

Muitas mulheres sofrem com a carência dos produtos de higiene pessoal e diversos outros recursos necessários ao período como, por exemplo, os absorventes. É comum que mulheres que não tem acesso a absorventes utilizem materiais inadequados para conter o fluxo, como, por exemplo, meias, panos velhos e miolo de pão, o que pode provocar infecções e resultar em diversos problemas sociais e de saúde.
O acesso aos absorventes deveria ser considerado como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Entretanto, os impostos sobre esses produtos são altos e eles não são distribuídos pelo SUS, dificultando a obtenção para a população mais vulnerável.
Um dos grandes limitadores ao acesso e conhecimento sobre higiene menstrual é a falta de instrução e, principalmente, o tabu imposto na sociedade quando o assunto é menstruação.

Desde a primeira menstruação, as mulheres são ensinadas a não comentar quando estão no período menstrual; a não falar sobre sangue menstrual em qualquer contexto e também são instruídas a não mostrar absorventes, principalmente para o sexo oposto.
Dessa forma, por não falarmos abertamente sobre a menstruação, tratando-a por meio de eufemismos, tais como “estar naqueles dias” ou “estar de chico”, nos traz desafios para a gestão do período menstrual, implicando em situações problemáticas em relação à saúde reprodutiva e, ainda, acarretando em dificuldades sociais.

Pensando nessa problemática, o Coletivo Virginia Wolf criou o projeto Unidas Pelas Mulheres, como forma de contribuir para amenizar a pobreza na cidade de São Carlos - SP.
A iniciativa também tem como objetivo trazer tópicos para discussão, debate e reflexões não somente sobre o acesso à higiene menstrual, mas também disponibilizando informações sobre o período menstrual e a saúde da mulher.
Atualmente, o Coletivo tem parceria com as seguintes instituições filantrópicas da cidade: Sociedade São Vicente de Paulo, APEOESP, Rede Feminina de Combate Ao Câncer, ONG Estrelas do Amanhã, ONG Nave Sal da Terra, ONG Francisco Thiesen, CAPS, Saúde na Rua, Comunidade Divina Misericórdia, Movimento de Mulheres Olga Benário e Amigos do Bem.
Mas estamos sempre dispostas a fazer novas parcerias e abranger ainda mais mulheres. Doamos, no total, cerca de 900 pacotes de absorvente por mês para essas instituições.
Além dos nossos parceiros, contamos também com as doações, tanto financeiras quanto em pacotes de absorventes, sendo as principais fontes de renda e itens para o projeto.
Para as doações financeiras, arrecadamos a verba por meio de transferências bancárias e também pela Vakinha, que facilita as doações nesse contexto de pandemia e isolamento social devido ao Covid-19.