o Bruno não conseguisse se desenvolver dentro do útero da Jessica, e quando ele começou a perder o seu peso dentro do ventre materno, antes dele começar a entrar em sofrimento, resolveram realizar uma cesariana de emergência. Ele nasceu com 29 semanas de gestação e pesando 615 gramas como descrito acima.... e aí começou nossa jornada de AMOR e FÉ !!
Foi direto para UTI NEONATAL e ficou dentro de uma incubadora, entubado e com oxigênio... e começou a receber os primeiros cuidados de quem chamamos de verdadeiros "ANJOS", as enfermeiras e os médicos. Desde o início sabíamos que o caso dele era extremamente grave e que podia vir a falecer a qualquer momento pois era muito frágil....(tinha 31 cm). Recebia oxigênio e alimentação (leite materno) através de sonda diretamente no seu estômago.
Nós jamais perdemos a esperança, e mesmo eu não sendo o pai biológico do Bruno eu o assumi como MEU FILHO !!! Parecia que Deus havia me dado essa missão, dar AMOR e CARINHO a esse “Milagre”. Nós dois praticamente morávamos dentro da UTI, pois dormíamos ali mesmo e em alguns momentos tínhamos que sair para que a equipe realizasse alguns procedimentos.....
Ele estava entubado, recebendo alimento através de sonda.... monitorando o nível do oxigênio no sangue e seus batimentos cardíacos, ele era muito pequeninho e frágil. E os dias foram passando e a evolução do Bruno começou a acontecer... foram dias e noites de angústia e muito sofrimento, mas a FÉ e a esperança e o nosso AMOR jamais faltaram.
Era, É e foi um guerreiro e estava predestinado a VIVER a qualquer custo !!! Depois de 1 mês com oxigênio diretamente nas narinas, ele passou a usar um respirador diferente (tipo um baldesinho q ficava sobre a cabeça)... assim ia estimulando o pulmãosinho dele a trabalhar.... (isso tudo na UTI NEONATAL dentro da incubadora, pois não podíamos nem pegar ele no colo...de tão frágil...)
Semanas foram passando e a evolução dele era diária.... Foram inúmeras sessões de fisioterapia e estimulações para os movimentos e para sucção.... e notávamos que ele realmente era um guerreiro!!!
Pelo peso dele o seu apelido carinhoso na UTI era "MEIO QUILO" .
A UTI passou a ser nossa casa e as enfermeiras e os médicos passaram a ser nossa família, pois foram longos 4 meses internados...dia e noite até Bruno conseguir respirar sem a ajuda de oxigênio e atingir o peso de 3kg e 500 gramas. Eles logo nos alertavam.... (os prematuros são os mais agitados e os mais sapecas, vocês vão ver só....) kkkkkk.
Ao atingir os 3 kg e 500 gramas Bruno teve alta do Hospital e todos nós ficamos extremamente felizes e emocionados, as enfermeiras, os médicos, os colegas de UTI... enfim, estávamos ultrapassando uma etapa e ao mesmo tempo sendo uma referência para outros pais que tinham seus filhos internados na UTI Neonatal.
Bruno estava graças a Deus muito saudável, sem nenhuma sequela física ou mental e pronto para VIVER, pois lutou muito , mas muito mesmo pela vida.
Agora iria começar a segunda etapa.... os cuidados em casa e a paciência para que ele chegasse a atingir a curva de desenvolvimento normal de um bebê com a mesma idade....
Com 1 ano de idade Bruno começou a dar seus primeiros passos ele foi mais lento para falar, começou a falar com quase 2 anos.
Eram consultas semanais para monitorar o peso, o crescimento, o desenvolvimento.... e por ser prematuro extremo ele poderia ter nascido com um grave problema na visão (retina e córnea), mas fomos muito abençoados e ele não teve nada disso.
Como trabalhávamos fora (eu auxiliar administrativo e a Jessica professora), Bruno com 8 meses de idade começou a frequentar uma escolinha de educação infantil e desde cedo começou a se adaptar e a conviver com outras crianças. Notamos que ele sempre era meio atrasadinho.... mais lento no desenvolvimento, mas até aí tudo bem, pois era prematuro extremo.
Quando ingressou na Escola (1º ano) com 6 anos de idade, alguns probleminhas começaram a ser notados.... Bruno era um pouco desatento, agitado e não conseguia acompanhar o restante da turma....e muitas vezes nem conseguia ficar sentado em seu lugar.... ele simplesmente saía da sala e ia passear pelo colégio....kkkkk).
Inicialmente tínhamos condições de bancar uma escola particular, e foi aí que a professora notou algo estranho e pediu para que consultássemos um neurologista, pois ela achava que o Bruno era desatento demais... agitado...e poderia ter Dislexia ou Autismo. Nós como pais, não queríamos aceitar isso, ficamos inicialmente até bravos com a professora. Consultamos uma neurologista infantil, uma psicóloga e um psiquiatra e o Bruno não tinha Dislexia nem Autismo, mas sim TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade).
TDAH não é nenhuma doença nem síndrome.... mas é algo que atrapalha e atrasa muito no desenvolvimento se não for tratado e diagnosticado desde cedo. Descobrimos que a chance de ter TDAH em prematuros extremos aumenta em mais de 50%.
Começou então mais uma batalha, o conjunto de tratamento (neurologista, psicóloga, psiquiatra, psicopedagoga) para que o Bruno tivesse um acompanhamento, um desenvolvimento e uma qualidade de vida melhor.
SEMPRE SENDO INCENTIVADO NO ESPORTE (natação ajudou MUITO)
Bruno começou a ser medicado com Ritalina e sendo acompanhado por essa equipe força tarefa (neurologista, psicóloga, psiquiatra, psicopedagoga). Pois graças a Deus ele possui plano de saúde pago pelos avós! Sua evolução começou a ser notada logo de início, ele começou a ficar mais concentrado, a sua inquietude diminuiu e ele começou a se desenvolver gradativamente.
Nesse meio tempo o Bruno ganhou uma irmã chamada Gabriela que nasceu quando ele tinha 5 anos.
Por não ter mais condições de bancar uma escola particular, ele foi transferido para uma escola estadual, porém essa escola não tinha o LA (Laboratório de Aprendizagem) que era fundamental para alavancar seu desenvolvimento. Transferimos então o Bruno para uma escola municipal que tinha o LA (laboratório de aprendizagem) e um acompanhamento especial para ele (uma indicação da Psicopedagoga).
Foi então que Bruno começou a desenvolver, porém notávamos que faltava algo mais especializado, e com a ajuda da família ele ingressou na escola particular CENECISTA juntamente com sua irmã Gabriela. (ela no 1º ano ele no 6º).
De lá pra cá seu desenvolvimento decolou !! A escola nos acolheu com muito amor, carinho e compreensão, e com o trabalho em conjunto com a psicopedagoga, escola, psicóloga e psiquiatra e um professor auxiliar ao lado dele, ele teve um acompanhamento mais eficaz e evoluiu demais.
*Um pequeno parênteses:
Metade de 2018 eu e a Jessica nos separamos por questões pessoais, mas nunca deixamos de ser amigos e companheiros, pois somos pais dedicados e buscamos sempre o melhor para nossos filhos. Finalmente consegui adicionar o meu sobrenome no nome do Bruno, (que tinha somente o sobrenome do pai biológico)... que nunca nem visitou ou quis saber dele e EU por me considerar o verdadeiro pai que criou e que acompanhou ele desde a UTI Neonatal até hoje, me sentia no direito e ele também desejava muito isso). Por estar separados dividimos a guarda deles, 1 semana com a mãe Jessica e uma semana comigo (Roberto). Sempre fui muito apegado a eles e sempre em busca de dar o mais importante, EDUCAÇÃO, AMOR, CARINHO e ATENÇÃO !!!!
Foram 2 anos (6º e 7º ano) no CENEC e por dívidas e por não ter mais condições de pagar a escola ficamos devendo o ano passado inteiro a mensalidade do Bruno e da Gabriela.... o que resultou em aproximadamente 12 mil reais em dívidas com a escola. E devido a isso e com muita dor no coração tiramos a Gabriela do CENEC e colocamos na rede pública. Mas sabíamos da importância de manter o Bruno no CENEC para seu desenvolvimento continuar crescendo.... Para matricular o Bruno esse ano 2019 precisávamos pagar 4 mil de entrada e parcelar 6 x de 2 mil reais referentes a nossa dívida com a escola.
Através da ajuda de um amigo "anjo" conseguimos emprestado os 4 mil reais (que precisava ser pago para liberar a matrícula do Bruno) e contávamos com a ajuda da família para conseguir pagar a mensalidade que ficou em 11x de 996 R$, mas por questões de doenças e má vontade de quem poderia nos ajudar, essa ajuda não foi possível....
Jessica é redatora e mora em Novo Hamburgo e me apoiou (eu Roberto) a vir trabalhar em São Paulo onde surgiu uma ótima oportunidade de emprego e de desenvolver meus conhecimentos em SEO e Marketing Digital, para tentar uma vida melhor para eu e para meus filhos. Com muita dor no coração, por ser muito apegado a eles, aceitei. Mas sei que isso não acontece da noite pro dia e estou longe deles, mas sempre visitando quando posso, pois são MEUS AMORES E MINHA VIDA, SÃO REALMENTE TUDO PRA MIM !!! Sou um paizão coruja e tenho certeza e FÉ que a minha hora de poder dar uma vida melhor para eles vai chegar, com muita dedicação e trabalho.
Peço desculpas por me alongar demais nessa história, mas infelizmente se não conseguirmos pagar 996 R$ por mês ( 11x) vamos ser obrigados a colocar o Bruno na rede pública, onde sabemos que não terá mais o suporte adequado e seu desenvolvimento que vinha numa crescente vai decair.... além de perder o excelente vínculo que criou na escola Cenecista (CENEC de Novo Hamburgo) com os colegas, professores e funcionários.
A psicopedagoga possui vínculo com a escola. E por ter TDAH ele é acostumado com rotina e quando acontece a quebra da rotina sua aprendizagem cai muito. A escola sempre adaptou o conteúdo e o incentivou para poder superar seus desafios e isso tudo por ter uma turma pequena, com professores que se importam com o desenvolvimento dele e que se tornaram uma verdadeira família por conhecer a nossa história.
Para um TDAH o vínculo afetivo é de extrema importância. Mudanças de escolas em crianças TDAH fazem o rendimento cair... Pois elas evoluem quando se sentem acolhidas e incentivadas... Ele possui isso agora... Antes ele não tinha amigos... Pois era brigão... Ano passado (2018) até eleito o líder da turma o Bruno foi. Antes ele ia mal nas provas, hoje com o currículo adaptado ele consegue tirar 10 além de ser elogiado pela professora.
Infelizmente em uma escola estadual ele jamais terá este incentivo! Além de sofrer com a falta de professores, para conseguir um professor auxiliar é extremamente complicado por não haver profissionais da área.
Temos que pagar mais 6x de R$ 2.000 reais e mais a mensalidade de R$ 996, isso para nós no momento fica inviável. Pois além da escola temos outras dívidas....
Peço por favor uma ajuda em qualquer quantia, podemos trocar por serviços de website(EU) ou redação de artigos (Jessica) para manter nosso "MILAGRE GUERREIRO" se desenvolvendo !!! Ele precisa muito continuar esse excelente trabalho que vem sendo feito com a escola. Por ter TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) esse ensino e esse suporte é fundamental para o Bruno !!!
Não temos mais a quem recorrer, por isso resolvi acessar esse site e tentar a nossa última cartada. Agradeço de coração até mesmo as pessoas que leram a nossa história e não tem condições de contribuir.
Esse foi um desabafo e um clamor por ajuda de um PAI que AMA SEUS FILHOS e está trabalhando e buscando sempre o MELHOR PARA ELES !!! Muito Obrigado pela atenção.
Att Roberto.
(podem entrar em contato comigo por e-mail (betorac2018@gmail.com), whatsapp (51-99970-8045) e se quiser envio todas as fotos comprovando toda essa história, desde o Bruno na UTI Neonatal até hoje!!! Um menino guerreiro, forte, alegre, querido, carinhoso, amoroso e cheio de vontade de aprender).
Esse é o site da mãe do Bruno >> https://jessybrites.com.br (Que foi criado pela Jessica com a minha ajuda... Pois como foi professora, ela conhece os desafios do TDAH. Muitos professores por falta de informação acham que isso é falta de educação dada pelos pais…. O site é todo dedicado ao TDAH, onde traz informações sobre o TDAH e tenta ajudar outras mãe e pais e professores a saberem lidar com seus filhos que também tem TDAH).
A FELICIDADE DELE NA ESCOLA CENEC