Me chamo Daniela, sou casada há 17 anos com o Rodrigo e mãe do Lorenzo e da Valentina — meus maiores motivos para lutar todos os dias.
Em outubro de 2022, recebi o diagnóstico de câncer de mama HER2 positivo. Iniciei imediatamente o tratamento pelo SUS no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó/SC, passando por 16 sessões de quimioterapia, cirurgia com retirada do quadrante onde se encontrava o tumor, radioterapia e imunoterapia com o Trastuzumabe.
Faltando apenas duas aplicações para concluir a imunoterapia, tive uma recidiva na mesma mama, que estava sendo tratada. Uma notícia que pegou todos de surpresa, inclusive a equipe médica, por ter ocorrido tão pouco tempo e durante o tratamento. Diante da gravidade, decidimos buscar acompanhamento também na rede privada, para agilizar exames e decisões.
Em novembro de 2024, passei por uma mastectomia radical — cirurgia para retirada completa da mama afetada — junto com a remoção dos linfonodos da axila, procedimento necessário para avaliar a possível presença de células cancerígenas na região. Ainda hoje convivo com sequelas dessa cirurgia, como limitação de movimentos no braço, dor frequente, formigamento e inchaço (linfedema), o que impacta diretamente minha qualidade de vida e atividades do dia a dia.
Após a cirurgia, imediatamente iniciei o novo tratamento recomendado. Este novo procedimento inclui: 6 ciclos de quimioterapia, 12 aplicações do duplo bloqueio (Trastuzumabe + Pertuzumabe) e nova radioterapia. No entanto, fomos surpreendidos com uma negativa do SUS: segundo a portaria atual, pacientes que apresentam recidiva durante o uso do Trastuzumabe não têm direito ao duplo bloqueio. Ou seja, terei acesso apenas à quimioterapia, que representa apenas metade do tratamento necessário. Mas e a outra metade? E a minha vida?
Diante desta negativa, em fevereiro de 2025, entramos com um pedido judicial para garantir o acesso à medicação. Mais uma decepção: o pedido foi negado. Apresentamos recurso em abril e, até agora, seguimos sem resposta.
Enquanto isso, a luta continua. Já realizei 5 ciclos com o duplo bloqueio — todos custeados por nós — com um valor médio de R$ 18.000 por aplicação, realizadas a cada 30 dias. Ainda restam 8 aplicações, além de todos os outros cuidados médicos que envolvem o tratamento. Como se não bastasse, tive complicações como pneumonia, que evoluiu para uma embolia pulmonar, e fui diagnosticada com arritmia cardíaca. Todos os atendimentos, exames e medicamentos foram realizados pela rede privada, devido à urgência da situação. Após o fim do tratamento, também será necessária a colocação de prótese mamária — um procedimento importante para minha recuperação física e emocional —, que infelizmente não é mais coberto pelo SUS.
Apesar de tudo, minha fé e minha vontade de viver seguem inabaláveis. Meus filhos são minha maior motivação para continuar lutando, mesmo diante de tantos desafios.
Criei esta vaquinha para arrecadar recursos e conseguir dar continuidade ao tratamento completo que pode me oferecer a chance real de cura. Qualquer ajuda faz diferença, e sou imensamente grata por cada gesto de solidariedade.
Que Deus abençoe cada um de vocês!
Com carinho,
Daniela