A hidrocefalia voltou às manchetes nacionais após o cantor Chico Buarque realizar uma cirurgia neurológica para tratar a doença.
Você vai lembrar que ela foi tema no Brasil durante a epidemia de zika vírus, entre 2015 e 2016, quando associada a uma complicação da infecção congênita causada pelo mosquito Aedes Aegypti.
Como essa condição é mais comum em recém-nascidos e crianças, a notícia pegou muita gente de surpresa. Afinal, adultos e idosos também podem ter hidrocefalia?
A resposta é sim! Inclusive, até animais domésticos podem desenvolver a doença.
Mas fique tranquilo. Ao longo deste artigo, você entenderá o que é a hidrocefalia, seus sintomas, tratamentos, casos nos diferentes públicos e dados estatísticos relevantes sobre a incidência da doença.
Hidrocefalia é uma condição caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) nas cavidades do cérebro, chamadas ventrículos. Esse excesso de líquido aumenta a pressão intracraniana e pode causar danos às estruturas cerebrais, com consequências para o desenvolvimento neurológico e a qualidade de vida.
O LCR normalmente circula pelo cérebro e medula espinhal, protegendo e nutrindo o sistema nervoso central. Quando há uma falha no equilíbrio entre produção e absorção do LCR, ocorre acúmulo e, consequentemente, a hidrocefalia.
Mundialmente, um em cada 1000 recém-nascidos nasce com hidrocefalia — este número pode ser maior em países em desenvolvimento ou em regiões com epidemias de infecções congênitas, como a zika.
No Brasil, há registros oficiais de cerca de 120.000 pessoas diagnosticadas com hidrocefalia de pressão normal, a forma que acomete principalmente os idosos e foi o diagnóstico de Chico Buarque.
Ainda falando de números, a hidrocefalia é um dos temas, dentro da categoria de saúde, que mais aparece entre as vaquinhas criadas no Vakinha. Só no último ano, foram 975 campanhas abertas para essa finalidade.
Conforme vimos, a hidrocefalia é mais comum em crianças, principalmente bebês, sendo uma das condições mais frequentemente tratadas por neurocirurgiões pediátricos.
Em recém-nascidos, pode ser congênita (presente ao nascimento) ou adquirida após infecções, hemorragias ou tumores cerebrais.
No entanto, adultos e idosos também podem desenvolver a doença — a chamada hidrocefalia de pressão normal (HPN), que será detalhada adiante.
Animais, como cães e gatos, também podem apresentar a condição, geralmente em sua forma congênita. Ela é mais frequente em raças pequenas de cães e rara em gatos, mas pode acometer qualquer espécie animal.
A hidrocefalia de pressão normal (HPN) acomete principalmente idosos e é caracterizada pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano no cérebro, sem aumento significativo da pressão. Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como Alzheimer ou Parkinson.
Um caso recente de grande repercussão foi o do cantor Chico Buarque, que aos 80 anos foi submetido a uma cirurgia para tratar a HPN.
O músico vinha apresentando desequilíbrio ao andar, um dos principais sintomas da condição. O tratamento foi a implantação de uma válvula para drenar o líquido excessivo do cérebro para o abdômen, procedimento considerado padrão para o controle da doença.
Apesar de menos conhecida, a hidrocefalia também pode acometer filhotes de cães e gatos, em geral por causas congênitas. O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo do caso, mas o prognóstico é reservado.
O tratamento principal da hidrocefalia envolve cirurgia para drenagem do excesso de líquido.
O procedimento mais utilizado é a derivação ventrículo-peritoneal (DVP), quando um cateter é colocado no cérebro e desvia o LCR para outra região do corpo, como o abdômen, onde é absorvido.
Outros métodos incluem a ventriculostomia endoscópica, que cria um novo canal de drenagem para o LCR, e também o uso de medicações para casos menos graves.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento regular são essenciais para a minimização de sequelas, principalmente em crianças.
A hidrocefalia é uma condição grave, mas o diagnóstico e o tratamento precoces melhoram muito o prognóstico. Seja em crianças, idosos ou animais, é fundamental buscar atenção médica especializada diante de sintomas suspeitos.
Fique atento, principalmente se houver casos de atraso no desenvolvimento das crianças, mudanças comportamentais ou dificuldade para caminhar em idosos.
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