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Ajuda a publicar meu livro

ID: 3175753
Eu escrevo desde criança, porém nunca tive condições de publicar nada do que escrevi.Vou deixar um prólogo do meu livro, caso eu receba ajuda suficiente pra publicar um dia, com certeza todos vocês que me ajudarem serão os primeiros a receb ver tudo
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Vaquinha criada em: 28/09/2022

Eu escrevo desde criança, porém nunca tive condições de publicar nada do que escrevi.

Vou deixar um prólogo do meu livro, caso eu receba ajuda suficiente pra publicar um dia, com certeza todos vocês que me ajudarem serão os primeiros a receberm, independente de valores.

 

"PRIMEIRO DIA 

 

Ah, a primeira memória! Lá estava eu, tomando consciência do meu ser, quantos anos eu tinha mesmo, três? Sei que pensei “esse sou eu, essa é a minha vida, tão longa, quase infinita, olha só essas pessoas tão grandes, elas já fizeram tanta coisa que nem devem se lembrar, mas eu quero lembrar tudo que eu fizer a minha vida toda, todos os dias.” Normal alguma criança tão jovem pensar isso? Não sei, mas eu me esforcei muito, decorava tudo que eu podia, ações, letras, números. 

Vou descrever este como “primeiro dia” e vou relatar o que me lembro dele: 

Minha mãe tinha tanto vigor, bem magra, esbelta(como ela mesma costumava se denominar), tinha um olhar firme e aconchegante, cor de mel, com aqueles cabelos longos escuros e tão retintos que dificilmente brilhavam, mesmo com o contraste de uma pele tão pálida. Foi olhando pra ela que tive esses pensamentos. 

Eu recebi diversos mimos durante o dia, eu comia tudo que ela fazia com muito gosto, tudo tão perfeito e feliz. Minhas tias eram muito engraçadas, não parava de rir enquanto comia olhando as caretas delas, eram enrugadas e se mexiam tão rápido, quase cuspi meu macarrão com purê. E num piscar de olhos escureceu lá fora, as pessoas se despediram e foram embora, e ali ficamos a sós, eu e minha deusa.  

Eu estava de joelhos brincando com meu trem que acabara de ganhar de um primo, este que eu nem gostava, mas passei a gostar quando o vi com uma caixa gigante me dando feliz aniversário, a mãe dele montou pra mim e ocupava ¼ da sala, era realmente impressionante. Veri(como os vizinhos costumavam chamar minha mãe) estava a lavar os pratos e limpar a bagunça. Foi nesse momento que meu coração começou a palpitar e eu senti um desejo imenso de chegar ao portão o mais rápido que eu pudesse, atravessei a cozinha correndo e, logo após a garagem. O portão começou a subir e vi dois faróis enormes no meu rosto, lá estava ele atrás do volante, o grandioso, admirável, meu pai, ou como os vizinhos costumavam o chamar: Alec. Ao abrir a porta do carro eu imediatamente pulei nos seus braços, seus braços fortes, apesar de ser magro, chegavam a ser quase desproporcionais, e me pegou só por um braço, enquanto saia do carro e ia em direção a cozinha comigo quase no seu ombro. Senti os pelos que tinha no antebraço, eram muitos, me senti tão seguro, era como se nada pudesse me fazer mal de nenhuma forma. Adentramos a cozinha, passamos pela minha mãe, mas meu pai não olhou pra ela, ele se sentou em uma cadeira que já estava pra fora da mesa e ali mesmo tirou suas botas pretas, ficando descalço e me impressionei com o pé daquele tamanho, avermelhado, uma cor mais escura que a minha, e outra coisa que me intrigava eram aqueles cabelos negros, que nem os da mãe, mas eu era loiro, meu cabelo era tão claro que me dava um aspecto amarelo também. Ainda estava no braço dele quando ela veio servir a comida: 

- Veri: Alec, como foi no serviço hoje? 

Notei que a firmeza já não habitava mais em seus olhos, já não me lembravam mais mel, mas as fezes do gato que minha tia trouxe mais cedo, aliás que bichinho porco. 

- Alec: normal, me passa a pimenta aí. 

E assim foi feito. A voz dele era tão grave que eu tinha a impressão de estar assistindo o jornal assustador que estava passando mais cedo na televisão, mas de uma forma não assustadora. 

Eu não me lembro de nada de antes desse dia, estranhei muito eu saber o que tinha que fazer, eu saber quem era o homem no carro, mas eu só sabia. Assim como eu sabia que minha mãe estava cansada demais e precisava descansar, mas ela queria cuidar de mim, me colocar pra dormir, só que eu não queria dormir, e nem sozinho, porém já sentia o destino, seria isso ‘instinto’? Ela me pegou do braço do meu pai e me levou para o quarto, me senti carregado por um anjo indo pro céu, queria relutar, mas minha energia se esgotou. O quarto era pequeno, tinha uma bicicleta encostada em uma das paredes e vários brinquedos em cima de prateleiras. E foi ali que fui colocado, numa cama em meio a tantos objetos, fui coberto com uma manta fofinha, só foi encostar ela sobre meus ombros que adormeci. 

Por algum motivo, eu apenas cochilei, acordei no quarto escuro, só, e escutei umas vozes bem ao fundo, ainda um pouco bêbado de sono, mas ao ir recobrando a sobriedade consegui entender o que eu estava ouvindo. Era o meu pai: - eu vou te matar sua filha da puta. - Em seguida barulhos ocos como os que faziam quando eu caia muito forte por brincar imprudentemente. Minha mãe por sua vez: - pelo amor de Deus Alec, a gente tem filho pra criar, eu imploro. - Eu consegui entender os barulhos, e consegui entender o choro. Mais um barulho dela caindo, e em seguida sendo arrastada pela sala, que era do lado do meu quarto. - Eu te odeio, vagabunda, vá dormir. - Nessa hora eu me senti pesado, como se algo enorme pressionasse o meu corpo inteiro, me encolhi no chão, não conseguia respirar, até que escutei passos em direção ao meu quarto, eu pulei pra cama numa velocidade que só eu tinha e me cobri. A porta abriu, então pude discernir que os passos eram da minha mãe, ela pôs a mão sobre meus cabelos que ficaram para fora por serem longos e finos, foi quando minha respiração voltou em forma de choro, eu não conseguia fazer nada além de chorar, ela descobriu meu rosto e o que eu vi ficou marcado pra sempre em minha memória. A fragilidade dela, seu rosto cheio de inchaços e roxos, vermelhos. Ela fazia sinal de silêncio, não sei desde quando, mas eu entendia o sinal, ela beijou minha testa e eu tentei parar o choro, parecia que eu estava tentando engolir um quilo inteiro de farinha, sentia que meu interior era um deserto de tão seco. Consegui obedecer e escutei a voz do Alec: - Veri! - Era um grito. Uma ordem. Vi a porta se fechando e depois escutei sussurros, não entendia o que eles conversavam, mas eles foram para o quarto deles, e eu fiquei com os demônios daquele quarto. Foi a primeira vez que vi um fantasma."

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