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Ajude a Ayomí a realizar o sonho da cirurgia

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Ayomí Araújo
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Vaquinha criada em: 22/03/2020

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Me chamo  Ayomí, tenho 29 anos e sou uma mulher negra e trans.Iniciei minha transição de gênero em novembro de 2016, não imaginei os desafios e como seria difícil lidar comigo e com as outras tantas questões. 

Falta de emprego, de ajuda familiar por ser carente e com todo preconceito com mulheres como eu.Não é fácil ser uma mulher trans.Não escolhi, ninguém escolhe. Sou eu, entende?!

E junto com essa aceitação de mim mesma, veio o reconhecimento de que talvez eu não estivesse tão satisfeita com meu corpo.

A verdade é que nunca estive. Aos 6 anos de idade já cogitava cortar meu órgão genital; fazia xixi sentada no vaso sanitário, pois era o que via mulheres fazendo. "Eu também não sou uma mulher?!" -questionava mentalmente. Com o tempo fui percebendo minha irmã mais nova entrar na puberdade e eu me sentia estagnada, meu peito não crescia, não tinha uma vagina, não menstruei e nem ganhei o primeiro sutiã da minha mãe. Um sentimento quase de tristeza pelas conquistas da minha irmã enquanto uma mulher cis, me machucavam, é horrível falar isso.

Tudo isso mexia muito comigo porque fui obrigada por mim mesma a aceitar o papel de homem cis gay na sociedade, pois não tinha nenhum referencial de que eu poderia ser sim uma mulher também, e eu nunca fui feliz sendo aquele menino.O tempo foi passando, a angústia e depressão que desenvolvi desde a infância (por consequência dessa frustração de não ter um corpo que correspondia ao meu gênero) foi se agravando ainda mais.Tentativas de suicidio por odiar meu corpo, por estar infeliz comigo e por não ver sentido nenhum em viver uma vida que não era a minha, em um corpo que não era o meu, se tornavam cada vez mais frequente.

Ainda convivo com uma depressão, ansiedade e boderline. 

Tá sendo difícil sobreviver tendo tantas questões.Não citarei meus atos aqui para prevenir quem está lendo, e esse texto não se tornar um gatilho.É algo drástico lendo assim, né?!Mas basicamente é um drama que tenho que conviver até hoje, não pensem que eu não cogitei viver bem com meu corpo do jeito que é, eu tentei, mas não me sinto feliz nem realizada com a casa em que meu espírito habita. Eu sei da dificuldade que é fazer uma vaquinha sobre esse tema especificamente, sei de todo preconceito e estigma que esse assunto é rodeado, mas se me causa dor, não vejo problema algum em fazer isto aqui, em me expor dessa maneira, em tentar algo que talvez você considere fútil. Não é, se você presenciasse toda minha dor e sofrimento e me visse chorar desesperadamente, talvez se sensibilizasse com minhas palavras. 

Eu sei que independente de qualquer coisa, eu Ayomí, sou uma mulher, sei que não preciso de nada além do meu sentimento para lembrar quem eu sou, mas dói, entende?

Me olhar no espelho, ter que sentir dor toda vez que saio de casa tendo que esconder o meu órgão, não me sentir totalmente confortável em ir à praia ou de estar com meu namorado afetam minha autoestima de um jeito absurdo.Tudo isso me atravessa e acredito que também atravessa de forma significativa a vivência de outras mulheres trans como eu e que foram socializadas da mesma forma. Fico agradecida por qualquer quantia que você possa doar para essa campanha, não importa o valor, se todos que me acompanham e venham a ler esse relato doar 1 real, com certeza chego em meu objetivo.

Desde já agradeço imensamente as contribuições, se você apenas leu agradeço também por ter te prendido na minha história até aqui, e a todos que me doar qualquer quantia estarei aqui grata e muito feliz de saber que esse sonho pode ser realizado com a ajuda de todos.

Novamente falo de como é um sentimento ruim ter que vir pedir ajuda, mas conviver com um corpo que não te faz feliz, com algo que te faz triste e é de certa forma causador de tanto sofrimento, é pior.

Atenciosamente, muito amor e luz pra gente,

 

Ayomí de Araújo Correia

Você e a vaquinha concorrem a R$ 15 MIL
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